Baader (FG:I.3) – só se é tentado por seu próprio desejo

nossa tradução

Não é somente por este ato primitivo (universal e central) mas também por cada ato autônomo da inteligência, por cada ato particular realizado na vida temporal e traduzindo uma decisão livre desta inteligência, que vale o princípio segundo o qual ela se dispõe fazendo seu próprio caráter bom ou mau; e é preciso em consequência por esta posição ou destituição última, sucessiva ou realizada no tempo, uma explicação diferente daquela que vale para a primeira posição intemporal. Com efeito, assim como a criatura inteligente, dado que por este ato primeiro e central se dispõe em princípio como boa ou má, ainda não tenha desenvolvido, portanto, sua bondade ou sua maldade em sua evolução, ainda não tenha finalizado, em outros termos não lhe tenha ainda dado uma substância, o que representa o sentido de crescimento no tempo; da mesma maneira esta criatura inteligente adquire justamente por sua entrada na vida temporal, graças a uma evolução sucessiva (afirmação) ou por uma não-evolução (negação) deste fundamento bom ou mau, o poder de destruir nela um ou outro destes caracteres que adquiriu, e (porque destructio unius generatio alterius) se por exemplo da destruição sucessiva foi aquela do fundamento (da tendência) mau, de restaurar nela de uma maneira regressiva e mediata o fundamento bom. O ato primitivo A, enquanto é central e universal, guarda com efeito nele, em potência e de uma maneira indistinta todos os atos particulares a, b, … x, e depois de ter negado nela todos estes diferentes atos a, b, … x, a criatura de pronto e por regressão destrói o ato fundamental A, e compreendemos por isso aí que na vida temporal cada um só seja tentado por seu próprio desejo.

Original

Ce n’est pas seulement pour cet acte primitif (§ 1) (universel et central) mais aussi pour chaque acte autonome de l’intelligence, pour chaque acte particulier réalisé dans la vie temporelle et traduisant une décision libre de cette intelligence, que vaut le principe selon lequel elle pose ce faisant son propre caractère bon ou mauvais ; et il faut en conséquence pour cette position ou destitution dernière, successive ou réalisée dans le temps, une explication différente de celle qui vaut pour la première position intemporelle. En effet, de même que la créature intelligente, du fait que par cet acte premier et central elle se pose en principe comme bonne ou mauvaise, n’a pas encore développé pour autant sa bonté ou sa méchanceté dans son évolution, ne l’a pas encore achevée, en d’autres [34] termes ne lui a pas encore donné véritablement une substance, ce qui représente le sens de la croissance dans le temps ; de même cette créature intelligente acquiert justement par son entrée dans la vie temporelle, grâce à une évolution successive (affirmation) ou par une non-évolution (négation) de ce fondement bon ou mauvais, le pouvoir de détruire en elle l’un ou l’autre de ces caractères qu’elle a acquis, et (parce que destructio unius generatio alterius) si par exemple la destruction successive a été celle du fondement (du penchant) mauvais, de restaurer en elle d’une manière régressive et médiate le fondement bon. L’acte primitif A, en tant qu’il est central et universel, renferme en effet en lui, en puissance et d’une manière indistincte tous les actes particuliers a, b… x, et après avoir nié en elle tous ces différents actes a, b… x, la créature a du même coup et par régression détruit l’acte fondamental A, et nous comprenons par là que dans la vie temporelle « chacun ne soit tenté que par son propre désir ».

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