Já vimos, em CYRANO DE BERGERAC PHILOSOPHE HERMÉTIQUE, que “profissão” tem sua raíz etimológica em “pôr diante um discurso”, “confessar”, “proferir”, em resumo: professar uma profissão é proferir o discurso do projeto de poder-ser (Seinkönnen) do ser-aí (Dasein) em ocupação (Besorgen) a serviço da saúde. O chamado “profissional de saúde” é entre os personagens projetados pelo poder-ser na abertura do ser-aí, em sua constituição fundamental de ser-em-o-mundo, na clareira do “aí” se dando em ocupação a serviço da saúde. Ou seja, a “medicina é uma profissão a serviço da saúde”, afirma este poder-ser constitutivo de profissionais e outros personagens, na abertura do ser-aí EM QUE aí-se-é profissional de saúde ou pessoa doente, COM QUE aí-se-compreendem papeis, atos e fatos, DE QUE aí-se-constituem estes papeis, atos e fatos. Enquanto, “uma profissão a serviço da saúde”, a medicina põe diante, profere, professa uma profissão, e assim detém o poder-ser constituidor de personagens, atos, fatos a serviço da saúde. A questão a refletir agora é justamente aquilo que se profere um discurso, se formula um “telos”, uma “razão de ser-aí”, a saúde.