(Axelos1962)
Na linguagem, revela-se o aspecto luminoso e, por oposição consequente, tenebroso de tudo o que existe. Tudo — ou seja, a totalidade enquanto Totalidade e todos os fenômenos particulares que a compõem — “obedece” à lei cósmica, que é uma lei divina. Em outras palavras: o englobante universal é um Todo único, graças à sua própria força coesiva, que coincide com a lei divina. Pois, se o fogo sempre vivo é o motor interno do devir cósmico, esse fogo, em sua forma mais vigorosa, expressa a força da divindade que habita todo o Universo; o raio que governa tudo manifesta todo o poder visível e invisível da divindade que unifica o Todo. Assim, a compreensão da lei divina e universal leva os mortais ao reconhecimento da unidade da totalidade (omologein sophon estin en panta einai, fr. 50), para impedi-los de cometer atos individuais de desmesura (hybris).