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Enéada II, 1
Enéada II, 1 (40)
PLOTINO - TRATADO 40 (II, 1) - SOBRE O MUNDO
O tratado 40 se interessa pela permanência do mundo e por aquela do céu. Tanto platônicos quanto peripatéticos estimam que o universo é imortal e que os astros o são eles também. Os estoicos, por seu lado, consideram que o universo tal qual o conhecemos nasce e se corrompe seguindo ciclos: o mundo renasce no início de cada ciclo para se consumir ao termo em uma conflagração universal, que dissolve no fogo primitivo tanto os astros como todo o resto do mundo. Plotino aborda portanto um tema clássico, que acompanham um bom número de argumentos de escola. Segundo Aristóteles , o mundo é imortal porque é impossível que um ser não engendrado seja corruptível, enquanto os astros se compõem de um quinto elemento, o éter, que é por natureza incorruptível. Segundo Platão , o mundo é incorruptível porque contém tudo (Timeu 32c-33a), enquanto que os astros não conhecerão a morte, pois o demiurgo deseja que assim seja (Timeu 41a-b). Uma e outra destas duas teses, segundo Plotino, não se dão sem dificuldades. De pronto, não se pode aceitas as hipóteses de Aristóteles sobre o quinto elemento. Em seguida, quando de fato o mundo tudo contém e que nada não pode afetá-lo de fora, assim não se dá com os astros, pois estes não são senão partes do universo. As partes do universo podem nascer e morrer sem que a imortalidade do universo inteiro seja posta em causa. Platão e Heráclito dizem por seu lado que os corpos sensíveis, o que inclui sem dúvida os astros, fluem sempre e que nada permanece idêntico. Além do mais, evocar a vontade do deus não aporta nenhuma luz sobre a questão. Mesmo se Platão estivesse na verdade, qual é portanto a natureza desta vontade e de qual maneira age ela sobre os corpos? [Brisson ]
Capítulos 1-2: As dificuldades que impõe a hipótese da incorruptibilidade do céu.
- Cap 1: Insuficiência dos argumentos do Timeu: a vontade de deus e do mundo contêm tudo
- Cap 2: O fluxo dos corpos sensíveis, se concerne também os astros, cria problema
Capítulos 3-5: A alma e o corpo participam da imortalidade do vivente.
- Cap 3: O corpo do mundo e do céu
- Cap 4: O poder da alma do mundo
- Cap 5: Exegese do Timeu 41c, sobre o demiurgo, a alma do mundo e a alma intelectiva
Capítulos 6-7: A composição material do céu.
- Cap 6: Justificação da natureza puramente ígnea do céu
- Cap 7: Apelo à autoridade platônica por uma nova interpretação de Timeu 31b
Capítulo 8: O corpo do céu não se consome e não tem necessidade de nutrição; os astros têm uma alma mais potente e um corpo melhor
Matérias
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Plotino - Tratado 40,6 (II, 1, 6) — A composição material do céu: natureza ígnea
31 de maio de 2022, por Cardoso de Castro
Míguez
6. Volvamos a la consideración de antes: ¿el cielo contiene solamente fuego o hay algo, además, que fluya de él, por lo cual necesite de alimento? Para Timeo el cuerpo del universo está compuesto primordialmente de tierra y de fuego; de fuego para hacerse visible, y de tierra para aparecer sólido. Concluye de aquí que los astros están compuestos en gran parte de fuego, pero no enteramente, ya que semejan tener solidez. Esto quizá sea verdad, dado que Platón cuenta para ello con una (…)
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Plotino - Tratado 40,7 (II, 1, 7) — A composição material do céu: exegese Timeu 31b
31 de maio de 2022, por Cardoso de Castro
Míguez
7. Quizá sea lo más conveniente dar oídos a Platón: según él, si hay en la tierra algún sólido que ofrezca resistencia, es porque la tierra se halla situada en el centro, como un verdadero puente volante; y así, se muestra bien asentada para cuantos caminan sobre ella, en tanto que los animales esparcidos por su superficie adquieren una solidez como la suya. La tierra posee continuidad por sí misma, pero su iluminación la recibe del fuego; tiene además parte de agua para no caer en (…)
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Plotino - Tratado 40,4 (II, 1, 4) — Imortalidade: o poder da alma do mundo
31 de maio de 2022, por Cardoso de Castro
tradução
4. Melhor será, no entanto, considerar a questão em si mesma, e não com relação ao objeto buscado, isto é, se há algo que verdadeiramente flua dali e se as coisas do céu têm necessidade do que, com linguagem não apropriada, chamamos alimento. Ou é que, uma vez ordenadas as coisas do céu segundo sua natureza, já não experimentam eflúvio algum? Acaso contém o céu somente fogo, ou contém também, ainda que com maior quantidade de fogo, outras matérias que podem permanecer suspensas e (…)
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Plotino - Tratado 40,1 (II, 1, 1) — Insuficiência dos argumentos do Timeu sobre a incorruptibilidade do céu
20 de janeiro de 2022, por Cardoso de Castro
tradução desde Míguez
1. Diz-se que o mundo é eterno e que teve e terá sempre o mesmo corpo. Se damos como razão disto a vontade de Deus, é possível que não nos enganemos, mas, contudo, não nos procuramos nenhuma evidência. Por outro lado, oferece-se a transformação dos elementos e, na terra, os animais são presas da destruição. Salvando-se dela tão somente a espécie, coisa que não se entenderá de outro modo no universo, pois o universo possui também um corpo, que sempre se mostra fugidio (…)
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Plotino - Tratado 40,8 (II, 1, 8) — O corpo do céu não se consome e não tem necessidade de nutrição
31 de maio de 2022, por Cardoso de Castro
Míguez
8. Siendo así que esta luz permanece en el cielo, en el lugar que le ha sido asignado, como luz pura que asienta en el lugar más puro, ¿cómo en realidad podría descender de ahí? Es claro que por su naturaleza no podría fluir hacia abajo, ni existe nada en el cielo que pueda forzarla a precipitarse hacia la tierra. Y, por otra parte, todo cuerpo que reúne en sí un alma ya es un cuerpo distinto, que no guarda relación con ese mismo cuerpo privado de ella; eso acontece con el cuerpo (…)
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Plotino - Tratado 40,2 (II, 1, 2) — O fluxo dos corpos sensíveis
31 de maio de 2022, por Cardoso de Castro
tradução
2. Admitamos esta opinião e afirmemos que o céu e tudo o que há nele possui uma eternidade individual, enquanto o que cai sob a esfera da lua possui uma eternidade quanto à espécie. Haverá que mostrar também como um ser corporal pode conservar sua individualidade e identidade com pleno direito, embora seja próprio da natureza de cada corpo o estar em um fluxo contínuo. Porque tal é a opinião dos físicos e de Platão, não só com respeito aos outros corpos senão com relação aos (…)
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Plotino - Tratado 40,3 (II, 1, 3) — Imortalidade: o corpo do mundo e do céu
31 de maio de 2022, por Cardoso de Castro
tradução
3. Como pois apesar de sua fluidez constante, cooperam à imortalidade do mundo a matéria e o corpo do universo? Porque o corpo (flui), diríamos, mas não para fora; permanece no universo e não sai de modo algum dele, não sofrendo igualmente nem aumento nem diminuição; portanto, tampouco envelhece. Convém advertir que a terra se conserva eternamente em sua forma e em sua massa, sem que seja abandonada jamais pelo ar ou a natureza da água, pois nem a transformação destes elementos é (…)