Categoria: Escola de Frankfurt
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Não é por acaso que o vidro é um material tão duro e liso, no qual nada se fixa. É também um material frio e sóbrio. Às coisas de vidro não têm nenhuma aura. O vidro é em geral o inimigo do mistério. É também o inimigo da propriedade. […] Se entrarmos num quarto burguês…
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Através dos seus grandes planos, de sua ênfase sobre os pormenores ocultos dos objetos que nos são familiares, e de sua investigação dos ambientes mais vulgares sob a direção genial da objetiva, […] faz-nos vislumbrar, por um lado, os mil condicionamentos que determinam nossa existência, e por outro assegura-nos um grande e insuspeitado espaço de…
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It may be that, in bringing criticism and translation close to each other, Novalis was thinking of a medial, continuous transposition [Überführung] of the work from one language into another—a conception which, given the infinitely riddling nature of translation, is from the start as admissible as any other. (SW 1: 154)
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[…] for the Romantics, criticism is far less the judgment of a work than the method of its consummation. (SW 1: 153)
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[…] so many translations, so many languages—once man has fallen from the paradisiacal state that only knew one language. (SW 1: 71)
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All higher language is a translation of lower ones, until in ultimate clarity the word of God unfolds, which is the unity of this movement made up of language. (SW 1: 74)
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The language of nature is comparable to a secret password that each sentry passes to the next in his own language, but the meaning of the password is the sentry’s language itself. (SW 1: 74)
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[…] every evolved language . . . can be considered a translation of all the others. By the fact that, as mentioned earlier, languages relate to one another as do media of varying densities, the translatability of languages into one another is established. Translation is removal from [of!] one language into another through a continuum…
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SW + vol.: page no.: Benjamin, W. (1996–2003), Selected Writings, eds. M. Jennings and M. Bullock, 4 vols., Cambridge, MA: Harvard University Press, p. 1:62 […] there is no event or thing in either animate or inanimate nature that does not in some way partake in language.
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(W. Benjamin, Vol. II.1, p. 174 (Fate and Character)) [O contexto da culpa] corresponde à condição natural dos viventes, essa ilusão ainda não totalmente dissipada da qual o homem está tão distante que, sob seu domínio, ele nunca esteve totalmente imerso nela, mas apenas invisível em sua melhor parte. Não é, portanto, propriamente o homem…
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(Theodor W. Adorno and Max Horkheimer, Dialektik der Aufklärung:77) Cada uma das figuras míticas está programada para sempre fazer a mesma coisa. Cada uma é uma figura da repetição e chegaria ao fim se a repetição não ocorresse. Todas carregam traços de algo que, segundo os mitos punitivos do submundo — os de Tântalo, de…
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(Benjamin, Vol. II.1, p. 198 f. (‘Critique of Violence’); ET:249 (Selected Writings, Vol. 1).) Entre os Chassidim, há um ditado sobre o mundo vindouro que nos diz que tudo lá estará disposto exatamente da mesma forma como é entre nós. No mundo vindouro, nosso pequeno quarto será também o mesmo que é agora; no mundo…
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[…] a superstição de que a grandeza de uma filosofia está ligada a seus aspectos grandiosos é uma herança idealista ruim; é quase como se a sublimidade de um quadro dependesse da sublimidade de seu tema. Os grandes temeis não dizem nada sobre a grandeza do conhecimento. Se a verdade, como pretende Hegel, é o…
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Embora a relação de Nietzsche com o Aufklärung (…) se mantivesse, apesar de tudo, dividida entre duas tendências, embora ele percebesse no Aufklärung tanto o movimento universal do espírito soberano, que lhe parecia representar a realização integral, quanto a força inimiga da vida, “niilista”, foi apenas este segundo elemento que permaneceu em seus sucessores pré-fascistas…
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Que a verdade de uma teoria seja o mesmo que sua fecundidade é, com certeza, um erro. Mas muitas pessoas parecem admitir o contrário disso. Acham que a teoria, longe de ter necessidade de encontrar sua aplicação no pensamento (im Denken), deve, antes, dispensar o recurso a ele, pura e simplesmente. Elas querem submeter-se à…
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Ethos, a palavra grega, da qual deriva a expressão “ética”, é muito difícil de traduzir. Em geral, é vertida corretamente como “natureza” – refere-se à maneira como és, à maneira como és feito. O conceito mais recente de ‘caráter’ se aproxima muito, e o provérbio grego δαίμων – o ethos é o daemon, ou podemos…
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Há um quadro de Klee intitulado Angelus Novus. Representa um anjo que parece preparar-se para se afastar de qualquer coisa que olha fixamente. Tem os olhos esbugalhados, a boca escancarada e as asas abertas. O anjo da história deve ter esse aspecto. Voltou o rosto para o passado. A cadeia de fatos que aparece diante…
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Contudo, três traços já podem ser identificados na estrutura religiosa do capitalismo. Em primeiro lugar, o capitalismo é uma religião puramente cultural, talvez até a mais extremada que já existiu. Nele, todas as coisas só adquirem significado na relação imediata com o culto; ele não possui nenhuma dogmática, nenhuma teologia. Sob esse aspecto, o utilitarismo…
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A controvérsia travada no decurso do século XIX, entre a pintura e a fotografia relativamente ao valor artístico dos seus produtos, parece hoje dúbia e confusa. Mas isto não invalida o seu significado, podendo mesmo sublinhá-lo. De facto, essa controvérsia foi expressão de uma transformação na história mundial, de que nenhum dos intervenientes teve consciência.…
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O autointeresse, no qual certas teorias do direito natural e filosofias hedonistas tentaram colocar maior ênfase, era tomado apenas como um desses conhecimentos, enraizado na estrutura objetiva do universo e, portanto, formando parte do sistema de categorias como um todo» Na era industrial, a ideia de autointeresse ganhou pouco a pouco a dianteira e, por…