Míguez
1. En lo que hemos investigado sobre la esencia del alma pudimos mostrar que no es un cuerpo, ni tan siquiera, entre los seres incorpóreos [asomato], lo que consideramos la armonía [harmonia] o la entelequia [entelekia] de un cuerpo. Esto último no es verdad, tal como se dice, ni tampoco nos indica lo que es el alma, cuya investigación nosotros hemos abandonado. Si afirmamos que el alma es de naturaleza inteligible y de rango divino, veremos algo más claro en lo que atañe a su (…)
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Enéada IV, 2
Enéada IV, 2 (4)
PLOTINO - TRATADO 4 (IV,2) - SOBRE A REALIDADE DA ALMA (I)
Este tratado é a sequência do Tratado-2, do qual prossegue a conclusão propondo uma definição da alma. Como os últimos capítulos do Tratado 2 lhe deram a ocasião, Plotino diz aqui da alma que ela é uma realidade indivisível, incorruptível e imortal. Esta tese é defendida com a autoridade platônica do Timeu , no qual Platão tinha explicado como a alma do mundo foi engendrada pelo artesão divino a partir de uma mistura "entre a realidade indivisível e que permanece sempre a mesma e a realidade divisível que se se torna nos corpos" (Timeu 35a1-3). Esta fórmula platônica permite a Plotino explicar como, sem ser absolutamente corporal e sem ser divisível como o são os corpos, a alma no entanto é divisível, de uma maneira outra que quantitativa que lhe permite estar presente em todos os corpos. Deve-se assim concordar, em seguida a Platão, que a alma é uma realidade intermediária, ao mesmo tempo indivisível e divisível: indivisível na medida que não é uma quantidade estendida e corporal, mas divisível na medida que ela pode exercer sua atividade nos corpos distintos, múltiplos e separados. É o que precisará de novo o único capítulo que Porfírio isolou para dele fazer o primeiro tratado da quarta Enéada. [Brisson ]
Capítulo 1: A realidade da alma [psyche]
- 1-10. Resumo das conclusões do Tratado 2 (a alma é uma realidade divina [theion] e inteligível [noeton]).
- 11-17. O sensível [aisthesis] é dividido.
- 17-29. O inteligível [noeton] é indivisível.
- 29-41. A alma é uma realidade intermediária [metaxu], ao mesmo tempo indivisível [ameriston] e divisível [meriston].
- 41-45. A alma é indivisível em si.
- 45-76. A alma é divisível nos corpos [soma].
Capítulo 2: Analise dicotômica da divisibilidade e da indivisibilidade da alma.
- 5-35. Exame das consequências da hipótese segundo a qual a alma seria somente divisível. Demonstração de sua impossibilidade.
- 35-39. Demonstração da impossibilidade da hipótese adversa segundo a qual a alma seria exclusivamente indivisível.
- 39-49. Conclusão: a alma é ao mesmo tempo divisível e indivisível.