No interior do pensamento pré-socrático, a linguagem se torna um objeto de interesse explícito para os sofistas. Nós os conhecemos através do seu adversário Platão, o que não favorece a compreensão de suas doutrinas. O movimento sofista abarcou assuntos bastante diferentes, de uma atitude geral diante da educação e da retórica até teses metafísicas ultra-relativistas, e especulações de filosofia política sobre a natureza do poder. Além disso, suas teses só foram conservadas sob forma de (...)
Página inicial > Palavras-chave > Categorias > ARTE - TÉCNICA - SIMBOLISMO - LINGUAGEM
ARTE - TÉCNICA - SIMBOLISMO - LINGUAGEM
Mito, como narração, e Arte, como expressão estética, são produtos da realização humana. O Mito e a Arte, como produtos da realização humana, nos remetem ao homem que, através do ato de realização de si, produz coisas da sua causa como narração e expressão. Temos assim o esquema, expresso no modelo : sujeito —> ato <— objeto, nomeadamente, artista —> ação criadora artística <— obra de arte. Vamos chamar todo esse conjunto simplesmente de Arte. O conjunto esquemático sujeito-ato-objeto vale para toda e qualquer produção cultural. O que distingue em concreto a produção artística de outras produções culturais, portanto, a sua diferença, i. é, a sua identidade enquanto produção artística é o que vige, impera como caráter todo próprio no conjunto Arte. Convenhamos chamar essa vigência toda própria de essência da Arte. O verbo esse é latim e significa ser (verbo). Assim, essência diz ência, i. é a dinâmica do verbo esse, de ser. A dinâmica de ser não é nenhuma coisa. Não pode ser, pois captada no modo como captamos coisa, isso e aquilo. Trata-se, pois daquela presença, daquela pregnância, da tonância que determina o ser da Arte ou a Arte na dinâmica de ser : o próprio da Arte, ou o evento (Ereignis) da Arte [1]. Mas se dizemos que a essência da Arte não pode ser captada, como captamos coisa, referimos essência, de algum modo, à coisa. Que realidade é essa, a coisa, para podermos dizer que a essência da Arte não é nenhuma coisa ? [Excerto de HARADA , Hermógenes. Iniciação à Filosofia. Exercícios, ensaios e anotações de um principante amador. Teresópolis : Daimon, 2009, p. 19]
Matérias
-
Frédéric Nef – Linguagem
10 de setembro de 2023, por Cardoso de Castro -
Plotino - Tratado 31,7 (V, 8, 7) — Produção e totalidade
15 de junho de 2022, por Cardoso de CastroMíguez
7. Concedemos que este universo recibe de otro ser tanto su mismo ser como el resto de sus propiedades. Pero podríamos pensar también que su creador imaginó en sí mismo la tierra, como adecuada en el centro del mundo, luego el agua, que colocaría sobre la tierra, a continuación los demás elementos, en su orden hasta llegar al cielo, y por último todos los animales, con sus formas respectivas para cada uno y en el mismo número que ellos, sin dejar a un lado tanto sus partes (...) -
Plotino - Tratado 31,9 (V, 8, 9) — Representação em imagem da potência inteligível
15 de junho de 2022, por Cardoso de CastroMíguez
9. Reflexionemos sobre este mundo sensible, en el que cada una de sus partes permanece tal cual es y sin mezcla alguna, pero coincidentes todas en una unidad en la medida en que esto es posible, de tal modo que la aparición de una cualquiera de ellas, como por ejemplo la esfera exterior del cielo, se ofrece ligada inmediatamente a la imagen del sol y, a la vez, a la de los demás astros, viéndose así la tierra, el mar y todos los animales como en una esfera transparente en la que (...) -
Wolff (DM:5-6) – Linguagem e Mundo
17 de outubro de 2021, por Cardoso de Castroportuguês
É banal e é verdade dizer que a linguagem não é um objeto filosófico como os outros. A linguagem não pode ser apenas um objeto de análise, porque é sempre ao mesmo tempo seu meio. É possível filosofar sobre a percepção com os olhos fechados, mas impossível saber o que é a linguagem sem nada dizer. Nada é pensado distintamente e, logo nem a linguagem, sem a linguagem, que é sempre capturada em suas próprias redes. Pode até ser quimérico querer saber o que é em si, já que só a (...) -
Plotino - Tratado 20,1 (I, 3, 1) — A dialética como método de escalada
17 de janeiro de 2022, por Cardoso de CastroTradução desde MacKenna
1. Que arte há, que método, que disciplina para nos aportar aí onde devemos ir?
O Termo que devemos alcançar podemos aceitar como acordado: estabelecemos alhures, por muitas considerações, que nossa viagem é para o Bem, para o Princípio-Primal; e, de fato, o próprio raciocínio que descobriu o Termo foi ele mesmo algo como uma iniciação.
Mas que ordem de seres alcançarão o Termo?
Certamente, conforme lemos, aqueles que já viram tudo a maioria das coisas, (...) -
Plotino - Tratado 23,5 (VI, 5, 5) — Prevenções contra a metáfora do círculo e dos raios
29 de março de 2022, por Cardoso de CastroMíguez
5. Para hacer más claro este argumento, apelamos a la multiplicidad de rayos provenientes de un centro único. Y, así, queremos llevar a concebir cómo surgió la multiplicidad. Conviene advertir para ello que toda la multiplicidad de que se habla ha sido engendrada de una vez, en tanto podremos imaginar en un círculo rayos separados y que realmente no existan; porque se trata aquí de una superficie.
Nada allí de superficie ni de intervalo. Las potencias y las esencias no poseen (...) -
Plotino - Tratado 1 (I, 6) – Beleza. Considerações de diferentes pensadores
21 de janeiro de 2022, por Cardoso de CastroIgal
En este tratado, el primero que compuso Plotino (Vida 4, 22), el más traducido y el más popularizado, se entrecruzan característicamente los dos temas fundamentales de la filosofía plotiniana: metafísica y mística. La decidida identificación de la belleza con la forma marca una revolución en la historia de la estética y permite a su autor establecer la siguiente gradación: la belleza sensible se identifica con una forma inmanente; la del alma, con una forma transcendente pero (...) -
Schopenhauer (PP:449-452) – solidão e sociedade
14 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroEm geral, as pessoas só podem estar na mais perfeita harmonia consigo mesmas - não com seus amigos, não com seus amantes; pois as diferenças de individualidade e disposição sempre levam à dissonância, mesmo que pequenas. Portanto, paz de coração genuína e profunda e paz de espírito perfeita, esses mais elevados bens terrenos após a saúde, podem ser encontrados apenas na solidão e, como uma disposição permanente, apenas no mais profundo isolamento. E se nosso próprio si mesmo é grande e (...)
-
Plotino - Tratado 1,2 (I,6,2) - Afinidade entre o papel embelezador da Forma e a atividade da alma
18 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroBaracat
2. Recomeçando, pois, digamos primeiramente o que é com certeza o belo nos corpos. Com efeito, é algo que se toma perceptível logo no primeiro vislumbre, e a alma, como se o compreendesse, o declara e, reconhecendo-o, o acolhe e, por assim dizer, a ele se ajusta. Confrontando-se com o feio, porém, ela se recolhe e o recusa e dele se afasta , porque é inconsonante e alheia a ele. Pois bem, afirmamos que a alma, como é por natureza o que é e provém da essência que é superior entre (...) -
Guthrie – Ennead III, 5 (50): estrutura do tratado sobre o amor
20 de fevereiro de 2022, por Cardoso de CastroTradução Guthrie
Plano detalhado do tratado
Capítulo 1: Amor enquanto deus, guardião e paixão Amor passional é duplo Amor é reconhecimento de afinidade oculta Beleza terrena é uma imagem da beleza inteligível A Beleza é imortal Amor passional pode ser elevador embora aberto a tentações enganadoras
Capítulo 2: O mito platônico do amor Interpretação do mito platônico Amor, como alma superior, ou luz, é inseparável de sua fonte Quem é a Vênus celestial
Capítulo 3: O Amor possui o ser (...) -
Plotino - Tratado 5,11 (V, 9, 11) — Há Formas dos produtos da técnica?
15 de junho de 2022, por Cardoso de CastroMíguez
11. Todas las artes de imitación, como la pintura y la escultura, la danza y la pantomima, son artes propias de este mundo porque tienen un modelo sensible e imitan formas y producen cambios de movimientos y de simetrías visibles. No sería lógico trasladarlas al mundo inteligible, si no hubiese que referirlas a la razón humana. Si consideramos la constitución del (animal universal) partiendo de la simetría visible en todos los demás animales, hacemos uso de una parte de la (...) -
Plotino - Tratado 50,9 (III, 5, 9) — Teoria do mito
20 de fevereiro de 2022, por Cardoso de CastroMíguez
9- Poros es la razón que proviene de los seres inteligibles y de la inteligencia. Cuando esta razón se derrama y se despliega, llega hasta el alma y asienta en ella. Porque, en tanto se halla en la inteligencia permanece encerrada en sí misma y sin admitir nada extraño; con Poros borracho, su plenitud le vendrá de fuera. Pero, ¿qué es lo que llena a Poros de néctar, de no ser esa razón que desciende de un principio superior a otro inferior? Esa razón pasa de la inteligencia al (...) -
André Chastel (Romantisme) – Schelling ou la métaphysique de l’imaginaire
15 de novembro de 2008, por Cardoso de CastroIl n’était pas possible de mettre à jour cet essai vieux de dix ans, sans le bouleverser entièrement. Son orientation reste peut-être valable, mais au prix d’une description trop courte : c’est la maquette d’un château dont on n’aurait représenté que l’escalier intérieur et la façade. N’ayant plus le loisir de placer les ailes ni les étages, je me suis contenté — et m’en excuse — d’alléger un exorde pesant, de substituer quelques citations plus explicites à des développements parasites et (...)
-
Chauí (NR) – DECIFRAR UM HIEROGLIFO?
11 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroComo alcançar o sentido de textos escritos numa língua de que se perderam palavras, expressões idiomáticas e ornatos, em que o sentido de inúmeros vocábulos tornou-se incompreensível e da qual "não dispomos de dicionário, gramática nem retórica"? Com que forças venceremos "o tempo voraz que tudo abole da memória dos homens"? Com essas indagações, que pareceriam indicar um passado inacessível e sob as quais se adivinham os versos de Ovídio, Espinosa abre uma via de acesso ao pensamento de (...)
-
Plotino - Tratado 1,5 (I,6,5) - Afetos ligados ao encontro do belo
18 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroBaracat
5. Devemos, portanto, inquirir os amantes a respeito do que não está na sensação: Que sentis ante às chamadas belas ocupações, aos belos modos, aos comportamentos temperantes e, de modo geral, às ações da virtude, às disposições e à beleza das almas? Vós, vendo-vos belos em vossos interiores, que [310] experimentais? Como vos dionisais [anabakcheuesthai], e vos excitais, e desejais congregar-vos convosco, colhendo-vos de vossos corpos? Pois é isso que sentem os verdadeiros (...) -
Thomas Taylor: Fábula «Cupido e Psique»
22 de julho de 2023, por Cardoso de CastroOriginal
Introduction
THE following well-known fable is extracted from the Metamorphoses of Apuleius, a work replete with elegance and erudition, in which the marvellous and mystic are happily combined with historical precision, and the whole of which is composed in a style inimitably glowing and diffuse.
Its author was by birth an African, and, by profession, a Platonic philosopher. From the account which he gives of himself, it appears most probable that he lived in the times of (...) -
Plotino - Tratado 1,1 (I,6,1) - Que espécies de coisas são belas
18 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroBaracat
1. O belo [kalon] está sobretudo na visão [opsis], mas está também na audição, por conta de combinações [synthesis] de palavras, e está também na música [mousike] de todos os tipos: pois melodias [mele] e ritmos [rythmos] também são belos; há também, para aqueles que se elevam das sensações [aisthesis] ao que é superior, belas ocupações, ações [praxis], hábitos [hexis], conhecimentos [episteme] e ainda a beleza das virtudes [arete] . E se houver alguma ainda anterior a essas, ela (...) -
Plotino - Tratado 1,3 (I,6,3) - Exame das belezas sensíveis
18 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroBaracat
3. A faculdade destinada ao belo o reconhece, e nenhuma outra é mais poderosa do que ela para julgar as coisas que lhe são próprias quando o restante da alma contribui no juízo, e talvez ela se pronuncie ajustando-o à forma que está com ela e usando-a para o juízo como um cânon de correção.
Mas como o que diz respeito ao corpo consoa ao que é anterior ao corpo? Como o arquiteto diz ser bela a casa exterior, tendo-a ajustado à forma interior de casa? É porque a forma exterior, (...) -
Edith Stein (CC) – A Ciência da Cruz
12 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroHá uma boa tradução de D. Beda Kruse para o português, publicada pelas Edições Loyola, de onde foi retirado o índice abaixo. Introdução: Sentido e fundamento originários da ciência da cruz
I A MENSAGEM DA CRUZ § 1 Primeiros encontros com a cruz § 2 A mensagem da Sagrada Escritura § 3 O sacrifício da Missa § 4 As visões da cruz § 5 A mensagem da cruz § 6 O conteúdo da mensagem da cruz
II A DOUTRINA DA CRUZ
INTRODUÇÃO: JOÃO DA CRUZ COMO ESCRITOR §1 A CRUZ E A NOITE (A NOITE DOS (...) -
Plotino - Tratado 50,8 (III, 5, 8) — O jardim de Zeus: sequência da interpretação alegórica do Banquete
20 de fevereiro de 2022, por Cardoso de CastroMíguez
8- Pero, ¿quién es Zeus? ¿Y cuál es ese jardín, en el que, según nos dice (Platón), penetró Poros?. Afrodita era, para nosotros, el alma, y Poros la razón de todas las cosas. Mas, ¿qué hemos de entender por Zeus y su jardín? Por Zeus no hemos de entender el alma, ya que el alma, en nuestra opinión, es Afrodita. Acudamos, pues, para esto a las palabras de Platón, que en el Fedro llama a Zeus “el gran jefe” (del cielo) y en otros diálogos le concede, a mi juicio, el tercer lugar; (...)