Categoria: Berkeley, George

  • 23. Mas – dir-me-eis – nada mais fácil do que imaginar por exemplo árvores em um parque, ou livros em uma estante e ninguém para percebê-los. Respondo que na verdade não é difícil; mas que é isso senão formardes no espírito certas ideias a que dais nome de livros e árvores, omitindo ao mesmo tempo…

  • 2. Mas ao lado da infinita variedade de ideias ou objetos do conhecimento há alguma coisa que os conhece ou percebe, e realiza diversas operações como querer, imaginar, recordar, a respeito deles. Este percipiente, ser ativo, é o que chamo mente, espírito, alma ou eu. Por estas palavras não designo alguma de minhas ideias mas…

  • 12. Observando como as ideias vêm a ser gerais mais facilmente o entenderemos das palavras. Note-se que eu não nego em absoluto a existência de ideias gerais mas apenas a de ideias gerais abstratas; nos passos citados, quando se fala de ideias gerais, supõem-se sempre formadas por abstração, do modo indicado nos parágrafos 8 e…

  • 89. Nada parece mais importante para construir um sistema de sólido e real conhecimento, à prova do ataque do ceticismo, do que principiar por distinguir claramente o sentido de coisa, realidade, existência. É vã toda discussão sobre a existência real de coisas ou qualquer pretensão a esse conhecimento sem ter fixado o sentido daquelas palavras.…

  • 27. Um espírito é um ser simples, indivíduo, ativo; quando percebe ideias chama-se entendimento e quando produz ou de outro modo opera com elas chama-se vontade; daqui não haver ideia de alma ou espírito; porque, sendo passivas e inertes, as ideias (v. § 25) não podem representar para nós, por meio de imagem ou semelhança,…

  • Todos concordarão que nem os pensamentos, nem as paixões, nem as ideias formadas pela imaginação existem sem o espírito; e não parece menos evidente que as várias sensações ou ideias impressas nos sentidos, ligadas ou combinadas de qualquer modo (isto é, sejam quais forem os objetos que compõem), só podem existir em um espírito que…

  • Um dia, em 1708, um lampejo de verdade brilhou na mente do jovem Berkeley. Durante vários meses ele escreveu notas; ele estava no segundo caderno (chamado Caderno A); enquanto preparava um livro, adotou sinais nas margens. E ele então escreve (Obras 1, pág. 78): E: Existere is percipi or percipere. O cavalo está no estábulo,…

  • 7 É consensual por todos, que as qualidades ou modos das coisas nunca realmente existem cada um deles separados por si mesmo e separados de todos os outros, mas são misturados, por assim dizer, e misturados, vários no mesmo objeto. Dizem-nos, porém, que a mente, sendo capaz de considerar cada qualidade individualmente ou abstraída de…