Página inicial > Sophia Perennis > Pessoa: Ciência Oculta
Pessoa: Ciência Oculta
sexta-feira 1º de agosto de 2014, por
129A.(m)
Da identidade do esotericismo [1] rosa-cruz com a Gnose não pode haver dúvida.
Nos livros dos Rosa-Cruz nós encontramos todas as afirmações que o neoplatonismo cristão continha, tanto as místicas, como as políticas. Os livros representativos do esoterismo rosa-cruz, a par do seu misticismo simbolista, fusão do emanacionismo neoplatônico e da Kabbala judaica, apresentam os mais evidentes sintomas do utopismo politico. O fraternarismo igualitário aparece nas utopias rosicrucianas, assim como uma ânsia de paz as atravessa.
É de um iluminado, Louis Claude de Saint-Martin , que deriva a tritypica do utopismo ativo moderno — a «liberdade, igualdade, fraternidade» dos revolucionários franceses.
A Revolução Francesa (com o seu séquito de calamidades, de que o Cristianismo partilhou) é a vingança da Gnose.
Renasce, sob outra forma, separadamente, o velho cisma cristista entre gnósticos e simples cristãos. Renasce tendo os princípios da gnose, tripartida, passados no que místico para o enxame de sociedades e correntes ocultistas do nosso tempo, e, no que igualitários e essenicamente para a teoria e a malfadada prática da democracia moderna. Assim, renascendo para a superfície da história, renasce moribunda a Gnose, substrato místico do cristianismo; renasce moribunda, porque renasce dividida.
Por toda a parte, e em todas as suas formas, o cristianismo se divide e se esfacela; em uma palavra, apodrece.
O neo-gnóstico laico, que é o democratismo moderno, continua a ser o misticismo dos escravos, a aspiração das épocas decadentes onde se perdeu a noção da inter-relação dos egoísmos na vida social e a utopia se erige em diretriz da vida.
[1] Grafia antiga de Esoterismo.