Categoria: Aristotelismo
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Porque a alma para Aristóteles é meramente as capacidades do organismo vivo, ele tem a visão dura, se a interpretação de Alexandre estiver correta, que a alma humana perece imediatamente com a morte. Apenas a escola epicurista compartilha essa crença rígida. Mas os estoicos também negam que quaisquer almas humanas durem até a próxima recorrência…
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Plotino rejeita a ideia de que as almas humanas são partes da Alma do Mundo (a Alma do Universo) que faz girar as estrelas, 4.3.1-8. Pelo contrário, é uma alma irmã e, como as almas humanas, deriva de (ek, apo 4.3 [27] 5 (15); 4.3 [27] 8 (2-3]], a hipóstase, ou nível de realidade, alma…
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Em seu Fédon, Platão parece ainda não ter dividido a alma em três partes, razão, espírito elevado e apetite, mas estar atribuindo ao corpo os desejos posteriormente atribuídos às partes inferiores da alma. No entanto, Simplício encontra uma divisão já aludida na frase do Fédon 77E, ‘A criança em nós’. A educação no sentido próprio…
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Por que as memórias conscientes (epistaseis) de vidas anteriores são tão raras? Porque as percepções conscientes das coisas particulares são externas em relação a seus objetos e suas origens, enquanto as de universais surgem de dentro e são nossas e ao mesmo tempo se apresentam à nossa consciência (epistasia) com um choque menos forte (aplektoteros)…
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Platão distingue o raciocínio matemático dianoia, da compreensão do dialético (noesis), e Aristóteles distingue o raciocínio (logos) de um tipo mais intuitivo de postulação de verdades (noûs), tanto de verdades universais como definições científicas de tipos naturais, quanto na ética de tais verdades particulares, assim tenho argumentado (‘Aristotle on the role of intellect in virtue’,…
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‘Simplício’: Não, isso requer consciência das próprias cognições. ‘Filópono’: Sim. Observe que ambas as respostas se referem ao caráter inventivo da imaginação. A atividade imaginativa é vivida (pathos) pelo fato de a atividade ser dividida e impressionável (typotikon) e inseparável dos corpos; mas depende de nós, porque não fazemos impressões (anaplattomen tous typous) inteiramente em…
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Plotino voltou à associação de phantasia com doxa, mas “Philoponus” registrou a negação de Aristóteles de identidade de ambas, e “Simplício” endossou esta negação. Deveria então ser óbvio para qualquer um que a aparência (phantasia) está na alma – tanto a primeira que chamamos de opinião, quanto a derivada dela, que não é mais uma…
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Platão transformou a phantasia em doxa com percepção sensorial, Sofista 263E-264D; República 603A. Aristóteles distinguiu a doxa como um apelo à convicção (pistis) e, portanto, à(s) razão(ões) (logos). Os estoicos ofereceram a distinção diferente de que julgamento (krisis) e doxa envolvem dar o assentimento (synkatathesis) da razão à aparência. Alexandre de Afrodísias torna isto estoico…
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Ondas: Um exemplo da desmaterialização do processo sensorial é o desenvolvimento do conceito de uma onda movendo-se através da matéria, em oposição à matéria em movimento. Quando uma onda se move através da água ou do ar, regiões sucessivas de água ou ar precisam apenas se movimentar para cima e para baixo, embora o pseudo-aristotélico…
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Um processo de mudança qualitativa nos órgãos dos sentidos é descartado por vários comentaristas de Aristóteles, por Alexandre para evitar uma colisão de cores no olho (cf. também De anima 62,1-13), e por Themistius, exceto no caso do tato, cujo órgão assume quente, frio, duro e macio. O órgão do tato para Aristóteles está no…
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Aristóteles acredita que na percepção a forma é recebida sem matéria. Uma vez que a forma é normalmente (com três exceções de palavras soltas) dita ser recebida, não percebida, nenhum problema surge sobre um objeto interno de percepção se interpondo entre nós e o objeto externo de percepção. Mas quanto ao que é a recepção…
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ATO a) Segundo Aristóteles, o ato é o princípio do agente, pois um agente o é tal, enquanto em ato. O ato, portanto, só se dá no que está em ato; este antecede ao que está em potência. O que está em ato é necessário ao que está em potência, pois é aquele o sustentáculo…
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On the standard view, Plotinus’ disciple and editor, Porphyry, rescued Aristotle and made him central to the Western curriculum once and for all, with the Categories as the first work in the curriculum. In the seventeenth century, Jesuits still chose the Categories as the first work to be translated into Chinese, as being the basis…
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Sendo a excelência dupla, como disposição teórica [1103a14] [do pensamento compreensivo – διανοητικῆς] e como disposição ética [ἠθικῆς], a primeira encontra 15 no ensino [διδασκαλίας] a maior parte da sua formação e desenvolvimento, por isso que requer experiência [ἐμπειρίας] e tempo [χρόνου]; a disposição permanente do caráter [ἠθικὴ] resulta, antes, de um processo de habituação…
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Assim, o homem é um animal cívico, mais social do que as abelhas e os outros animais que vivem juntos. A natureza, que nada faz em vão, concedeu apenas a ele o dom da palavra, que não devemos confundir com os sons da voz. Estes são apenas a expressão de sensações agradáveis ou desagradáveis, de…
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O Humano está assim lançado para a felicidade. Motivado por ela. Para Aristóteles estar lançado para a felicidade caracteriza essencialmente a existência humana. É por termos um conhecimento deste projeto que nos está dado em mãos que percebemos também estarmos afastados dele ou termos já desistido de ir no seu encalço. Se «ser feliz» é…
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O sentido da palavra «perícia» é equívoco. «Perícia» pode ser um ofício ou uma profissão. Mas tem também o sentido de produção artística, arte. Em ambos os casos a língua grega faz pensar, de fato, numa fabricação, numa produção. O operador fundamental da perícia é o domínio de uma competência (artístico-técnica), a qual pode ser…
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Do corpus aristotelicum a Ética a Nicómaco [EN]1 é o mais importante dos textos sobre o problema ético na produção de Aristóteles, conjuntamente com a Ética a Eudemo, os Magna Moralia 2 e um pequeno tratado chamado Sobre Virtudes e Vícios 3. A análise do problema ético em Aristóteles depende de uma caracterização nos seus…
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Mas de todos os problemas postos [pela tradução da Ética a Nicômaco], o maior resulta de há já muito termos perdido o contato com o sentido essencial do prático tal como os Gregos o experimentavam espontaneamente. É desse sentido que dependem a possibilidade da sua caracterização, enquadramento e compreensão. Caracterizar o horizonte prático é caracterizar…
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Parece, pois, resultar evidente que a sensatez não é um conhecimento científico. Isto é, a sensatez, tal como foi dito, abre para o limite extremo de cada caso particular. Na verdade, a ação é um caso extremo e requer um poder de compreensão extremo. Deste modo, a sensatez opõe-se de certa forma à intuição [aisthesis];…