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Johann Reuchlin (Vieillard-Baron)

JLVB1988

Johannes Reuchlin viveu de 1455 a 1522. Sua vida é bem conhecida graças à sua correspondência e à dos humanistas de sua época com os quais teve contato. Etimologicamente, seu nome significa “pequena fumaça” — do verbo rauchen, fumar. Daí o apelido grego que ele adotou, Capnion, de ò kapnos, fumaça. Apesar desse nome, Reuchlin era um pensador claro: começou estudando direito na Universidade de Freiburg, foi para Paris, aprendeu línguas antigas lá, depois Basileia, finalmente Orléans, depois Poitiers. Em 14 de junho de 1481, ele obteve um Licencié en droit da Universidade de Poitiers. Não há necessidade de repetir aqui a história da vida de Reuchlin, que já foi contada centenas de vezes. O que importa para nós é sua situação como humanista alemão: ele era fascinado pela Itália e viajou para Florença e Roma… Ele foi calorosamente recebido por Lorenzo de Medici e escreveu, de forma um tanto poética: “Cheio de desejo de conhecer Florença, eu estava ansioso para ver a suntuosidade arquitetônica de sua casa ancestral, conhecida como a casa de Cosmo de Medici, inédita para nós, nativos das florestas hercínicas… ”. Reuchlin combina a admiração pela Itália com o orgulho de ser alemão: “Mesmo além dos Alpes”, escreve ele, é possível encontrar “mentes dotadas para o estudo da sabedoria, capazes de discutir as questões mais elevadas com razões plausíveis”. Um segundo ponto a ser enfatizado é a aversão desse humanista à especialização. Esse foi o ponto central de sua luta para transformar a universidade escolástica, que oferecia um refúgio seguro para os medíocres por meio da compartimentalização rígida das disciplinas e do fetichismo de graus e escalões. Como jurista, filólogo, filósofo e teólogo, Reuchlin queria, acima de tudo, introduzir um novo espírito nos estudos universitários. Seguindo seu exemplo, tentarei explicar a relação entre o platonismo e a Cabala em Reuchlin, sem ser um especialista em Reuchlin, na Cabala ou mesmo no platonismo.

Antes de abordar esse problema diretamente, vamos primeiro observar o lugar de Reuchlin na corrente do humanismo alemão: ele está situado entre Rudolph Agricola, dez anos mais velho, cuja influência ele sofreu, e Melanchthon, que ele considerava seu filho. Agricola, discípulo e admirador de Nicolas de Cues, traduziu para o latim o diálogo apócrifo platônico O Axiochos, ou Sobre a Morte e a Imortalidade da Alma, em 1477. Quanto a Melanchthon, coube a ele a grande tarefa de reformar a universidade alemã.

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