Categoria: Arendt, Hannah

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  • Thierry Ternisien d’Ouville. Penser avec Hannah Arendt. 2017 A emergência da sociedade, ou seja, a saída do trabalho da obscuridade do lar e a sua instalação na luz do domínio público, apagou a antiga fronteira entre o político e o privado. Alterou mesmo o sentido destes termos, o seu significado para a vida do indivíduo…

  • Pensar, querer e julgar são as três atividades espirituais básicas. ArendtVE I O Pensar 9 É certo que os objetos do meu pensar, querer ou julgar, aquilo de que o espírito se ocupa, são dados pelo mundo ou surgem da minha vida neste mundo; mas eles como atividades não são nem condicionados nem necessitados quer…

  • O título que dei a esta série de palestras, A vida do espírito, soa pretensioso; e falar sobre “O Pensar” parece-me tão presunçoso que sinto que devo começar não com uma apologia, mas com uma justificativa. ArendtVE I O Pensar Introdução Foi essa ausência de pensamento — uma experiência tão comum em nossa vida cotidiana,…

  • Tais características não se desvanecem quando nos engajamos em atividades espirituais, quando fechamos os olhos do corpo, usando a metáfora platônica, para poder abrir os olhos do espírito. ArendtVE I O Pensar 1 Em outras palavras, quando Kant fala do tempo como a “forma da intuição interna”, ele fala, embora sem o saber, metaforicamente, e…

  • A atividade do pensamento — segundo Platão, o diálogo sem som que cada um mantém consigo mesmo — serve apenas para abrir os olhos do espírito; e mesmo o nous aristotélico é um órgão para ver e contemplar a verdade. ArendtVE I O Pensar Introdução Segundo as tradições da Era Cristã, quando a filosofia se…

  • A distinção que Kant faz entre Vernunft e Verstand, “razão” e “intelecto” (e não “entendimento”, o que me parece uma tradução equivocada; Kant usava o alemão Verstand para traduzir o latim intellectus, e, embora Verstand seja o substantivo de verstehen, o “entendimento” das traduções usuais não tem nenhuma das conotações inerentes ao alemão das Verstehen)…

  • Pois, embora nunca tenha havido muito consenso sobre o tema da metafísica, pelo menos um ponto sempre foi tomado como certo: o de que essa disciplina — seja ela chamada de metafísica, seja de filosofia — lidava com objetos que não eram dados à percepção sensorial, e que sua compreensão transcendia o pensamento do senso…

  • O motivo por que nem Kant nem seus sucessores prestaram muita atenção ao pensamento como uma atividade e ainda menos às experiências do ego pensante é que, apesar de todas as distinções, eles estavam exigindo o tipo de resultado e aplicando o tipo de critério para a certeza e a evidência, que são os resultados…

  • Se era um axioma para Platão que o olho invisível da alma era o órgão adequado para contemplar a verdade invisível com a certeza do conhecimento, tornou-se axiomático para Descartes — durante a famosa noite de sua “revelação” — que havia “um acordo fundamental entre as leis da natureza e as leis da matemática”; ou…

  • Segundo as tradições da Era Cristã, quando a filosofia se tornou serva da teologia, o pensamento passou a ser meditação, e a meditação passou novamente a terminar na contemplação, uma espécie de estado abençoado da alma em que o espírito não mais se esforçava por conhecer a verdade, mas por antecipar um estado futuro, recebendo-o…

  • As percepções sensoriais são ilusões, diz o espírito; elas mudam segundo as condições de nosso corpo; doce, amargo, cor, e assim por diante, existem somente nomo, por convenção entre os homens, e não physei, segundo a verdadeira natureza das aparências. ArendtVE I O Pensar Introdução Tais características não se desvanecem quando nos engajamos em atividades…

  • Nada poderia aparecer — a palavra “aparência” não faria sentido — se não existissem receptores de aparências: criaturas vivas capazes de conhecer, de reconhecer e de reagir — em imaginação ou desejo, aprovação ou reprovação, culpa ou prazer — não apenas ao que está aí, mas também ao que para elas aparece e que é…

  • Não foi precisamente a descoberta de uma discrepância entre as palavras, o medium no qual pensamos, e o mundo das aparências, o medium no qual vivemos, que conduziu, pela primeira vez, à filosofia e à metafísica? Com a ressalva de que no começo era o pensamento, na forma de logos ou de noesis, que tinha…

  • Ficou evidente que nenhum homem pode viver entre “causas”, ou dar conta de — em modo integral e em linguagem humana ordinária — um Ser cuja verdade pode ser cientificamente demonstrada em laboratório e testada praticamente no mundo real pela tecnologia. ArendtVE I O Pensar 2 Mas são interessantes como tentativa um tanto desajeitada de…

  • De fato, é como se tudo o que está vivo — para além do fato de que sua superfície é feita para aparecer, é própria para ser vista e destinada a aparecer para os outros — possuísse um impulso para aparecer, para adequar-se a um mundo de aparências, apresentando e exibindo não seu “eu interno”,…

  • Não foi precisamente a descoberta de uma discrepância entre as palavras, o medium no qual pensamos, e o mundo das aparências, o medium no qual vivemos, que conduziu, pela primeira vez, à filosofia e à metafísica? Com a ressalva de que no começo era o pensamento, na forma de logos ou de noesis, que tinha…

  • Por trás desta expressão [banalidade do mal] não procurei sustentar nenhuma tese ou doutrina, muito embora estivesse vagamente consciente de que ela se opunha à nossa tradição de pensamento — literário, teológico ou filosófico — sobre o fenômeno do mal. ArendtVE I O Pensar Introdução Aprendemos que o mal é algo demoníaco; sua encarnação é…