O ENCONTRO é a experiência dos caminhos da existência. Buscamos estar nesses caminhos no poder de um saber o que fazer, como e por que fazer. Estamos neles com algum conhecimento de nós e dos outros, com alguma ciência e sentido das coisas e dos acontecimentos.
Esse conhecimento de ciência e sentido é a nossa consciência. É o eu ou o nós. Já é o encontro com a gratuidade de todos os caminhos, o nada da consciência.
Quando em tudo que vemos e tocamos, sabemos e ousamos, ouvirmos, na fala dessa sabença consciencional, o silêncio de uma estranha doação, inauguramos o encontro, compomos a comunidade.
Para conquistar o encontro é preciso um recurso: a consciência. A consciência é apenas o curso, por onde seguimos buscando o encontro, o reino da comunidade.
As vias de uma paisagem não são por certo a paisagem, mas é por onde somos encaminhados à paisagem. A consciência do encontro não é o encontro, mas é no curso da consciência que somos endereçados à paisagem do encontro, à «nosidade».
No mais das vezes, no seguimento de um caminho ou curso de consciência não ousamos seu per-curso, assusta-nos percorrê-lo até ao fim, até a sua essencialidade, o nada ou o vazio de sua consistência. Intimida-nos a contingência: a subtração de sua doação.
Por estarmos apenas no curso, no tão-só da consciência do que somos e podemos, é que a tristeza e o abandono nos visitam sem o convívio do encontro. Dizem as escrituras o segredo do encontro nessas palavras: «Ninguém que põe a mão no arado e olha para trás, chega ao reino da comunidade, ao céu de todos os caminhos».
O curso é uma consciência definida, uma interpretação da existência, um modo subjetivo de ser e consequentemente um modo objetivo de falar.