Página inicial > Palavras-chave > Escritores - Obras > Historia Lausíaca / Historia Lausiaca

Historia Lausíaca / Historia Lausiaca

  

A História Lausíaca está entre as principais fontes do monaquismo antigo. Escrita entre 419-420, descreve a vida monástica de homens e mulheres, nas diversas regiões do Oriente: Egito, Palestina, Síria e Ásia Menor.

Paládio, seu autor, nasceu na Galácia em 363 ou 364. Depois de sua formação clássica, dirigiu-se ao Egito, em 388, no desejo de fazer-se monge. Depois de 9 anos, sob o discipulato de Macário e principalmente de Evágrio Pôntico, por motivo de saúde, teve que voltar a Palestina, onde foi feito "bispo de Elenópolis, na Bitínia, no ano 400. Por causa da controvérsia origenista, foi exilado no Egito, pelo imperador Arcádio. Quando pode voltar, foi feito bispo de Aspuna, na Galácia, em 412. Aí escreveu a História Lausíaca, sua obra mais importante, e morreu antes do Concilio de Éfeso, celebrado em 431.

A História Lausíaca retira seu nome de Lauso, homem da corte de Teodósio II e cristão piedoso, a quem Paládio dedica sua obra. Ela contém uma serie de fatos ou histórias curtas de Pais e Mães do Deserto, edificantes ou não, que o autor conheceu pessoalmente ou sobre os quais recebeu informações de outros. É o primeiro a empregar a expressão "Pai do Deserto". Não apresenta nenhuma teoria ascética, embora o espírito seja de Evágrio.

A história do texto foi muito acidentada e ainda permanece obscura em certos pontos. Não se sabe se Paládio aproveitou-se ou não de fontes escritas. 0 texto grego foi logo traduzido para o latim, por Rufino, e para diversas línguas orientais, sofrendo a fusão com outra obra monástica anônima semelhante, a Historia Monachorum in Aegypto. D. Butler conseguiu restaurar o texto grego, que foi corrigido, mais tarde, por Draguet, a partir das recensões siríacas. Foi este texto que serviu de base para a tradução francesa das carmelitas de Mazille, de onde, por sua vez, foi feita a tradução portuguesa, pelo Mosteiro de N. S. da Paz, Itapecerica da Serra, SP. A esta comunidade os nossos agradecimentos por mais este serviço à CDCBRA.

D. Paulo Rocha, abade da Bahia Presidente da CIMBRA
Salvador, 17 de setembro de 1986.

Excertos: