Introdução — A noção de “filosofia eterna” e a perspectiva metafísica.
Primeira Parte — Situação da perspectiva metafísica
- Capítulo I — Perspectiva metafísica e tradição espiritual
- A doutrina vai além dos dogmatismo antinômicos
- Exemplo de coincidência de aspectos opostos
- Une a extrema universalidade de seu conteúdo doutrinal e de suas implicações espirituais à extrema singularidade de seu enraizamento em uma tradição espiritual determinada
- Nos atemos à expressão propriamente “filosófica” da perspectiva metafísica
- Nome religião reservado às tradições monoteístas, assinalando a diferença fundamental das tradições mitológico-metafísicas
- A situação dos sistemas filosóficos é radicalmente oposta àquela da perspectiva metafísica
- Primeiro no que concerne o enraizamento na tradição espiritual
- Segundo, a diferença entre a perspectiva metafísica e o sistema filosófico é clara no que concerne a continuidade tradicional
- Capítulo II — A diversidade das formulações da perspectiva metafísica.
- Os fundamentos da diversidade das formulações
- Exemplos de formulações divergentes:
- Formulação oriental e formulação ocidental — Vedanta não-dualista e Neoplatonismo — Shankara e Plotino
- Formulação budista e formulação vedanta
- Capítulo I — A integração metafísica da ontoteologia tradicional
- As limitações da ontoteologia tradicional
- Da universalidade da perspectiva metafísica
- Capítulo II — Da cosmologia metafísica
- Se o Absoluto concebido no rigor de sua infinitude metafísica é apreendido com devendo se limitar e se negar em aparência para se afirmar como o Ser puro ou a Causa primeira da ontoteologia, a existência do “cosmo” é uma consequência não menos necessária desta infinidade.
- A “cosmologia metafísica” vai além das limitações da cosmologia dogmática
- A superação da ontoteologia em direção à Não-dualidade da perspectiva metafísica significa a “aniquilação” pura e simples do criado, do manifestado, da “existência”.
- Distinção entre Não-Ser e Nada
- Essencial à perspectiva metafísica
- Identificação Uno — Não-Ser
- A realidade do “cosmo” é duplamente fundada no coração mesmo da infinitude hipercósmica do Uno, ao mesmo tempo enquanto ela não é outra coisa que o Uno e enquanto ela não é idêntica a Ele.
- Importância da dialética descendente
- Enquanto a essência mesma do mundo não rigorosamente idêntica ao Uno, ela é fundada na Unidade ela mesma.
- Por haver uma dualidade relativa no coração mesmo do Uno este pode aparecer como Princípio, como Razão, como Causa.
- Graças à imanência da “matéria” no Absoluto ele mesmo, sob forma de Alteridade inteligível, que o aspecto não-material, ou “essencial” pode ser imanente na totalidade das realidades manifestadas.
- Se Platão e Plotino distinguem de maneira as vezes radical o mundo inteligível e o mundo sensível, é por razões de metodologia espiritual mais do que em virtude de um verdadeiro dualismo doutrinal.
- Perfeita continuidade do mundo, ou melhor, dos mundos, onde cada grau se distingue do outro em razão de uma mistura diferente de “essência” e de “substância”
- Desde que a Essência é, ela é não somente princípio de limitação, mas só é princípio de limitação essencial, de determinação inteligível porque ela se limita e se define por assim dizer ela mesma pela multiplicidade infinita des seus aspectos inteligíveis.
- A doutrina dos graus de realidade
- Relações dinâmicas entre o Absoluto e a manifestação
- O dogmatismo da ontoteologia tradicional do Ocidente apresenta duas “doutrinas particularmente significativas:
- No aristotelismo, o mundo, enquanto é constituído pelo conjunto das “formas específicas” é “eterno”: as espécies são incriadas, e eternamente veiculadas através dos indivíduos perecíveis
- No criacionismo, o mundo, que é criado por Deus, é praticamente, em razão das implicações cósmicas do criacionismo, senão eterno, pelo menos imortal.
- O dogmatismo da ontoteologia tradicional do Ocidente apresenta duas “doutrinas particularmente significativas:
- Capítulo I — Esboço de uma crítica metafísica da filosofia sistemática
- Duas formas de dogmatismo
- O dogmatismo “tradicional”
- O dogmatismo filosófico
- Exemplo da ontoteologia tradicional do Ocidente
- O entendimento — a razão — parece submetida a duas tentações contraditórias
- A primeira consistindo a superar os limites da experiência “possível” em afirmando um Incondicionado que lhe parece fundar a unidade desta experiência
- A segunda consistindo em se fechar nos limites da experiência em negando a realidade do Absoluto
- A Ideia de Infinito imediatamente apreendida pela intuição intelectual, em virtude de uma evidência que ultrapassa toda exigência e por conseguinte toda “crença”, toda “opinião”, toda afirmação mais ou menos gratuita e arbitrária, nos pões em presença do Incondicionado que está além de toda Causa, mesmo primeira, e sabemos que em virtude de sua “Infinidade”, que exige que o “Não-Ser” seja, de uma certa maneira, este Infinito se nega por assim dizer necessariamente ele mesmo em aparecendo como a Causa ou o Um-e-múltiplo que é a origem da manifestação como tal. É neste termo absolutamente primeiro que nos parece residir a chave da antinomia que opõe o dogmatismo e o empirismo
- O Infinito integralmente infinito não está mais além da experiência, na medida onde ele constitui o objeto da evidência mais imediata e apodítica.
- Este Infinito não exclui a “experiência”, ou mais precisamente não deixa de fora dele a indefinidade inerente à “finitude” da experiência compreendida na significação kantiana do termo.
- A limitação desta experiência “filosófica”ou “sistemática” do ser nos parece revestir duas formas essenciais:
- A subjetividade permanece em contradição com sua exigência de Absoluto ou de unidade, em constatando as antinomias às quais ele se encontra acuada
- O pensamento tenta resolver as contradições em optando por um ou outro dos aspectos antinômicos, mas ele fecha o Absoluto na unidade abstrata e exclusiva de um sistema
- O Si é ao mesmo tempo:
- Pura Subjetividade que se encontra alcançada ao termo de um movimento de transcendência integral, e que ultrapassa as limitações “espiritualistas” e “idealistas” da consciência de si
- Plenitude infinita de um Real que não alcanço como o Outro cuja alteridade me excluiria de sua plenitude abstrata para me rejeitar nas minhas limitações existenciais, mas como o Infinito ao qual eu sou essencialmente idêntico.
- Duas formas de dogmatismo
- Capítulo II — Esboço de uma filosofia da história da metafísica sistemática
- Da metafísica integral ao dogmatismo ontoteológico
- Da ontoteologia ao dogmatismo temporalista
- O temporalismo niilista ou a auto-destruição da metafísica sistemática
Segunda Parte — Natureza da perspectiva metafísica
Terceira Parte — Filosofia sistemática e perspectiva metafísica
Conclusão — Dogmatismo metafísico e revolução copernicana.