Sans revenir sur les notions générales déjà connues de la métaphysique taoïste, nous nous placerons d’emblée au plan de la manifestation pour rappeler que la dualité primordiale, la « polarisation » de l’Etre (T’ai-ki) s’exprime par les principes T’ien et Ti, Ciel et Terre, et que les deux tendances Yang et Yin sont les deux réalités dont les combinaisons indéfiniment variées ont «créé» la multiplicité, comme la lumière et les ténèbres sont à l’origine de toutes les [215] nuances de la clarté. Ce sont eux qui (...)
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Y Jing / I Ching / Yi Ching / Yiking / Yi King / Yi-King / Livro das Mutações / Book of Changes
Ora, foi precisamente por saber que os hierogramas do 35º século a.C. não passavam de deformações da escrita primitiva, sendo portanto insuficientes para representar pensamentos abstratos e gerais, que Fo Hi empregou, para fixar a Tradição da única maneira conveniente (ou seja, sintética e universal ), os símbolos lineares dos Trigramas .
Pois a escrita do Yi Ching é de dois tipos: o trigrama para o próprio texto de Fo Hi e o hierograma (caracteres primitivos de Koteou) para as glosas e paráfrases da Escola de Fo Hi.
A trama do Yi Ching consiste assim em sessenta e quatro hexagramas, ou trigramas duplos; estes sessenta e quatro tipos provém, por uma revolução em sentido inverso de dois círculos concêntricos, de oito trigramas; estes trigramas provém de quatro digramas; e estes digramas, das diferentes posições de um traço cheio – e de um traço partido —.
Estes dois traços são as figuras simbólicas representativas mais simples que jamais existiram. Aonde o imperador Fo Hi encontrou um simbolismo tão ingênuo? Neste caso como em outros, e tanto para a escrita que traduz um pensamento quanto para este pensamento mesmo, Fo Hi não se dirigiu nem às intervenções celestes nem às potências invisíveis, mas antes à natureza que cercava e encantava sua raça . Foi da sua altura de homem que, com lógica indiscutível, ele assumiu a tradução da Tradição que deveria esclarecer e guiar a Humanidade. Com efeito, o livro histórico dos “Ritos de Tsheou” diz: “Antes de traçar os trigramas, Fo Hi olhou para o céu, depois baixou os olhos para a terra , observando suas peculiaridades e considerando as características do corpo humano e de todas as coisas exteriores”. Vale dizer que os dois traços indicam um duplo estado , ou melhor, a igualdade entre dois estados, comuns a toda a criação. Convém aproximar deste símbolo em linha reta o mesmo símbolo em linha circular, conhecido por toda a antiguidade oriental e renovado pelos taoistas, o Yin-Yang , representação do princípio duplo, ativo-passivo, positivo-negativo, masculino -feminino, luminoso-obscuro , etc., que quando dividido em suas duas partes por um observador analítico produz o erro fatal do Bem e do Mal, mas que, indissoluvelmente um em essência (malgrado o aspecto que a representação material é obrigada a lhe dar) constitui o Tai Chi ou Grande Extremo, símbolo enérgico e absoluto, gravado no frontão de todos os templos, e que Lao Tsé colocou à frente de todas as doutrinas asiáticas.
O traço sem solução de continuidade representa o ativo; o traço com solução de continuidade representa o passivo; e sendo os traços como os princípios, Fo Hi reconhecia assim a essência e a unidade da perfeição, da qual eles não passam de aspectos. Cuidemos bem, aqui mais do que em qualquer outro lugar do mundo, de não confundirmos a coisa com a forma deteriorada sob a qual podemos representá-la, e talvez mesmo compreendê-la: pois os piores erros metafísicos, os piores cataclismos morais nasceram da compreensão insuficiente e da má interpretação dos símbolos. E lembremo-nos sempre do deus Janus, que é representado com dois rostos, mas que não possui senão um, que não é nem um nem outro que podemos tocar e ver.
Esta é a interpretação do simbolismo dos traços dos hexagramas de Fo Hi; ela demonstra que o Yi Ching é um livro universal e não um tratado de astronomia , como quiseram os japoneses e os latinos niponizantes [1].
[1] Embora esta seja um pouco a opinião de Paul-Louis-Félix Philastre (1837-1902), aproveitamos a ocasião para recomendar sua tradução do Yi Ching, que é única, devido ao conhecimento que o autor possuía da escrita e do caráter dos chineses. A causa profunda que deu a ele uma imensa erudição foi a mesma que destruiu sua carreira diplomática.