Míguez
12. Es preciso que percibamos cada cosa por la facultad cognoscitiva que corresponda; unas por los ojos, otras por los oídos y las demás de la misma forma. Y hemos de pensar, bien, que hay otras cosas que ve la Inteligencia, y que comprender no es escuchar ni ver. ¡Como si pudiese prescribirse que se ve con los oídos o que los sonidos no existen que no se los ve! Pensemos, sin embargo, que los hombres olvidadizos de lo que desde el principio y hasta ahora echan de menos y ansían. (…)
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beleza etc
kalon / καλόν / καλή / kale / κάλλος / kallos / καλός / kalos / καλλιγραφία / kalligraphia / άσχημος / aschemos / αἰσχρός / deformado / feio / desgraçado / infame
gr. καλόν, kalón (tó) : beleza, belo; outra forma, gr. κάλλος, kallos. O conceito de beleza é importante tanto para o conhecimento do homem, para os objetos de seu conhecimento como para ação e a condução da vida. gr. άσχημος, áschemos = feio, feiúra
Olivier Clément
Philokalia = amor ao belo. Esta beleza divino-humana que Dionísio o Areopagita diz que ela "suscita toda comunhão". Mais prosaicamente portanto, na época que esta obra foi composta o nome significava também antologia ou florilégio. Com efeito a Philokalia é uma grande coletânea não de extratos mas de tratados integralmente transcritos e constituindo uma "escola mística da oração interior" (Prefácio de Nicodemos Hagiorita). Tratava-se de sugerir a ação e a contemplação cuja meta é descobrir o "reino de Deus em vós mesmos, o tesouro oculto no campo do coração", alusão a parábola evangélica descrevendo um homem que, tendo encontrado um tesouro num campo, vende tudo o que possui para adquiri-lo. [Introdução, Philocalie]
Frithjof Schuon
É belo, não o que amamos e porque o amamos, senão aquilo que por seu valor objetivo nos obriga a amá-lo.
A beleza, seja qual seja o uso que possa fazer dela o homem, pertence fundamentalmente a seu Criador, que por ela projeta na aparência algo de seu ser.
A percepção da beleza, que é uma adequação rigorosa e não uma ilusão subjetiva, implica essencialmente, por uma parte, uma satisfação da inteligência e por outra, um sentimento ao mesmo tempo de segurança, de infinidade e de amor. De segurança: porque a beleza é unitiva e exclui, com uma sorte de evidência musical, as fissuras da dúvida e da inquietude; de infinidade: porque a beleza, por sua própria musicalidade, faz com que se fundem os endurecimentos e os limites e libera, assim, à alma de suas estreitezas; de amor: porque a beleza chama ao amor, quer dizer, convida à união e por tanto à extinção unitiva.
A beleza, e o amor à beleza, dão à alma a felicidade à qual aspira por natureza. Se a alma quer ser feliz de modo permanente deve levar o belo em si mesma; pois bem, isto só pode fazê-lo realizando a virtude, que também poderíamos chamar a bondade ou a piedade.
A função cósmica, e mais particularmente terrestre, da beleza é atualizar na criatura inteligente a lembrança das essências (ousia), e abrir assim a via até a noite luminosa da Essência una e infinita.
A beleza é um reflexo da beatitude divina; e como Deus é verdade (aletheia), o reflexo de sua beatitude será esta mistura de felicidade e verdade que encontramos em toda beleza.
A beleza do sagrado é um símbolo ou uma antecipação, e as vezes um meio, do gozo que só Deus procura. [Pérolas do Peregrino]
Paul Nothomb
No Relato dos seis dias, primeiro capítulo do Gênesis, a cada dia, ou seja por seis vezes, à medida que progride a obra de sua Criação, Deus constata que ela é "boa" ("kallon" na tradução da Septuaginta). E depois da criação do Homem, que ela é "muito boa". Assim este relato "evolucionista" não contém nenhuma negação nem nenhuma expressão restritiva: um "não" sequer, nem um "sem", nem um "se", nem um "mas". Tudo no mundo criado por Deus aí é declarado positivo.
A palavra hebraica TWB (pronunciada "tov") seis vezes repetida no relato quer dizer "bom" mas também "belo". A beleza caracteriza a criação divina. É até mesmo o que permite reconhecê-la. [NothombTC]