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Poimandres / Poimandrès

  

Festugière

Os cinco primeiros parágrafos traduzi da versão de A.-J. Festugière  , com suas anotações (resumidas). Os demais foram encontrados na Internet e aguardam revisão e anotações

PLANO GERAL DO TRATADO (Festugière)

I - INTRODUÇÃO — Aparição de Poimandres. Demanda da revelação. (1-3).

II - A REVELAÇÃO (4-26)

  • A ) Cosmogonia (4-11)
  • B ) Antropologia (12-23)
  • C ) Escatologia (24-26)

III - MISSÃO APOSTÓLICA DO PROFETA (27-29)

IV - ORAÇÃO FINAL (30-31)

Excertos:

Hans Jonas

La composición del tratado es clara. Su parte más extensa (1-26) es el relato, redactado en primera persona, de una experiencia visionaria y de las enseñanzas aprendidas durante su transcurso. Los párrafos conclusivos (27-32), describen la consecuente actividad misionera del destinatario entre sus compañeros humanos. En el relato de la revelación, percibimos las siguientes divisiones principales. Los párrafos del 1 al 3 describen la situación visionaria con la aparición de Poimandres (“Pastor de Hombres”), que se identifica a sí mismo con el Nous (Intelecto), es decir, con la deidad suprema. Los párrafos del 4 al 11 plantean la cosmogonía hasta la creación de los animales irracionales, mientras que los párrafos del 12 al 19 plantean la antropología, la doctrina central de toda la revelación. Los párrafos del 20 al 23, al extraer las conclusiones morales de las partes teóricas de la revelación precedentes, definen los dos tipos opuestos de la conducta humana. Los párrafos del 24 al 26 completan la revelación al describir la ascensión del alma gnóstica después de la muerte. Comenzaremos por comentar la doctrina central, que trata del origen   y la esencia del hombre, y para la cual la parte cosmogónica facilita un conocimiento de fondo que no es imprescindible para su comprensión. Trataremos después de la ascensión del alma, que se corresponde con el descenso del Hombre Primordial y cuyos detalles complementan el relato ofrecido de este último. Sólo entonces volveremos a la cosmogonía e intentaremos desenredar el relato de algún modo escurridizo y quizá no del todo homogéneo de estas primeras fases del drama. [Excertos de "La Iglesia Gnóstica", Ed. Siruela, 1958, pags.182 a 200.

Excertos

Yates

(1) A Gênesis egípcia. Poimandres. (Corpus hermeticum  , I; [1] em parte gnose otimista e, em parte, dualista.)

Poimandres, que é o noûs ou mens divina, aparece para Trismegisto quando seus sentidos corporais estão presos a um sono muito pesado. Trismegisto expressa a aspiração de conhecer a natureza dos seres e de conhecer a Deus.

O aspecto de Poimandres muda, e Trismegisto passa a ter uma visão toda luminosa e sem limites. Aparece, então, uma espécie de obscuridade ou escuridão, da qual surge um tipo de fogo acompanhado de um som indescritível, como um ígneo gemido, enquanto a luz despede uma sagrada Palavra, e um fogo sem mescla salta da região úmida para o sublime; e o ar, sendo luz, segue o sopro de fogo. "Essa luz", diz Poimandres, "sou eu, nous, teu Deus. . . e a luminosa palavra que flui do nous é o Filho de Deus."

Trismegisto, nesse momento, vê em si mesmo, em seu próprio nous ou mens, a luz e o incalculável número de Potestades, um mundo ilimitado, e o fogo envolto numa força onipotente. Pergunta a Poimandres: "De onde vêm, então, os elementos da natureza?", e Poimandres responde: "Da Vontade de Deus, que em si recebeu a Palavra. . . E o nous-Deus, existindo como luz e vida, trouxe à luz um segundo nous-Demiurgo, que, sendo o deus do fogo e do sopro, formou os Governadores, em número de sete, que envolvem com seus círculos o mundo sensível". O Mundo uniu-se ao »o«J-Demiurgo, sendo da mesma substância, e o nous-Demiurgo, conjuntamente com a Palavra, move os Sete Governadores, dos quais depende todo o baixo mundo elementar. Depois de o «nous-Demiurgo-Palavra e sopro de fogo haver formado e posto em movimento os Sete Governadores, passa o relato de Trismegisto à criação do Homem, que é ação direta do nous-Pai.

"Ora, o nous, Pai de todos os seres, sendo vida e luz, trouxe à luz um Homem semelhante a Ele mesmo, o qual amou como seu próprio Filho. Porque o Homem era belo, tendo reproduzido a imagem de seu Pai; e foi na verdade sua própria forma que Deus amou e a quem deu todas as suas obras. Ora, ao ver a criação que o Demiurgo havia formado no fogo, o Homem desejou também produzir uma obra, e para isso recebeu permissão do Pai. Assim, tendo entrado na esfera demiúrgica, na qual teve pleno poder, o Homem viu as obras de seus irmãos, os Governadores o amaram, e cada qual lhe deu uma parte de seu próprio governo. Depois, tendo conhecido sua essência e recebido participação em sua natureza, ele desejou atravessar a periferia dos círculos e conhecer o poder d’Aquele que reina sobre o fogo.

"O Homem, que possuía pleno poder sobre o mundo dos seres mortais e animais, inclinou-se sobre a armadura das esferas, depois de passar por seus invólucros, e mostrou à Natureza abaixo a bela forma de Deus. Ao ver que havia nele a beleza inexaurível e toda a energia dos Governadores, aliada à forma de Deus, a Natureza sorriu com amor, pois havia visto a forma maravilhosamente bela do Homem, refletida na água, e, na terra, sua sombra. E ele, tendo visto essa forma semelhante à sua na Natureza, refletida na água, amou-a e quis estar com ela. No momento em que o desejou, ele o realizou, e habitou a forma irracional. Então, a Natureza, tendo recebido seu amado, abraçou-o e uniram-se, pois ardiam de amor."

O Homem, tendo tomado um corpo mortal a fim de viver com a Natureza, é o único dos seres terrestres a possuir uma dupla natureza, mortal pelo corpo e imortal do ponto de vista do Homem essencial. Ainda que seja imortal e tenha poder sobre todas as coisas, tem pelo próprio corpo a condição da mortalidade, sendo sujeito ao Destino e escravo da armadura das esferas. "Agora", disse Poimandres, "revelarei um segredo até agora oculto. A Natureza, unida ao homem no amor, produziu um prodígio espantoso. O Homem, como ficou dito, tinha em si a natureza da assembleia dos Sete, composta de fogo e sopro. A Natureza, pela sua união com o Homem, deu à luz sete homens, correspondentes à natureza dos Sete Governadores, entre os quais havia machos e fêmeas, e que se elevaram para o céu." A geração dos sete primeiros homens ocorreu do seguinte modo: fêmea era a terra, água, o elemento generativo; o fogo levou as coisas à maturidade, e do éter recebeu a Natureza o sopro vital e produziu corpos com a forma do Homem. Quanto ao Homem, emergindo da vida e da luz que ele fora, mudou-se para alma e intelecto, sendo que a vida se transformou em alma, e a luz, em intelecto. E todos os seres do mundo sensível permaneceram nesse estado até o fim do período.

No fim do período, continua Poimandres, foi quebrado, pela vontade de Deus, o elo que ligava todas as coisas. O Homem e os animais, que até então haviam sido ao mesmo tempo machos e fêmeas, separaram-se em dois sexos, e Deus pronunciou a frase "Crescei e multiplicai-vos". Então, a Providência, através do Destino e da armadura das esferas, estabeleceu as gerações, e todas as coisas vivas se multiplicaram, cada qual segundo sua espécie.

Poimandres aconselha Trismegisto sobre o modo como há de se comportar na vida, em vista do mistério que lhe foi transmitido. Deve conhecer a si mesmo, visto que "aquele que a si se conhece a si se dirige", isto é, dirige-se para sua verdadeira natureza. "Tu és luz e vida como Deus Pai, de quem nasceu o Homem. Se, portanto, aprenderes a conhecer a ti mesmo como feito de luz e vida. . . retornarás à vida." Só o homem que tem intelecto (e nem todos o têm) pode, assim, conhecer a si mesmo. E Trismegisto deverá viver com pureza e santidade, agradando ao Pai por meio de amor filial e enunciando bênçãos e hinos.

Trismegisto agradece a Poimandres por ter-lhe revelado todos esses fatos, mas quer saber também sobre a "ascensão". Poimandres explica que, ao morrer, o corpo se dissolve em seus elementos, mas o homem espiritual se eleva através da armadura das esferas, deixando em cada uma delas uma parte de sua natureza mortal e o mal nela contido. Depois, uma vez inteiramente desnudado de tudo o que as esferas lhe imprimiram, ele entra na natureza "ogdoádica", ouve as Potestades cantando hinos a Deus e mistura-se a elas.

Trismegisto é, então, despedido por Poimandres, "depois de ser investido de poderes e instruído sobre a natureza do Todo e da visão suprema". Inicia, assim, sua pregação ao povo, incitando-o a abandonar seus erros e a tomar parte na imortalidade.

E Trismegisto "gravou dentro de si o benefício de Poimandres". [2] [Tradução de Yolanda Steidel de Toledo]


[1C. h., I, págs. 7-19; Ficino, págs. 1 837-1 839.

[2"Ego autem Pimandri beneficium inscripsi penetralibus animi..." (tradução de Ficino, pág. 1 839).