Categoria: Ferreira dos Santos, Mario
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O conceito de ser é um conceito simplicíssimo, comuníssimo e essencial. É o primeiro objeto do intelecto. É formalmente pobre, mas concretamente rico. Todo ser é unidade, alguma coisa, bondade (valor), verdadeiro, entidade, relação (como ainda veremos). O Ser, enquanto tal, não é um gênero e não é um universal. Transcende às categorias que são…
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Segue-se imediatamente do conceito de ser o princípio de não-contradição. O ser é ser, e como tal não admite contradição. O ser é ser e não pode ser não-ser. Sob o mesmo aspecto que é, é; e não pode “não-ser” simultaneamente. Como vimos em “Lógica e Dialética” esse princípio formal de não-contradição não exclui o…
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Duns Scot nos mostra que a inteligibilidade acompanha a toda entidade, repetimos. Todo ser, enquanto é, é inteligível. Todo ser, enquanto é, é semelhante a qualquer outro, porque o ser é predicável tanto a um como a outro. A inteligibilidade do ser é a sua verdade ontológica. É esta a propriedade de todo e qualquer…
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A palavra bondade, vem de bom, que tem bem. Há a bondade absoluta e a bondade relativa. A primeira funda-se na perfeição; a segunda, na sua relação. Todo ente tem bondade (relativa). Há ainda a bondade em si e a bondade para outro. A unidade é a coerência da tensão e revela uma bondade em…
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Verdade é também considerado um conceito transcendental. Todo ser é verdade. As verdades não são unívocas, nem equívocas, são análogas também. Por isso, os escolásticos diziam ens et verum convertuntur, ente e verdade são convertíveis. Todo ser é verdadeiro e tudo o que é verdade é ser. Se há uma falsidade lógica, não há antológica…
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Classificava-as da seguinte forma: a) o ser como existir em si, categoria da substância (ousia); b) os modos de ser do ser que existe em si (substância), o que lhe sucede, o que se lhe ajunta, symbebekota (expressão um tanto irônica) que na filosofia escolástica foi substituída pelo termo accidente, mais expressivo, do verbo cadere,…
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O ato define-se por si, como eficiência. É o ato o que e-facere. Todo ato, enquanto ato, é perfeito, porque é eficiente. Essa eficiência, porém, oferece graus, etc, enquanto fato, não enquanto formalmente considerada. O que é ato ou é, ou não é (formalmente considerado, ontológico). Nós induzimos o ato, dele partimos, pois partimos de…
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Mãe – A MÃE Diz-nos Otto Kerner: “Sobre a terra nada existe mais sagrado que a religião da mãe, pois ela nos leva ao mistério mais profundamente escrito em nossa alma, a relação da criança com a mãe.” Mostra-nos Schmidt que o monoteísmo telúrico, que toma como símbolo a mãe, é próprio das culturas matriarcais.…
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O FOGO O fogo não fala aos animais mas, fala ao homem, e a linguagem que ele usa só o homem podia entendê-la. Ante o fogo, o animal se espanta e foge, mas o homem espanta-se e aproxima-se. É que entre ele e o fogo, há alguma coisa que os irmana. Em todos os povos,…
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A SALVAÇÃO Todas as religiões prometem a salvação. Ao tomar consciência de sua fraqueza e das suas ausências, o homem deseja superar-se, alcançar maior soma de poder, em suma, salvar-se do estado em que está. O esquema religioso da salvação, cujo processo de estratificação é longo e proporcional à esquemática dos diversos ciclos culturais, inclui…
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O SÍMBOLO DA LUZ E DAS CORES Não cabe à Simbólica o estudo da luz, como o é feito na ótica e na Física, mas apenas o referente à sua significabilidade, como motivadora das cores e o significado que estas sempre tiveram e têm para o ser humano. Nesta parte, onde iremos examinar algumas aplicações…
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ARTIGO 4 – SIMBÓLICA DOS SONS NA LITERATURA, E SIMBÓLICA DO ESPAÇO E DO TEMPO Em nosso “Dicionário dos Símbolos e Sinais”, teremos a oportunidade de estudar os símbolos na arte em geral. Neste capitulo, queremos apenas chamar a atenção para os sons que estão nas palavras faladas. Sabemos que estas são propriamente sinais e…
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TEMA VII ARTIGO ÚNICO – CONSIDERAÇÕES SOBRE O SÍMBOLO I Os conceitos, devido à sua homogeneidade, e por serem esquemas abstratos, são deficientes para expressar a interioridade de uma vida, de suas potências, etc. Mas a combinação dos esquemas em tensões operatórias podem-nos servir como outros esquemas abstratos, aos quais imagens representadas de nossa vida…
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CONCEITO E OBJETO DA ONTOLOGIA Na Metafísica, IV, 1, Aristóteles empregava estas palavras: “Há uma ciência que estuda o Ser enquanto ser, e seus atributos essenciais. Ela não se confunde com nenhuma das outras ciências chamadas particulares, pois nenhuma delas considera o Ser em geral, enquanto ser, mas, recortando uma certa parte do ser, somente…
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A IDÉIA DE SER EM ESQUEMAS DA FILOSOFIA MEDIEVAL ’Ens per nihil notius explicatur’, dizia Duns Scot. O ser não pode ser explicado por nenhuma noção. Em primeiro lugar, não pode ser definido, pois como já vimos na Lógica, definir é reduzir a outro. Define-se algo ao opor outro, situando-o em algo, que lhe é…
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A IDÉIA DE SER EM ESQUEMAS DE NOSSA ÉPOCA Mas ante o ser, que sempre é ser, ontologicamente considerado enquanto tal, os entes que compõem o mundo da minha experiência revelam uma constante variância. Temos, de um lado, o que é determinado, e que sofre determinações, variâncias, e o que não o sofre, o que…
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ARTIGO 3 – DO SER E DO ATO O termo ser, como sinal verbal, aponta a um conceito. Mas esse conceito, pela simplicidade com que se reveste para nós (simpliciter simplex), é o seu próprio conteúdo. No entanto, ele aponta, por sua vez ao que entendemos por ser; ele “representa” o ser, que é o…
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TEMA I ARTIGO 4 – DAS PROPRIEDADES DO SER A propriedade é definida como o próprio de uma coisa (idion), que nem sempre é unívoco com o ente. O próprio é o que pertence a toda uma espécie, não como essência, pois pode encontrar-se em outras espécies. O próprio é um predicável acidental. É, em…
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TEMA I ARTIGO 5 – ENTE POSSÍVEL E ENTE ATUAL O ente pode ser atual ou possível. E tal se dá quando a sua aptidão a existir é presente, dá-se no exercício da existência (atual) ou vem a suceder (possível). É intrinsecamente possível o ente que, por coerência consigo mesmo, não tem nenhuma existência atual.…
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TEMA II Artigo 1 – DA DISTINÇÃO – Explanação sintética Sabemos que as diversidades transfísicas são por nós captadas, sem que possamos realizar separações de ordem física. Não corresponde a toda distinção mental uma distinção real–física, uma separação física, como a que podemos distinguir entre um objeto corpóreo e outro. Distinção, que vem do verbo…