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Kant
IMMANUEL KANT (1724-1804)
A filosofia de Kant traz, pela primeira vez, para a claridade e a transparência de um fundamentação, a totalidade do pensar e do estar-aí modernos. Desde então, tal fundamentação determina toda a postura do saber, as delimitações e os cálculos das ciências, do século XIX até ao presente. Com isto, Kant ergue-se de tal modo acima de tudo o que o precedeu e do que veio depois, que também aqueles que dele se afastam, ou dele divergem, permanecem ainda dele totalmente dependentes.
Além disso, Kant tem - apesar de todas as diferenças e da amplitude da distância histórica - qualquer coisa em comum com o grandioso começo grego que, ao mesmo tempo, o distingue de todos os pensadores alemães anteriores e posteriores, a saber, a íntegra clareza do seu pensar e do seu dizer, que não exclui, de modo nenhum, nem o ser-digno-de-questão, nem o desequilíbrio e que não simula claridade onde há escuridão. [Excerto de HEIDEGGER , Martin. O que é uma coisa?. Tr. Carlos Morujão. Lisboa: Edições 70, 1992, p. 63-64]
LÉXICO DE FILOSOFIA
OBRA NA INTERNET: LIBRARY GENESIS
KANT EM HEIDEGGER
CAYGILL, Howard.
Dicionário Kant. Tr. Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000.
Matérias
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André Chastel (Romantisme) – Schelling ou la métaphysique de l’imaginaire
15 de novembro de 2008, por Cardoso de Castro
Il n’était pas possible de mettre à jour cet essai vieux de dix ans, sans le bouleverser entièrement. Son orientation reste peut-être valable, mais au prix d’une description trop courte : c’est la maquette d’un château dont on n’aurait représenté que l’escalier intérieur et la façade. N’ayant plus le loisir de placer les ailes ni les étages, je me suis contenté — et m’en excuse — d’alléger un exorde pesant, de substituer quelques citations plus explicites à des développements parasites et (…)
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Rosenzweig (ER:71-72) – Psicologia Negativa
16 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro
nossa tradução
Sobre o homem - sobre ele, também, não devemos saber nada? O conhecimento do Eu sobre si mesmo, a consciência do eu, tem a reputação de ser o mais seguro de todos os conhecimentos. E o senso comum se eriça quase mais ferozmente do que a consciência científica quando se trata de tirar o verdadeiro fundamento de seus pés, e nem é preciso dizer, literalmente, o fundamento científico. E ainda assim aconteceu, embora apenas tardiamente. Um dos fatos mais surpreendentes de Kant é (…)
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Schopenhauer (SFM:50-53) – desconstrução da fundamentação da moral kantiana
14 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro
A censura que se coloca, em primeiro lugar e diretamente, à fundamentação da moral dada por Kant é que esta origem da lei moral é impossível em nós porque pressupõe que o homem chegue, por si só, à ideia de procurar e de informar a respeito de uma lei para sua vontade, de ter de submeter-se a ela e conformar-se com ela. Isto, porém, não poderia ter vindo sozinho à sua cabeça, mas, quando muito, só depois que uma outra instigante motivação moral, positiva e real, anunciando-se por si mesma e (…)
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Schopenhauer (MVR1:043-045) – o mundo é representação
14 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro
[I 3] “O mundo é minha representação [Vorstellung].” Esta é uma verdade que vale em relação a cada ser [Wesen] que vive e conhece, embora apenas o homem possa trazê-la à consciência [Bewußtseyn] refletida e abstrata. E de fato o faz. Então nele aparece a clarividência filosófica. Torna-se-lhe claro e certo que não conhece sol algum e terra alguma, mas sempre apenas um olho que vê um sol, uma mão que toca uma terra. Que o mundo a cercá-lo existe apenas como representação, isto é, tão-somente (…)
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Meillassoux (AF:3-5) – a negação do realismo
15 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro
Tradução parcial
A tese que defendemos é, portanto, dupla: por um lado, reconhecemos que o sensível só existe como relação do sujeito com o mundo; mas, por outro lado, mantemos que as propriedades matematizáveis do objeto estão isentas da restrição de tal relação e que estão efetivamente no objeto da maneira como as concebo, se estou em relação a esse objeto ou não. Mas antes de prosseguirmos para justificar esta tese, é necessário entender em que sentido isso pode parecer absurdo para um (…)
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Cassirer: Kant - as grandes idéias centrais
23 de março de 2022, por Cardoso de Castro
Excertos do capítulo referente à "Crítica da Razão Pura", do livro "Kant, Vida y Doctrina" de Ernst Cassirer. Trad. Wenceslao Roces. Fondo de Cultura Económica, 1948.
LAS GRANDES IDEAS CENTRALES
Las reflexiones de la crítica de la razón parten del concepto de la metafísica y de las vicisitudes por las que este concepto ha atravesado a lo largo de los tiempos y en el cambio de éstos. La contradicción interna por la que pasa toda la historia de la metafísica consiste en que esta (…)
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Edith Stein: A Significação da fenomenologia como concepção do mundo - Introdução
23 de março de 2022, por Cardoso de Castro
I - A Significação da fenomenologia como concepção do mundo
Introdução: Weltanschauung e Filosofia
O tema que abordamos comporta um pressuposto e um pôr em questão: se a fenomenologia não é simplesmente uma concepção do mundo (Weltanschauung), ela não deixa de influenciar a concepção do mundo dos fenomenólogos e talvez de outros homens. Para estudar a relação entre fenomenologia e concepção do mundo, é precisos se esclarecer a significação de cada um destes termos. No que concerne a (…)
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Schopenhauer (MVR1:530-531) – coisa-em-si - vontade - moral
14 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro
[...] o mundo objetivo, como o conhecemos, não pertence à essência das coisas em si mesmas, mas é seu mero FENÔMENO, condicionado [530] exatamente por aquelas mesmas formas que se encontram a priori no intelecto humano (isto é, o cérebro), portanto nada contém senão fenômenos. Kant, decerto, não chegou ao conhecimento de que o fenômeno é o mundo como representação e a coisa-em-si é a Vontade. Todavia mostrou que o mundo fenomênico é condicionado tanto pelo sujeito quanto pelo objeto e, (…)