O que Schopenhauer recomenda é uma “atitude do como se” (Haltung des Als-ob); em linguagem moderna, poderia ser expressada: “Você não tem mesmo nenhuma chance, mas aproveite o que aparecer!”
Essa “felicidade” (Gluck) relativa — de onde poderia vir?
Schopenhauer enumerava três fontes. Provém, em primeiro lugar, “daquilo que se é” (was einer ist); em segundo, “do que se tem” (was einer hat); e finalmente, “daquilo que se representa” (was einer vorstellt). Era nestas três dimensões — o (…)
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Safranski, Rüdiger
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Safranski: Schopenhauer e a comédia da felicidade
8 de setembro, por Cardoso de Castro -
Safranski (SB:411-412) – corpo e vontade
8 de setembro, por Cardoso de CastroNo caso de Schopenhauer, não obstante, se ele situou o corpo tão energicamente no centro de sua metafísica, isto não significava em absoluto que ele quisesse combater a religião idealista do “mais além” (jenseits) da alma e fundar, por sua vez, uma nova religião do “mais aqui” (diesseits), uma espécie de religião do corpo (Religion des Leibes), mas sim que ele queria pôr de lado de uma vez por todas a ilusão de que fosse possível escapar à tirania (Übermacht) deste. Schopenhauer estava muito (…)
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Safranski (SB:379-380) – a vontade em Schopenhauer
8 de setembro, por Cardoso de CastroA “filosofia da reflexão”, que desenvolvia a totalidade da vida humana e da natureza a partir das estruturas identificadas no espírito, iniciada por Fichte e chegando até Hegel com intensidade crescente, havia atribuído ao processo histórico a tarefa de levar o espírito a descobrir-se a si mesmo. A história humana foi interpretada como a realização da verdade: o caminho do espírito, seu avanço ininterrupto, que se distancia através do encadeamento contínuo das imagens e configurações de suas (…)
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Safranski (S:35-37) – corpo e vontade em Schopenhauer
8 de setembro, por Cardoso de CastroArthur herdou o brio, a sobriedade, o orgulho e a lucidez de seu pai. Sua altivez abrupta e fria arrogância também recebeu dele. A consciência de sua própria dignidade e seu amor-próprio tão fortemente desenvolvido não puderam ser abrandados pelo carinho materno, porque Johanna tinha de fazer um grande esforço para obrigar-se a sentir amor por ele. Seu filho é a encarnação de sua própria renúncia à vida. Johanna quer viver sua própria vida. Como ela mesma não consegue viver como deseja, (…)
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Safranski (Romantismo) – Fichte
16 de setembro de 2022, por Cardoso de CastroFichte radicaliza o conceito de liberdade de Kant. Naquela versão da doutrina da ciência que ele apresenta pela primeira vez em lena e que lá faz escola, retira da frase de Kant — “que ‘eu penso’ tem de poder acompanhar todas as minhas ideias” — o conceito de um eu onipotente que experimenta o mundo como uma resistência preguiçosa ou como possível material de suas ações. Ele se apresenta como o apóstolo do eu vivo. Em Iena conta-se como manda que os estudantes na universidade olhem para a (…)