É patente que se perdeu de vista o sentido último da atividade filosófica. Ela é confundida com o sermão, a agitação, o folhetim ou a ciência especializada. Desceu-se da perspectiva do pássaro para a da rã. Trata-se de nada menos do que saber se uma verdadeira filosofia é possível, hoje ou amanhã. Caso contrário, mais valeria o indivíduo tornar-se agricultor ou engenheiro, qualquer coisa verdadeira e real, do que ruminar temas desgastados, a pretexto de um “novo avanço do pensamento filosófico”, e melhor seria construir um motor de avião do que uma teoria nova e igualmente supérflua da apercepção. Na verdade, é uma forma pífia de preencher a vida formular mais uma vez, e de modo um pouco diferente do de cem predecessores, as concepções sobre o conceito de vontade e o paralelismo psicofisiológico. Isso talvez possa ser uma “profissão”, mas não é filosofia.