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Tiphereth / Tiferet / Tifaret / Tiphareth / Tifereth / Rahamim

  

Leo Schaya

Tiphereth, a «Beleza» de Deus, é Sua Unidade infinita, enquanto Ela Se revela como Plenitude e Harmonia beatíficas de todas Suas Possibilidades. Ao passo que estas residem em Kether em sua Identidade suprema, em Tiphereth elas aparecem como tantos Arquétipos particulares, dos quais cada reúne-se aos outros por fusão essencial e interpenetração qualitativa. Eis porque a Cabala   diz: «Quando as Cores (ou Qualidades do Princípio) são entremeadas, Ele Se chama Tiphereth. »

Os Arquétipos são então Luzes puras e indistintas, que não recebem suas «cores» ou qualidades diferentes senão em Scholem   Din, o «Juízo» supremo; e é em Tiphereth, a Beleza que emana do Juízo, que estas cores se entremeiam em uma perfeita Harmonia. Pois Tiphereth é a Sephirah mediadora por excelência, o «Coração» de Deus ou Sua «Misericórdia» (Rahamim) que abarca e fusiona tudo o que, no Mundo da Emanação, se encontra «no alto» e «em baixo», «à direita» e «à esquerda». Ela é chamada o «Sol» ou a «Roda» suprema, porque seus raios ilimitados religam todas as Sephiroth em sintetizando suas antinomias em seu único «centro» ou «eixo». A Beleza de Deus parece, neste aspecto unitivo, a Sua Graça, Hesed Din, e também a Sua Tri-Unidade suprema, Kether-Hokhmah-Binah. Mas Ela disto difere na medida que suas possibilidades indistintas aparecem nEla como «Medidas» determinadas e rigorosas de todas as coisas. É em Tiphereth que os Arquétipos — saindo das «trevas» do Juízo — se revelam em suas «formas» ou «cores» principiais; e é Ela somente que realiza — eternamente e sem qualquer movimentos — a interpenetração destas «formas» supraformais: sua fusão em uma só «Forma» infinita, plena de um oceano de luz divinamente colorido. [SchayaC  ]

Bloom

É uma ironia não intencional das Sephiroth o fato de crescerem enormemente no interesse humano e imaginativo à medida que se aproximam de nossa condição. Mesmo os escritores cabalistas mais exaltados relaxam e se tornam mais inventivos quando chegam à metade inferior da árvore sefirótica. Com a sexta Sephirah, Tiferet, a “misericórdia” ou Coração de Deus, estamos no reino estético da “beleza” de Deus que, para a Cabala, é a única beleza que existe. Tiferet é o princípio da mediação, que reconcilia o “acima” e o “abaixo” na Árvore e também reúne o lado direito e o esquerdo, masculino e feminino. Todas as referências cabalísticas a um centro são sempre a Tiferet; às vezes, Tiferet, por si só, significa “pequena face” ou imanência de Deus, sendo ainda frequentemente designada como morada da Shehináh ou “Presença Divina” (da qual falaremos mais tarde). Na dialética cabalística, Tiferet completa a segunda tríade Hessed-Din-Tiferet e governa a terceira tríade Netzah-Hod-Yesod. [Cabala e Crítica]