A ideia de liberdade do primeiro romantismo representa um corretivo, ou um antídoto contra a liberdade individual atual. Essa ideia se baseia não no Se-querer ou na vontade de Si, mas no ser-Com ou no querer-Com: “O querer-Com […] é o abrir-se a e o deixar-se cair no Ser. O ser-Com é um dever, mas um dever que […] se origina do pertencimento aberto ao Ser [Seyn] e que regressa para este pertencimento. Esse pertencimento, porém, é a essência mais íntima da liberdade” (GA52:41). A liberdade como pertencimento faz jus à ideia originária de liberdade. A palavra “livre” significa, segundo sua etimologia, estar entre amigos. Tanto a palavra alemã para liberdade, “Freiheit”, como também a palavra alemã para amigo, “Freund”, remontam à raiz indo-germânica fri, que significa amar. Liberdade é amabilidade. Por isso, Hölderlin eleva a amabilidade, que suspende toda separação e isolação, a um princípio divino: “Enquanto persistir no coração a amabilidade – a pura, não sem fortuna – para com a divindade, o homem se mensura”. (ByungVC)