Categoria: Rosenstock-Huessy, Eugen

Eugen Rosenstock-Huessy (1888-1973)

  • (FIERING, N. Understanding Rosenstock-Huessy: a haphazard collection of ventures. Eugene, Oregon: Wipf & Stock, 2022) Apesar das imensas áreas de discordância entre os existencialistas, é possível discernir certos temas que, embora expressos de maneiras variadas, parecem comuns a todos eles. Todos concordam com a contingência da vida humana. O homem compartilha a vida, mas “a…

  • (Eugen Rosenstock-Huessy) Existencialismo, uma doutrina mal definida na filosofia. É popularmente entendido como uma escola de filosofia que começou com a revolta do filósofo dinamarquês Sören Kierkegaard contra a filosofia sistemática, exemplificada para ele na filosofia de Hegel; visto dessa forma, o existencialismo supostamente alcançou seu maior desenvolvimento na Alemanha e na França após a…

  • (Eugen Rosenstock-Huessy, Huessy1938) [As revoluções] começam sem referência ao espaço [geográfico], com um programa absoluto para toda a humanidade e uma visão de uma nova terra. Todas acreditam ser o veículo da verdade eterna, revelada e definitiva. Somente relutantemente retornam à velha terra. Toda revolução faz a dolorosa descoberta de que está condicionada geograficamente… Todas…

  • (Eugen Rosenstock-Huessy, Huessy1938) Suponha que todos os tipos de matéria-prima que usamos em nossos negócios comecem a se tornar escassos: borracha, celulose, crianças, poetas; incêndios florestais começam a destruir nossas madeiras e a seca, nossos campos… Nesse momento, o empregador passa a se interessar profundamente pelo processo de “Reprodução”; um novo mundo se abre diante…

  • (Eugen Rosenstock-Huessy, Huessy1938) Michelangelo mostra Deus criando Adão e mantendo, nas dobras de sua imensa túnica, uma vintena de anjos ou espíritos. Assim, no início do mundo, todos os poderes divinos estavam ao lado de Deus; o homem estava completamente nu. Poderíamos conceber um complemento para essa imagem: o fim da criação, em que todos…

  • (Eugen Rosenstock-Huessy, Huessy1938) Nenhuma das múltiplas divindades que exigem nossa gratidão, pensamento e serviço pode escravizar todos os elementos do nosso ser. Pode haver momentos em que precisamos adorá-las. Contudo, ao analisarmos toda nossa vida, do nascimento à morte, não podemos atribuí-la inteira a uma única dessas muitas divindades e poderes. Nenhuma delas é suprema.…

  • (Eugen Rosenstock-Huessy, Huessy2002) Se pergunto “por que os indivíduos formam uma sociedade?” nunca obterei resposta. É que comunidade alguma, em lugar algum, jamais acreditou na verdade de que os indivíduos formam uma sociedade. É verdade que alguns indivíduos formados por uma sociedade com alto grau de liberdade, instruídos nos costumes de tal sociedade livre, já…

  • (Eugen Rosenstock-Huessy, Huessy2002) Toda a etapa da vida em que uma criança ouve, enlevada, a voz de alguém que não pensa senão nela, e portanto não se importa com mais ninguém, é suprimida por essa mentalidade fabril. Em verdade, com todo o seu jogo, o psicólogo profissional é o pior dos casos de problema psicológico:…

  • (Eugen Rosenstock-Huessy, Huessy2002) O papel do vocativo é tão pouco entendido hoje quanto o do imperativo. Poucas pessoas prestam atenção ao fato de que todas as línguas têm vocativos especiais. Estou quase convicto de que nossas formas Nick, Jack, Jim são vocativos ao menos parcialmente genuínos. Mas essas formas são classificadas por nossas gramáticas e…

  • (Eugen Rosenstock-Huessy, Huessy2002) Julieta faz o mesmo quando chama o nome de Romeu. Mas Shakespeare, o onisciente (e é por ele mesmo que o sei), acrescenta a lúcida interpretação de Romeu: “É minha alma que chama meu nome.” O vocativo e a invocação não tiveram na linguística a parte que lhes cabe. Se a tivessem…

  • (Eugen Rosenstock-Huessy, Huessy2002) Uma alma saudável, no ritmo próprio de sua realização, trata-se a si mesma por tu religiosamente, por eu poeticamente, por nós socialmente, por aquilo, ele ou ela cientificamente. A alma não pode começar por aquilo nem terminar por tu ou nós. A partir do momento em que nossa sociedade o tentou persuadir…

  • (Eugen Rosenstock-Huessy, Huessy2002) A fala começa com vocativos e imperativos. Começa com uma fala formal que move os homens à ação e se incorpora num ritual. Nossos livros de gramática, no entanto, começam com o nominativo e o pronome “eu”. O nominativo só pode ser utilizado quando uma experiência está terminada. Eu só posso responder…

  • (Eugen Rosenstock-Huessy, Huessy2002) As formas mais grandiosas da linguagem humana são os nomes. E óbvio que eles não existem na linguagem animal. Ainda que a fala dos homens tenha algo em comum com a dos chimpanzés, estes não podem denominar a Deus. O próprio nome de Deus significa: “aquele que fala; aquele que inspira o…

  • (Eugen Rosenstock-Huessy, Huessy2002) A origem da linguagem é uma das questões mais debatidas, ridicularizadas e desesperadoras da história humana. Rejeitaram-na como questão equivocada a que nunca se poderi a responder, e a qual portanto nunca se deveria levantar. Explicaram essa origem pela “imitação”, por um conjunto de reflexos nervosos (Langer), por gesticulações do corpo inteiro…

  • (Eugen Rosenstock-Huessy, Huessy2002) […] A economia não se tornou ciência senão quando começou a estudar as crises em que se destruía a ordem da economia. A eterna “origem” da economia, sua perpétua explosão como eficiente divisão de trabalho, toma-se compreensível quando voltamos a atenção para a desordem gerada pela ausência de uma eficiente divisão do…

  • (Eugen Rosenstock-Huessy, Huessy2021) Ele, a Palavra feita carne, deu sua vida carnal aos Apóstolos e a todos nós, para que uma verdadeira raça humana, em vez de apenas ter descendência a partir do ventre de uma mãe, pudesse agora ascender a um ventre inesgotável de linguagem. Nosso corpo vem do ventre de nossa mãe, mas…

  • I A. — La Crise de 1841. Une lettre inédite. Les origines familiales « C’est l’hallucination qui domine dans ce caractère, sa folie n’existe que relativement aux autres; il a en lui-même, et déduit logiquement dans sa pensée, la raison de tout ce qu’il fait. » Gérard de Nerval, Les acteur» anglais à Paris. Hamlet.…