Categoria: Kant, Immanuel
-
(MDM1996) “Nem pela experiência possível” 1 — isso visa excluir os encontros com as fantasmagorias 2 [Gespenster] e com as ideias fantasmagóricas [Hirngespinste], o que em francês se traduz por “quimera”. Aquilo de que fala Swedenborg está extra-campo da experiência possível. “Nem pelo entendimento puro” — isso visa [73] excluir todo discurso positivo acerca do…
-
(MDM1996) Ainda não demos conta de todos os aspectos da contribuição kantiana acerca do negativo; ainda não compreendemos a necessidade de um discurso negativo sobre o númeno que disponha seu lugar como um além vazio. E tampouco compreendemos por que Kant convoca ao mesmo tempo os pensamentos de Leibniz e de Swedenborg, como duas variedades…
-
(MDM1996) A representação de um objeto pode aniquilar-se de diversos modos, uma vez que, para a constituição de um objeto, requerem-se várias condições transcendentais: ou bem o próprio conceito é contraditório e não corresponde a nenhuma intuição — é o que Kant chama de “não-coisa” [Unding], e é assim que ele redefine o nihil negativum,…
-
Ideia de uma história universal com um propósito cosmopolita Este problema é, ao mesmo tempo, o mais difícil e o que mais tardiamente é resolvido pelo género humano. A dificuldade, que já a simples ideia desta tarefa põe diante dos olhos, é a seguinte: o homem é um animal que, quando vive entre os seus…
-
Ideia de uma história universal com um propósito cosmopolita O maior problema do género humano, a cuja solução a Natureza o força, é a consecução de uma sociedade civil que administre o direito em geral. Como só na sociedade e, claro está, naquela que tem a máxima liberdade, por conseguinte, o antagonismo universal dos seus…
-
RORTY, A.; SCHMIDT, J. (EDS.). Kant’s Idea for a universal history with a cosmopolitan aim: a critical guide. Cambridge, UK ; New York: Cambridge University Press, 2009. As nove proposições de Kant expressam de maneira sutil e implícita – e reformulam – algumas das fontes filosóficas de suas visões: as vozes dos estoicos e de Agostinho…
-
E. Kant, Crítica da Razão Prática, trad. esp. de Miñana y Vilagrasa e Manuel G. Morente, pp. 235-237. A felicidade é o estado em que se encontra no mundo um ser racional para quem, em toda a sua existência, tudo decorre conforme o seu desejo e a sua vontade; pressupõe, por consequência, o acordo da…
-
(Immanuel Kant, “Verkündigung des nahen Abschlusses eines Traktats zum ewigen Frieden in der Philosophie”, in: Gesammelte Werke in sechs Bänden, organização de Wilhelm Weischedel. Darmstadt: Wissenschlaftliche Buchgesellschaft, 1959, 1966, v. ΠΙ, pp. 406-7.) Uma vez que (…) a saúde humana é (…) feita de doenças e curas incessantes, a simples dietética da razão prática —…
-
A divisão superior é, como foi observado anteriormente, a divisão entre atrabílis (hipocondria) e perturbação mental (mania). A denominação da primeira provém da analogia com a atenção que se presta ao cricri de um grilo (grilo-caseiro) no silêncio da noite, o qual perturba a tranquilidade de que a mente necessita para dormir 1. A (109)…
-
Quarta Proposição: Os meios que a natureza emprega para promover o desenvolvimento de todas as suas predisposições são o antagonismo na sociedade, na medida em que esta última é, no final, a causa de sua ordem legal. Aqui eu entendo por ‘antagonismo’ a insociável sociabilidade dos seres humanos, ou seja, sua propensão a entrar na…
-
A ideia transcendental da liberdade está, na verdade, longe de formar todo o conteúdo do conceito psicológico deste nome, conceito que é, em grande parte, empírico; apenas constitui o conceito da absoluta espontaneidade da ação, como fundamento autêntico da imputabilidade dessa ação. É, no entanto, verdadeira pedra de escândalo para a filosofia, que encontra insuperáveis…
-
Apetite (appetitio) é a autodeterminação da força de um sujeito mediante a representação de algo futuro como um efeito seu. O apetite sensível habitual chama-se inclinação. Apetecer, sem o emprego de força para a produção do objeto, é desejo. Este pode ser dirigido a objetos que o sujeito mesmo se sente incapaz de produzir, e…
-
« Il y a des gens instruits, pour qui l’histoire de la philosophie ancienne ou moderne tient lieu de philosophie : ce n’est pas pour eux que sont écrits ces Prolégomènes. Il leur faut attendre le moment où ceux qui s’efforcent de puiser aux sources de la raison, en auront fini avec leur tâche, et…
-
O nosso conhecimento provém de duas fontes fundamentais do espírito, das quais a primeira consiste em receber as representações (a receptividade das impressões) e a segunda é a capacidade de conhecer um objeto mediante estas representações (espontaneidade dos conceitos); pela primeira é-nos dado um objeto; pela segunda é pensado em relação com aquela representação (como…
-
Excertos do capítulo referente à “Crítica da Razão Pura”, do livro “Kant, Vida y Doctrina” de Ernst Cassirer. Trad. Wenceslao Roces. Fondo de Cultura Económica, 1948. LAS GRANDES IDEAS CENTRALES Las reflexiones de la crítica de la razón parten del concepto de la metafísica y de las vicisitudes por las que este concepto ha atravesado…
-
Excertos de “Que é o Homem?”, de Martin Buber. Trad. em espanhol por EUGENIO IMAZ. 1 SE CUENTA del rabino Bunam de Przysucha, uno de los últimos grandes maestros del jasidismo, que habló así una vez a sus discípulos: “Pensaba escribir un libro cuyo título sería Adán, que habría de tratar del hombre entero. Pero…
-
Prefácio – A razão só entende aquilo que produz… Quando Galileu fez rolar no plano inclinado as esferas, com uma aceleração que ele próprio escolhera, quando Torricelli fez suportar pelo ar um peso, que antecipadamente sabia idêntico ao peso conhecido de uma coluna de água, ou quando, mais recentemente, Stahl transformou metais em cal e…
-
Não restam dúvidas de que todo nosso conhecimento principia com a experiência; a não ser assim, que é que despertaria a nossa faculdade de conhecer e que é que a levaria a exercer-se além dos objetos que impressionam os nossos sentidos e que, por um lado, produzem por si mesmos representações e, por outro lado,…
-
Quando morreu, aos oitenta anos, em 12 de fevereiro de 1804, Kant esquecia tanto quanto Ronald Reagan no final de sua vida. Para superar isso, escrevia tudo em uma grande folha de papel, na qual reflexões metafísicas estavam misturados com contas de lavanderia. Ele era a melancólica paródia do que Kant considerava o princípio mais…