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VetoKS A verdade da Wissenschaftslehre está acima das discussões e disputas da época. Fichte, certamente, faria tudo para torná-la acessível aos seus contemporâneos, mas, ao persistir em expô-la contra ventos e marés, ele não trabalha por um fim contingente particular. Em última instância, é-lhe indiferente que a doutrina seja compreendida. Ele a confia, por assim…
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VetoKS A Wissenschaftslehre fichteana é a realização, o aperfeiçoamento da crítica da razão pura teórica. Ora, o fichteismo não se limita a completar as deficiências da Crítica [de Kant], não se limita a preencher as lacunas entre as categorias. Ele também consegue enunciar, em toda a sua generalidade, a nova inteligibilidade do transcendental. A subjetividade…
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Debaise2017 Pode-se dizer das interpretações da obra de Whitehead o que ele próprio considera um requisito para todo pensamento filosófico: “A filosofia, em qualquer sentido adequado do termo, não pode ser provada. Pois a prova se baseia na abstração. A filosofia é ou autoevidente, ou não é filosofia. A tentativa de qualquer discurso filosófico deve…
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Debaise2017 A maioria daqueles que conseguiu traçar um caminho através de Process and Reality o fez na forma de uma “introdução”, ou, poderíamos dizer, uma “educação” no sentido dado ao termo por Foucault em A Hermenêutica do Sujeito. Foucault associa “educação” não ao educare, mas ao educere: uma mão estendida, levando-nos em direção ao exterior.…
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Debaise2017 Embora o grande filósofo inglês Alfred North Whitehead (1861–1947) tenha nascido mais de um século antes de ser um Realista Especulativo, ele foi, sem dúvida, especulativo e, sem dúvida, um realista. Portanto, não há dúvida de que um livro bem-executado sobre Whitehead pertence a esta série; o próprio Didier Debaise expressou pleno acordo sobre…
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Whitehead2006 Berkeley, Wordsworth e Shelley são representativos da recusa intuitiva em aceitar seriamente o materialismo abstrato da ciência. Há uma diferença interessante no tratamento da natureza feito por Wordsworth e por Shelley, diferença essa que evidencia as questões exatas sobre as quais temos de pensar. Shelley considera a natureza em mudança, em dissolução, em transformação…
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Whitehead2006 A atitude de Shelley para com a ciência estava no pólo oposto da posição de Wordsworth. Amava-a, e nunca se cansou de expressar em poesia os pensamentos que ela sugeria. Simboliza para ele alegria, paz e luz. O que foram as colinas de infância de Wordsworth foi um laboratório químico para Shelley. Infelizmente os…
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Kolakowski1976 Entre as ideias principais da filosofia positivista, enumeraremos, em quarto lugar, a crença na unidade fundamental do método científico. Mais do que nos casos anteriores, o significado deste princípio permite diversas interpretações; no entanto, a ideia em si está sempre presente nas doutrinas positivistas. De forma mais geral, trata-se da certeza de que os…
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(…) podemos nos voltar para o terceiro princípio da doutrina-da-ciência. É preciso tempo para apreciá-lo, antes de que possa explicá-lo de maneira mais compreensível para nós, nativos do século XXI: “Eu oponho no Eu o Eu partilhável ao não-Eu partilhável”1. Esta enuncia: Conhecimento é convicção justificada e verdadeira. Por trás disso se esconde a seguinte ideia,…
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O segundo princípio da doutrina-da-ciência enuncia em uma forma algo simplificada: “Eu ≠ não-Eu”. Por trás desse princípio se esconde exatamente a ideia da objetividade absoluta. O que não é o Eu, justamente, não é – segundo Fichte – Eu. Tudo que não é alguém que sabe algo, por exemplo pedras, prados, neutrinos, galáxias e…
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O primeiro princípio da doutrina-da-ciência enuncia: Eu = Eu”1. Naturalmente, isso soa trivial, como, porém, lentamente notaremos, não é. Poder-se-ia pensar que se poderia igualar tudo a si mesmo de maneira não informativa. Isso é chamado de tautologia. Mas, e no que diz respeito a O quadrado redondo = o quadrado redondo Ou O rei…
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Ninguém investigou tudo isso tão exaustivamente quanto o grande mestre da filosofia do Eu, Johann Gottlieb Fichte. Fichte se tornou famoso em seu tempo por meio de Kant, que publicou habilmente por meio de seu editor anonimamente a primeira obra de Fichte, Ensaio de uma crítica a toda revelação, de 1792, de modo que os…
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Se há um assunto eminentemente filosófico é a classificação das ciências. Pertence à filosofia e a nenhuma outra ciência. É só no ponto de vista mais genérico que podemos classificar as ciências. Quando a classificação é para um certo fim, quer prático, quer científico, há-de ser necessariamente arbitrária (filosoficamente) e variável com o fim para…
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O ENCONTRO é a experiência dos caminhos da existência. Buscamos estar nesses caminhos no poder de um saber o que fazer, como e por que fazer. Estamos neles com algum conhecimento de nós e dos outros, com alguma ciência e sentido das coisas e dos acontecimentos. Esse conhecimento de ciência e sentido é a nossa…
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Que a filosofia grega nos pode aparecer como forma sui generis da consciência religiosa, inclusive, como pretendendo substituí-la, é o que se nos mostra em vários momentos da sua história, em especial, no princípio e no fim, se é que, a propósito de «filosofia grega», ainda se pode falar de um fim ou de um…
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Essa doutrina que lhe proponho, caro amigo, da Consciência como o Ser do Ser, da Existência como o que está fora do Ser, resultado da Identificação ou Inconsciência, da Intemporalidade (Instantaneidade) da Aparência, da Temporalidade e Virtualidade de toda realidade, é apenas pensamento, ou seja, uma tosca articulação metafísica de uma visão de mundo. Parafraseando…
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O que acabamos de ver é, então, que há pelo menos dois sentidos fundamentais de “desatenção”, ou de “inconsciência”. No primeiro sentido de “inconsciência”, aquilo de que somos inconscientes num determinado momento poderá tornar-se consciente no momento seguinte. O olho que vê tem uma determinada estrutura. Não podemos ver essa estrutura, no momento em que…
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Vejamos como, per absurdum, vem-se a imaginar uma Consciência como alienação de si mesma. Vamos usar nossas fórmulas “Não podemos ‘perder’ a consciência” e “Conheço x => Não sou x” para tentar compreender como emerge o erro, ou a Ilusão “irresistível” do Ego Transcendental. Não somos jamais aquilo que pensamos. Não somos jamais aquilo de…
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Para começar, alguns fatos básicos. Além de biológica, aquilo que costumamos chamar de “mente” é, em larga medida, social, trans-individual e até “ecológica”. Basta nos lembrarmos de como “o cérebro”, como sistema, ou “o meio ambiente”, como sistema, se inter-monitoram. Além disso, quaisquer sub-sistemas monitoradores, cerebrais ou ambientais, estão de tal maneira intimamente acoplados um…