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trigrama / trigramas / trigrams / trigrammes / hexagrama / hexagramas / hexagram / hexagrams / hexagramme / hexagrammes

  

René Guénon

Son numerosos los símbolos tradicionales que representan al hombre, como término medio de la Gran Tríada, colocado entre el Cielo y la Tierra y desempeñando así su papel de «mediador»; y, primeramente, haremos observar sobre este punto que tal es la significación general de los trigramas del Yi-king  , cuyos tres trazos corresponden respectivamente a los tres términos de la Gran Tríada: el trazo superior representa el Cielo, el trazo mediano representa el Hombre, y el trazo inferior representa a la Tierra; por lo demás, tendremos que volver sobre ello un poco más adelante. En los hexagramas, los dos trigramas superpuestos corresponden también respectivamente al Cielo y a la Tierra; aquí, el término mediano ya no está figurado visiblemente; pero es el conjunto mismo del hexagrama el que, al unir las influencias celestes y las influencias terrestres, expresa propiamente la función del «mediador». A este respecto, se impone una aproximación con una de las significaciones del «sello de Salomón», el que por lo demás está formado igualmente de seis trazos, aunque dispuestos de una manera diferente: en este caso, el triángulo recto es la naturaleza celeste y el triángulo inverso la naturaleza terrestre, y el conjunto simboliza el «Hombre Universal» que, al unir en él estas dos naturalezas, es por eso mismo el «mediador» por excelencia [1]. [René Guénon, O MEDIADOR]

Matgioi

Ora, foi precisamente por saber que os hierogramas do 35º século a.C. não passavam de deformações da escrita primitiva, sendo portanto insuficientes para representar pensamentos abstratos e gerais, que Fo Hi empregou, para fixar a Tradição da única maneira conveniente (ou seja, sintética e universal), os símbolos lineares dos Trigramas.

Pois a escrita do Yi Ching é de dois tipos: o trigrama para o próprio texto de Fo Hi e o hierograma (caracteres primitivos de Koteou) para as glosas e paráfrases da Escola de Fo Hi.

A trama do Yi Ching consiste assim em sessenta e quatro hexagramas, ou trigramas duplos; estes sessenta e quatro tipos provém, por uma revolução em sentido inverso de dois círculos concêntricos, de oito trigramas; estes trigramas provém de quatro digramas; e estes digramas, das diferentes posições de um traço cheio ⚊ e de um traço truncado ⚋.

Estes dois traços são as figuras simbólicas representativas mais simples que jamais existiram. Aonde o imperador Fo Hi encontrou um simbolismo tão ingênuo? Neste caso como em outros, e tanto para a escrita que traduz um pensamento quanto para este pensamento mesmo, Fo Hi não se dirigiu nem às intervenções celestes nem às potências invisíveis, mas antes à natureza que cercava e encantava sua raça. Foi da sua altura de homem que, com lógica indiscutível, ele assumiu a tradução da Tradição que deveria esclarecer e guiar a Humanidade. Com efeito, o livro histórico dos “Ritos de Tsheou” diz: “Antes de traçar os trigramas, Fo Hi olhou para o céu, depois baixou os olhos para a terra, observando suas peculiaridades e considerando as características do corpo humano e de todas as coisas exteriores”. Vale dizer que os dois traços indicam um duplo estado, ou melhor, a igualdade entre dois estados, comuns a toda a criação. Convém aproximar deste símbolo em linha reta o mesmo símbolo em linha circular, conhecido por toda a antiguidade oriental e renovado pelos taoístas, o Yin-Yang, representação do princípio duplo, ativo-passivo, positivo-negativo, masculino-feminino, luminoso-obscuro, etc., que quando dividido em suas duas partes por um observador analítico produz o erro fatal do Bem e do Mal, mas que, indissoluvelmente um em essência (malgrado o aspecto que a representação material é obrigada a lhe dar) constitui o Tai Chi ou Grande Extremo, símbolo enérgico e absoluto, gravado no frontão de todos os templos, e que Lao Tsé colocou à frente de todas as doutrinas asiáticas.

O traço sem solução de continuidade representa o ativo; o traço com solução de continuidade representa o passivo; e sendo os traços como os princípios, Fo Hi reconhecia assim a essência e a unidade da perfeição, da qual eles não passam de aspectos. Cuidemos bem, aqui mais do que em qualquer outro lugar do mundo, de não confundirmos a coisa com a forma deteriorada sob a qual podemos representá-la, e talvez mesmo compreendê-la: pois os piores erros metafísicos, os piores cataclismos morais nasceram da compreensão insuficiente e da má interpretação dos símbolos. E lembremo-nos sempre do deus Janus, que é representado com dois rostos, mas que não possui senão um, que não é nem um nem outro que podemos tocar e ver.

Esta é a interpretação do simbolismo dos traços dos hexagramas de Fo Hi; ela demonstra que o Yi Ching é um livro universal e não um tratado de astronomia, como quiseram os japoneses e os latinos niponizantes. [A Via Metafísica]

Jullien

Esse dispositivo é, de saída, o mais simples que existe. Dois tipos de traço, pleno ou partida ( ⚊ e ⚋ ), opõem entre si as duas vertentes das coisas: o lado iluminado e o lado sombreado da montanha, a luz e a obscuridade, o “duro” e o “maleável”, masculino e feminino. O traço contínuo é ímpar: ele contém três em um e, ao se desdobrar, atinge o número máximo, o número nove; o traço descontínuo é par: contém apenas dois terços do anterior (o terço de esquerda e o de direita, cf. Wang Fuzhi, p. 45) e, desdobrado (por triplicação igualmente), chega apenas ao número seis. Esses dois traços são suficientes para representar os fatores constitutivos de toda a realidade: encarnam seus dois polos, yin e yang.

Dobremos esses dois traços, e então vemos o esboço de uma série. Basta, efetivamente, que sob cada um desses dois traços acrescentemos um segundo traço, idêntico ou oposto, para que obtenhamos quatro casos (⚏ “velho yin” e ⚌ “velho yang”, ⚎ “jovem yin” e ⚍ “jovem yang”) que podem ser alinhados numa ordem progressiva (quando o yin vai crescendo, o yang vai decrescendo, e reciprocamente) e formam um encadeamento contínuo (segundo esses dois pólos - e +: 6 “velho yin” — 7 “jovem yang” — 8 “jovem yin” — 9 “velho yang”). Acrescentemos ainda um traço a cada uma dessas figuras e obtemos então a série dos oito trigramas. Formando um sistema já relativamente complexo, esses trigramas podem representar os principais “fenômenos” [30] (xiang no sentido de faxiang). Os do mundo de fora: Qian ☰ o céu e Kun ☷ a terra; Zhen ☳ o trovão e Xun ☴ o vento; Kan ☵ a água e Li ☲ o fogo; Gen ☶ a montanha e Dui ☱ o lago. Ao mesmo tempo em que as principais disposições interiores e seus modos de atividade: a dureza (Qian) e a maleabilidade (Kun); o irromper inicial (Zhen) e a penetração suave (Xun); o perigo oculto (Kan) e o brilho da luz (Li); a imobilização do repouso (Gen) e o desdobramento da alegria (Dui). Ora, nesse estágio, no qual começa a consideração da diversidade, fica claramente mantida, entretanto, a polaridade inicial. Não só cada uma dessas figuras possui um parceiro, que é a figura oposta, mas, além disso, se, como observa o “Grande comentário” (B, §4), entre os seis trigramas intermediários (que se intercalam entre os dois trigramas inteiramente yang ☰ ou yin ☷ , “pai” e “mãe” da série), os que são yang (os três “filhos”: Zhen ☳ , Kan ☵, Gen ☶ ) são compostos de uma maioria de traços yin e os que são yin (as três “filhas”: Xun ☴, Li ☲, Dui ☱), de uma maioria de traços yang, é porque os primeiros “são ímpares” e os outros são “pares”. O que Wang Fuzhi verifica num plano estritamente numérico (p. 587): esses três trigramas yang totalizam: 6 + 6 + 9 = 21 (número ímpar); e, multiplicados por 3, totalizam: 18 + 18 +27 = 63 (novo número ímpar). Ao passo que os três trigramas yin totalizam 9 + 9 + 6 = 24 (número par), e, multiplicados por 3, totalizam: 27 + 27 + 18 = 72 (novo número par). A tensão entre o par e o ímpar fica mantida, então, ao longo de toda a série: ao mesmo tempo em que são desdobradas, essas figuras preservam em si a relação, ao mesmo tempo oposta e complementar, dos dois traços de que nasceram.

Dobremos novamente as parcelas e obteremos então a série dos 64 hexagramas que corresponde ao último estágio do desenvolvimento das figuras. Mas, em primeiro lugar, como opera essa duplicação de 3 para 6? Mais do que pensar que ela corresponde à duplicação de um primeiro trigrama (um segundo trigrama vindo a se juntar por baixo de um trigrama inicial, segundo uma interpretação antiga), é muito mais lógico considerar, demonstra Wang Fuzhi (pp. 573-576), que essa duplicação opera no nível de cada um dos traços. Tratar-se-ia menos de uma “duplicação”, por conseguinte, do que de um desdobramento, e este não modifica a natureza da figura: o hexagrama não seria nada mais do que um trigrama desenvolvido. Com efeito, ao passo que o trigrama representa a realidade do ponto de vista de seu “ser constitutivo”, cabe ao hexagrama representar a mesma realidade do ponto de vista de seu [31] “funcionamento” ("ti" oposto a "yong", segundo os termos neoconfucianos). Vê-se, então, por que uma tal duplicação era necessária (mesmo se exegetas modernos considerem que talvez o contrário é que fosse historicamente verdadeiro: os trigramas correspondendo então a um esforço posterior de formalização que visava a apresentar os hexagramas em redução): para representar a marcha das coisas, convém realçar a cada vez a dualidade de aspectos, inversos mas correlatos, de que decorre a interação que permite o “funcionamento”. Eis por que, sem todos os traços que compõem a série dos hexagramas, conclui Wang Fuzhi, “não se conseguiría explorar até o fim” um tal funcionamento.


[1En términos específicamente cristianos, es la unión de la naturaleza divina y de la naturaleza humana en Cristo, que tiene efectivamente este carácter de «mediador» por excelencia (cf. A Grande Tríada, cap. XXVIII). - La concepción del «Hombre Universal» extiende a la manifestación toda entera, por transposición analógica, este papel que el «hombre verdadero» ejerce sólo, de hecho, en relación a un estado particular de existencia.