O indizível que a linguagem evita não é uma figura de pensamento do Extremo Oriente. Por outro lado, no discurso ocidental ele é muito difundido. Às vezes, a linguagem é abandonada em prol de um resquício apenas cantável, como fariam, por exemplo, Celan ou Heidegger. Apenas o silêncio está à altura daquele resquício sagrado, que se exprime metafisicamente, esteticamente ou – como em Lévinas, por exemplo – eticamente. Em relação ao “outro” que escapa a qualquer discurso em Levinas, Derrida observa:
Enfim, se nos mantivermos no interior do discurso de Levinas, o que uma linguagem sem frase, uma linguagem que não diria nada, ofereceria ao outro? […] Um mestre que se proibisse a frase não daria nada; ele não teria discípulos, mas apenas escravos 1.
(ByungA)
- Derrida, J. Die Schrift und die Differenz. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1972, p. 226.[↩]