Schaya, Leo

O pecado original do homem repercutiu em toda a esfera da existência humana. Sendo o centro, o mediador, o "rei" de seu mundo, o homem causou por sua própria culpa uma mudança completa em seu estado terreno, sua própria queda para um estado inferior, tanto análogo quanto inverso ou caído em relação ao estado paradisíaco. O ato de união de Adão e Eva no "conhecimento do bem e do mal", substituindo sua união no "Deus vivo" ou na "Árvore da Vida", foi repetido em sua nova existência terrena. (…)

Tiphereth, a «Beleza» de Deus, é Sua Unidade infinita, enquanto Ela Se revela como Plenitude e Harmonia beatíficas de todas Suas Possibilidades. Ao passo que estas residem em Kether em sua Identidade suprema, em Tiphereth elas aparecem como tantos Arquétipos particulares, dos quais cada reúne-se aos outros por fusão essencial e interpenetração qualitativa. Eis porque a Cabala diz: «Quando as Cores (ou Qualidades do Princípio) são entremeadas, Ele Se chama Tiphereth. »
Os Arquétipos são (…)

Metatron é Deus em Ato; é por isso que a Tradição o designa como "pequeno YHVH", a Manifestação universal do transcendente "grande YHVH", ou mesmo como o divino "Príncipe da Face" (Sar ha-Panim), a primeira Revelação da Schekhinah. Ele é o “Anjo” ou o “Enviado” (Malakh) de Deus por excelência, isto é, Sua Descida espiritual integral, pela qual a Totalidade de Suas Emanações se atualiza no mundo; ele é o grande Mediador universal. Deus fala de Metatron, quando diz a Moisés (Êxodo, XXIII, 20): (…)

1
El conocimiento más profundo de sí mismo es la toma de consciencia integral de la esencia supraindividual del alma; esta esencia es idéntica al «Sí mismo» que abarca toda realidad. El conocimiento de la Esencia implica para la consciencia su totalización o «ipseificación»: es la transformación espiritual del conocimiento distintivo y fragmentario del «yo» en la Consciencia una e infinita del «Sí mismo», de la Ipseidad suprema. El «yo» es al «Sí mismo» lo que —simbólicamente— es la ola al (…)

Kether, a “Coroa” — denominada também Kether elyon, a “Coroa suprema” entre todas as “Coroas” divinas, Sephiroth, ou Princípios universais — é a Toda-Realidade incriada e infinita de Deus. Nada Dele está fora; o nada não existe, pois se existisse, não seria mais nada, mas realidade de sua Realidade.
Kether, o único Real, por um lado, permanece oculto nEle mesmo, em Sua Transcendência absoluta, e por outro, Se manifesta como Imanência incriada, no seio de Seu próprio reflexo transitório: a (…)

O primeiro «traço» que aparece na «Pequena Face» de Deus, é Hesed, Sua «Graça». «Hesed» vem (qualitativamente) do lado do Pai (Hokhmah)», mas hierarquicamente do lado da «Mãe», Binah. O Fluxo infinito e indistinto de pura Beatitude, Hokhmah, não permanece o que é senão no seio da Tri-Unidade Suprema, onde vai — simbolicamente falando — de Face à Face divinas, sem sofrer qualquer modificação. Quando sai da «Grande Face» para engendrar a Irradiação criadora da «Pequena Face», Sua Claridade «se (…)

O que acabamos de explicar vale, mutatis mutandis, para os fiéis de todas as religiões ou tradições autênticas. Ao separar o homem dos quatro elementos corporais e suas causas sutis, que são os elementos psíquicos, Deus recolhe toda a diferenciação individual do ser humano no único centro deste último: na unidade de seu corpo. de sua alma espiritualizada e de seu espírito divinizado, uma unidade que se integra à do Uno. Se Deus é a causa primeira desse desapego e dessa união, o homem é a (…)

A existência do corpo etéreo é atestada também por outras tradições do Oriente e do Ocidente, ao mesmo tempo que a realidade do intermundo paradisíaco correspondendo a este corpo primordial e perfeito. Encontra-se aí em presença de um dado tradicional unânime que, à maneira de seu conteúdo, é de natureza primordial: ela trata do homem terrestre enquanto precede sua queda e, portanto, todo particularismo racial, étnico ou religioso — enquanto é simplesmente homem verdadeiro e perfeito, o (…)

Qualquer que seja o destino póstumo da alma humana, ela atravessa, depois de ter deixado seu corpo de carne, — como antes de sua vinda ao mundo, — o degrau cósmico correspondendo ao Paraíso terrestre. Ela passa por este degrau sendo aí revestida de seu Corpo Edênico e aí permanecendo durante uma duração supratemporal mais ou menos estendida, e não fosse senão um “instante”, como aquele do juízo quando da ressurreição dos mortos. Se a alma não sofre então a sorte dos culpáveis, que é aquele (…)

Para el sufí, el mundo fenoménico no tiene ninguna realidad, si no es la Realidad una de Dios. «Su Unidad no tiene asociado» (wahdahu la sharika lahu); sólo la ignorancia le atribuye una «alteridad». La ignorancia es la posibilidad ininteligible o «inexplicable» de la Omniposibilidad divina; «vela» a lo único Verdadero aunque «borrándose» eternamente en Su conocimiento. Por nuestra identificación con la ignorancia, que oculta nuestra Esencia divina, creemos existir fuera de lo único Real. (…)