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Jerusalém / Yerushalayim / Ieroushalaîms / Jerusalem

  

Jean Tourniac

Desde a origem, entretanto, o caráter teóforo se acha em evidência pelo nome divino de “Shalem”, mencionado em Gênese, 14, a propósito da história de Abraão e de Melquisedeque sobre a qual retornaremos ulteriormente.

A equivalência de “Shalem” com Jerusalém-Sião é visivelmente admitida na literatura bíblica, assim como merece crédito a utilização de “Shalem” e de Sião como sinônimos no Salmo   76,2: « “Shalem” é sua tenda e sua morada está em Sião. » Na etimologia popular por outro lado, esse elemento teóforo que se revela tão bem em “Shalem” quanto em Jerusalém, saber o nome da divindade “Shalem”, está identificado praticamente com o nome hebreu “Shalom”, Paz, de onde vem o nome “Schlomoh”, Salomão, dado ao construtor do Templo.

Deste modo, na perspectiva judaica e finalmente judaica-cristã, se prepara a elevação de Jerusalém para o título de Cidade da Paz.

Tal concepção acha sem dúvida sua expressão mais impressionante no Salmo 122, composto após o exílio, onde « a Paz sobre Jerusalém » é a palavra chave. Mais expressamente ainda, Salem e “Shalom” estão identificadas em Hebreus 7,1-2 com a paráfrase do episódio relatando o encontro de Abraão com Melquisedeque que já citamos (v. os 3 § finais INRI). [Excertos traduzidos por Antonio Carneiro   de MELQUISEDEQUE E A TRADIÇÃO PRIMORDIAL]

Swedenborg

Que por «Jerusalém», na Palavra [Logos], se entende a Igreja é porque lá na terra de Canaã, e não em outra parte, estava o Templo, estava o Altar, faziam-se os sacrifícios, e o próprio culto Divino. Por isso, lá também eram celebradas três festas por ano e cada varão da terra tinha ordem de a elas assistir. Daí vem que por «Jerusalém» é significada a Igreja quanto ao culto e, por conseguinte, também a Igreja quanto à doutrina, pois o culto está prescrito na doutrina e se faz segundo a doutrina. Também porque o Senhor, esteve em Jerusalém, ensinou em seu templo e depois ali glorificou o Seu Humano. Que por «Jerusalém» se entende a Igreja quanto à doutrina e, consequentemente, quanto ao culto é evidente por um grande número de passagens da Palavra. Sirva como exemplo:

Por amor de Sião não me calarei, e por amor de Jerusalém não descansarei, até que saia a sua justiça como um resplendor, e a sua salvação como uma tocha acesa. E as nações verão a tua justiça, e todos os reis a tua glória; e chamar-te-ão por um nome novo, que a boca do Senhor designará. Também serás uma coroa de adorno   na mão do Senhor, e um diadema real na mão do teu Deus. Nunca mais te chamarão: Desamparada, nem a tua terra se denominará Desolada; mas chamar-te-ão Hefzibá, e à tua terra Beulá; porque o Senhor se agrada de ti; e a tua terra se casará. (Isa 62:1-4)
Eis que o Senhor proclamou até as extremidades da terra: Dizei à filha de Sião: Eis que vem o teu Salvador; eis que com ele vem o seu galardão, e a sua recompensa diante dele. E chamar-lhes-ão: Povo santo, remidos do Senhor; e tu serás chamada Procurada, cidade não desamparada. (Isa 62:11-12)