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Jacó / Jacob / Ἰακώβ / Yaaqov / Israil / Israel / Shema Israel

  

René Guénon

Lo que aquí se dice de los israelitas puede decirse igualmente de todos los pueblos poseedores de una tradición verdaderamente ortodoxa; y, en efecto, el pueblo de Israel no es el único que haya asimilado su país al "Corazón del Mundo" y lo haya considerado como una imagen del Cielo, ideas ambas que, por lo demás, no son en realidad sino una. El uso de idéntico simbolismo se encuentra entre otros pueblos que poseían igualmente una "Tierra Santa", es decir, una región donde estaba establecido un centro espiritual dotado para ellos de un papel comparable al del Templo de Jerusalén para los hebreos. A este respecto ocurre con la "Tierra Santa" como con el "Ómphalos", que era siempre la imagen visible del "Centro del Mundo" para el pueblo que habitaba la región donde estaba situado [1]. [OS SÍMBOLOS DA CIÊNCIA SAGRADA]

Roberto Pla

É certo que a por causa da interpretação “manifesta” e superficial da Escritura creram os judeus de todos os tempos que a eleição dos filhos de Israel de todos os tempos que a eleição dos filhos de Israel feita por Deus, tinha um sentido “étnico”, de povo “manifestos”, psicofísico, quando em verdade, a casa, os filhos de Israel, são em seu sentido oculto, os nascidos do Espírito de Deus. Como está escrito, Israel foi o resultado da fortaleza, ou espiritualidade, de Jacó a respeito de Deus quando Jacó percebeu sua presença, “cara a cara” (próximo, como o Reino de Deus do evangelho), e alcançou por isto a Vida eterna e verdadeira.

Tudo isso explica o fato de que Israel é o “povo escolhido” (gr. laos), no mesmo sentido que no ato cristão se denomina “escolhidos” aos nascidos de “acima”, ao povo espiritual, o povo de Deus.

Assim é como há que entender a explícita menção do Êxodo: “Assim dirás à de Jacó (aos filhos espirituais de Jacó = Israel): A vós os que levou sobre asas de águia (O Espírito de Deus ) e os trazido até mim... Sereis para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa”.

  • Ex 19,3-6. O Espírito de Deus que paira sobre a superfície das águas não é no AT uma pomba como se apresenta no Evangelho e no episódio da arca de Noé, senão uma águia como no Deuteronômio 32,5: “Como a águia desperta o seu ninho, adeja sobre os seus filhos e, estendendo as suas asas, toma-os, e os leva sobre as suas asas”. Os filhos de Israel, são os “engendrados sem tara” e não a geração “perversa e tortuosa”, ainda não regenerada.

Além desta concepção espiritual dos verdadeiros filhos de Israel, e para tentar explicá-la, arrancam muitas passagens veterotestamentárias que, sem dúvida, devem ser interpretadas como messiânicas, mas em um sentido universal posto que são um degrau espiritual judeu-cristão, que olha tanto ao passado da tradição judaica como a todos os homens do futuro.

Quando no Êxodo se diz: “Israel é meu filho, meu primogênito”, há que entender que o texto fala de um só nascido de Deus, ou de todo o povo santo dos nascidos de Deus, no mesmo sentido que emprega o Salmista quando diz: “Tu és meu filho, eu te engendrei hoje”. Em tudo isso o que antes de tudo se afirma é a possível presença do ungido pelo Espírito de Deus, o Messias, o Cristo oculto preexistente, mencionado desde Moisés até os profetas “em todas as Escrituras”.

Que os judeus tenham pensado sempre que todos eles, só por haver nascido judeus, são o povo santo, consagrado a Deus, e não unicamente os nascidos do Espírito, os quais se constituem em “Israel como filhos primogênitos de Deus”, é uma atribuição tão errônea, e pelo menos tão unilateral como a que professam os cristãos manifestos ao não conhecer a pluralidade do Cristo oculto em todos e manifesto em poucos. Estes últimos desconhecem a lei espiritual da disseminação do um em muitos, isto é, que o Cristo manifesto e oculto é sempre “um só e sem segundo”, o Filho de Deus no homem, o Filho do Homem, manifestado em Jesus.

Contra a unilateralidade errônea dos judeus que esquecem que normalmente são só filhos de Israel “em potência”, pois esse é um título de santidade e perfeição que há que alcançá-lo, um título de acesso espiritual aberto para todo ser humano, sem distinção de sua origem “étnica”, arremetia Isaías, um verdadeiro e ao que parece, real filho de Israel, em uma lamentação imaginária a respeito dos judeus, elevada por Deus: “Tornei-me acessível aos que não perguntavam por mim; fui achado daqueles que não me buscavam” (Isa 65:1).

No que respeita à universalidade do Cristo oculto, mencionado, como vemos, na Escritura, segundo a tradição judaica, sob a denominação de “Israel”, é um bom exemplo o que oferece o Nunc dimittis” de Simeão, que aparece no terceiro evangelho Menino Jesus no Templo.

Frithjof Schuon

O Cristianismo universaliza a noção de "Israel", interiorizando a Lei divina; substitui a circuncisão da carne pela do coração, o "Povo eleito" por uma Igreja que engloba homens de qualquer procedência, as prescrições exteriores pelas virtudes, o todo visando não à obediência à Lei, mas ao amor a Deus e, finalmente, à união mística. [O ESOTERISMO COMO PRINCÍPIO E COMO VIA]


Ouve, Israel: o Senhor nosso Deus, o Senhor é Uno. E tu amarás YHWH, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e com toda a tua força" (Deuteronômio, VI, 5). Essa expressão fundamental do monoteísmo sinaítico encerra os dois alicerces de toda a espiritualidade humana, ou seja, o discernimento metafísico, por um lado, e a concentração contemplativa, por outro, ou em outras palavras: a doutrina e o método, ou a verdade e o caminho. O segundo elemento apresenta-se sob três aspectos: o homem, segundo certa interpretação rabínica, deve, primeiro, "unir-se a Deus" no coração, segundo, "contemplar a Deus" na alma, e, terceiro, "obrar em Deus" com as mãos e por meio do corpo."

"O Evangelho dá uma versão ligeiramente modificada da sentença sinaítica, no sentido de que explicita um elemento que na Tora era implícito, ou seja, o "pensamento". Esse termo é encontrado nos três Evangelhos   sinóticos, ao passo que o elemento "força" só se encontra nas versões de Marcos e de Lucas  , o que indica, talvez, certa mudança de tom ou de perspectiva em relação à "Antiga Lei". O elemento "pensamento" destaca-se do elemento "alma" e ganha em importância do elemento "força", que diz respeito às obras; existe alguma coisa como o signo de uma tendência à interiorização da atividade. Em outras palavras: enquanto para a Tora a "alma" é ao mesmo tempo ativa ou operativa e passiva ou contemplativa, o Evangelho parece denominar "alma" ao elemento passivo contemplativo, e "pensamento" ao elemento ativo operativo. Pode-se supor que é para marcar a preeminência da atividade interior sobre as obras exteriores."

"Portanto, o elemento "força" ou "obras" parece ter no Cristianismo um cunho diferente do que tem no Judaísmo: neste, o "pensamento" é, de certa forma, a concomitância interior da observância exterior, ao passo que, no Cristianismo, as obras se apresentam sobretudo como a exteriorização ou a confirmação externa da atividade da alma. Os judeus contestam a legitimidade e a eficácia dessa interiorização relativa; os cristãos, ao contrário, creem que a complicação das prescrições exteriores (mitsvoth) prejudica as virtudes interiores. Na realidade, se é certo que a "letra" pode matar o "espírito", não deixa de ser verdade que o sentimentalismo pode matar a "letra", não se levando em conta o fato de nenhum defeito espiritual ser apanágio exclusivo de uma religião. Em todo caso, a razão suficiente de uma religião é precisamente destacar uma determinada possibilidade espiritual que será o quadro das possibilidades aparentemente excluídas, na medida em que estas últimas estarão destinadas a realizar-se, embora encontremos necessariamente em cada religião elementos que pareçam ser reflexos das outras religiões. O que se pode dizer é que o Judaísmo representa, quanto à sua forma-quadro, mais um karma-mârga do que uma bhakti, ao passo que a relação é inversa no Cristianismo. Mas o karma, a "ação", comporta necessariamente um elemento de bhakti, de "amor", e vice-versa. [O ESOTERISMO COMO PRINCÍPIO E COMO VIA]"


[1Ver nuestro artículo sobre "Les pierres de foudre" ( aquí, cap. XXV, "Las ‘piedras del rayo’" ).