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bem e mal

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

— E qual é esse principio fundamental?

— É este: NO ABSOLUTO? NÃO HÁ NEM BEM? NEM MAL?. O Bem e o Mal são termos creados para symbolizar cousas que, em si, nem bem nem mal conteem. [PESSOA?, Fernando. Rosea Cruz. Org. Pedro Teixeira da Mota. Lisboa: Edições Manuel Lencastre, 1989, p. 45]


Foi essa ausência de pensamento? — uma experiência tão comum em nossa vida? cotidiana, em que dificilmente temos tempo? e muito menos desejo de parar e pensar? — que despertou meu interesse?. Ser?á o fazer-o-mal (pecados por ação e omissão) possível não apenas na ausência de “motivos torpes” (como a lei? os denomina), mas de quaisquer outros motivos, na ausência de qualquer estímulo particular? ao interesse ou à volição? Será que a maldade — como quer que se defina este estar “determinado a ser vilão” — não é uma condição necessária para o fazer-o-mal? Será possível que o problema? do bem e do mal, o problema de nossa faculdade? para distinguir o que é certo do que é errado, esteja conectado com nossa faculdade de pensar? Por certo, não, no sentido? de que o pensamento pudesse ser capaz de produzir? o bem como resultado, como se a “virtude? pudesse ser ensinada” e aprendida — somente os hábitos e costumes? podem ser ensinados e nós sabemos muito bem com que alarmante rapidez eles podem ser desaprendidos e esquecidos quando as novas circunstâncias exigem uma mudança nos modos e padrões de comportamento?. (O fato? de que habitualmente se trata de assuntos ligados ao problema do bem e do mal em cursos de “moral?” ou de “ética” pode indicar quão pouco sabemos sobre eles, pois moral deriva de mores e ética de ethos?, respectivamente os termos latino e grego para designar os costumes e os hábitos—estando a palavra? latina associada a regras de comportamento e a grega sendo derivada de habitação, como a nossa palavra “hábitos”). A ausência de pensamento com que me defrontei não provinha nem do esquecimento? de boas maneiras e bons hábitos, nem da estupidez, no sentido de inabilidade para compreender— nem mesmo no sentido de “insanidade moral”, pois ela era igualmente notória nos casos que nada? tinham a ver com as assim chamadas decisões éticas ou os assuntos de consciência. [ArendtVE:6]