Entre força e suavidade, a mão encontra, e o espírito responde.
Aqui está outro diálogo memorável, também imaginário, embora também apresente uma figura histórica, o duque Houan, famoso governante do Estado de Ts’i. Desta vez, o interlocutor é um fabricante de rodas chamado Pien. A cena se passa em um dos pátios do palácio. Saliento desde já que é inconcebível que um carpinteiro suba os degraus que conduzem à sala onde se encontra o soberano e lhe fale sem ter sido convidado, como fará o carpinteiro:
O (...)
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Tao - Dao
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Billeter (LCT:20-24) – mão e espírito
8 de outubro de 2022, por Cardoso de Castro -
Billeter (LCT:15-19) – uno com a experiência
8 de outubro de 2022, por Cardoso de CastroA abolição do objeto anda de mãos dadas com a abolição do sujeito na unidade da experiência.
Aqui está um primeiro exemplo dessas descrições encontradas no Chuang-tzu. Ele aparece em um diálogo bem conhecido do Livro 3. Este diálogo apresenta um contemporâneo de Chuang-tzu, o príncipe Wen-houei, governante do Estado de Wei, e um de seus cozinheiros – um personagem imaginado por Chuang Tzu:
O cozinheiro Ting estava despedaçando um boi para o príncipe Wen-houei. Ouvia-se houa quando ele empunhava o (...) -
Billeter (LCT:11-15) – explicação e descrição
8 de outubro de 2022, por Cardoso de CastroÉ preciso saber parar na descrição, diz Wittgenstein. Isso significa duas coisas: que devemos saber suspender nossas atividades habituais para examinar cuidadosamente o que temos à nossa frente ou o que está mesmo abaixo, mais próximo de nós, e que devemos então descrever precisamente o que observamos, tomando tempo para procurar as palavras certas, resistindo ao treinamento do discurso, impondo ao contrário sem enfraquecer a linguagem nossa vontade de dizer exatamente o que percebemos, e só isso. (...)
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Zhang (HT:179-184) – A Região Ontológica de Apropriação (ch’ang)
26 de setembro de 2022, por Cardoso de CastroSe por um lado a ação do Tao é “reverter” qualquer conceituação linear e, portanto, é essencialmente apropriante (ch’ang), e por outro lado o taoísmo não é um ceticismo ou relativismo vazio, o Tao deve ser o próprio meio que deveria ser plenamente desdobrado como uma região ontológica. Esta “região” é não-substancial (hsu) em todos os sentidos. Autenticamente, não pode ser apresentada como um ser separável no espaço e no tempo; nem pode ser tomada como quaisquer substâncias abstratas, além do espaço e do tempo, (...)
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Zhang (HT:210-215) – Ch’ang enquanto "eterna compreensão conversora"
26 de setembro de 2022, por Cardoso de CastroAcho que “ch’ang” no primeiro capítulo [do Tao Te Ching] e muitos outros lugares devem ser interpretados “em êxtase”, significando uma harmonia de compreensão espelhada para retornar à região ontológica original. Com esta nova interpretação, o primeiro capítulo de Lao Tzu é bastante transparente como um todo. Porque o Caminho (Tao) que é essencialmente inconceitualizável é “o Caminho da apropriação [ch’ang]”, o não-ser (o sem nome) e o ser (o nomeado) “são o mesmo” no sentido hermenêutico; e ambos podem ser (...)
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Izutsu (ST:II.5) – estágios do desenvolvimento espiritual
7 de setembro de 2022, por Cardoso de CastroO que mata a Vida não morre. O que traz à Vida tudo o que vive não vive.
Os estágios do desenvolvimento espiritual acima descrito de “assentar-se em olvido” são discutidos de várias maneiras por Chuang-tzu em vários lugares de seu livro. Às vezes ele faz um curso ascendente, e às vezes um curso descendente. O primeiro corresponde ao processo real pelo qual a mente de um homem avança gradualmente em direção à perfeição espiritual. Um exemplo típico deste tipo de descrição é encontrado em uma passagem que (...) -
Izutsu (ST:II.5) – assentar-se em olvido
7 de setembro de 2022, por Cardoso de CastroQual é o significado de “assentar-se em olvido”?
Um homem no estado de “assentar-olvidar” parece tão estranho e tão diferente dos homens comuns que é facilmente reconhecível como tal por um observador de fora. No Livro II de seu Livro, Chuang-tzu dá uma descrição típica de tal homem. O homem aqui descrito é Nan Kuo Tzu Ch’i, ou Tzu Ch’i do Bairro Sul. Diz-se que ele foi um grande Sábio de Ch’u, vivendo em reclusão eremítica no "bairro sul". Para Chuang-tzu ele era certamente uma personificação do próprio (...) -
Izutsu (ST:II.5) – Tao
7 de setembro de 2022, por Cardoso de CastroO Caminho [Tao] é todo permeante. Está em todo o mundo; o mundo ele mesmo é uma auto-manifestação do Caminho.
Certamente, de acordo com a visão de Lao-tzu e Chuang-tzu, o Caminho [Tao] é todo permeante. Está em todo o mundo; o mundo ele mesmo é uma auto-manifestação do Caminho. Neste sentido, mesmo as coisas “externas” estão realmente manifestando o Caminho, cada uma à sua maneira e forma. Mas unicamente o homem em todo o mundo do Ser é autoconsciente. Ou seja, só o homem está em condições de apreender (...) -
Izutsu (ST:II.4) – iluminação
6 de setembro de 2022, por Cardoso de Castro‘Aquilo’ se estabelece como ‘aquilo’ somente quando ‘isto’ se estabelece e olha para o primeiro como seu objeto, ou como algo diferente de ‘isto’. Somente quando percebemos a relatividade fundamental de “isto” e “aquilo” podemos esperar ter uma compreensão real da estrutura das coisas.
tradução
A natureza das coisas é tal que nada é incapaz de ser ‘aquilo’ (isto é, tudo pode ser ‘aquilo’) e nada é incapaz de ser ‘isto’ (isto é, tudo pode ser ‘isto’).
Costumamos distinguir entre “isto” e “aquilo” e pensamos (...) -
Tao Te Ching XIII – Favor e desgraça
6 de setembro de 2022, por Cardoso de CastroSucesso é tão perigoso quanto insucesso Esperança tão oca quanto medo. O que significa "sucesso é tão perigoso quanto insucesso"? Se sobes a escada ou a desces, sua posição é desequilibrada Quando te manténs com os dois pés no chão sempre manténs o equilíbrio. O que significa "esperança é tão oca quanto medo"? Esperança e medo são ambos fantasmas que se erguem pelo pensamento do eu. Quando não vemos o eu como eu o que temos a temer? Vejas o mundo como teu eu. Tenhas fé no jeito que as coisas são Ames o mundo (...)