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apóstolo / ἀπόστολος / missus / διακονία / diakonia / ministerium / diaconus / απεσταλμένα / prophetes / προφήτης / profeta / hegeomai / ἡγέομαι / guiar / ἡγεμών / guia / direção / ἡγούμενος / hegoumenos / líder / imam / imame / walî / nabî / wali / nabi / pîr

  

gr. prophetes, προφήτης. A comunicação direta através de um «médium» humano se dá através do prophetes, o possesso de um deus, tipicamente Apolo. gr. prophêtês, hieroskopoi: orador, médium, profeta, adivinho.


Nazafi

Saiba, bendito sejas nos dois mundos, que a Lei religiosa, a shariat, é o enunciado dos profetas; que o Caminho místico, a tariqat, é a prática dos profetas; que a Realidade Verdadeira, a haqiqat, é a visão dos profetas. «Minhas palavras são a shariat, minhas ações a tariqat, meus estados a haqiqat. O peregrino deve a princípio estudar e aprender de cor o que é necessário na ciência da Lei religiosa, em seguida cumprir o que é necessário na prática do Caminho místico a fim de acceder, segundo seus esforços e sua assiduidade, à luz da Verdade.

Ó Dervixe! Aquele que aceita aquilo que seu profeta disse está entre os adeptos da Lei. Aquele que faz o que aquilo que seu profeta fez está entre a gente do Caminho místico. Aquele que vê aquilo que seu profeta viu está entre os visionários da Verdadeira Realidade.

Ó Dervixe! Aquele que possui os três é contado entre os Perfeitos: ele é «aquele que se mantém adiante» — o guia espiritual. Aquele que desta tríada é desprovido é contado entre os imperfeitos: contado entre as bestas. [O LIVRO DO HOMEM PERFEITO]

Joaquim Carreira das Neves

Profeta é alguém que fala com autoridade divina e com inspiração divina. Em João, quando Jesus cura o cego de nascença, o curado reconhece Jesus como "um profeta" (9, 17). Depois de alimentar os 5.000 homens, o povo exclama: "Este é realmente o Profeta que havia de vir ao mundo!" (6, 14). Por ocasião da festa das Tendas (Qo 7), diante das controvérsias e doutrinação de Jesus, muitos de entre a multidão professavam:"Ele é realmente o Profeta!" (7,40). Estas duas últimas declarações referem que não se trata de um profeta entre os muitos profetas, mas de "o Profeta" final prometido por Deus a Moisés em Dt 18, 15. A expectativa dum profeta-como-Moisés aparece nos ambientes samaritanos (4,19) e entre a comunidade de Qumran   (4QTestim 5-8). Semelhante Profeta é o último mensageiro ou "alter-ego" de Deus, isto é, representa a última palavra de Deus ou o último revelador do mesmo Deus. Uma vez mais, também como "o Profeta" de Deus, Jesus apresenta-se como o último mediador entre Deus e o homem. Desta maneira, o evangelho afirma que ver Jesus é o mesmo que ver o Pai (12, 45: "e quem me vê a mim vê aquele que me enviou"; 14, 7-9: "Se ficaste a conhecer-me, conhecereis também o meu Pai. E já o conheceis, pois estais a vê-lo.... Quem me vê, vê o Pai..."). Conhecer e receber Jesus é o mesmo que conhecer e receber o Pai (8,19: "Perguntaram-lhe, então: ‘Onde está o teu Pai?’ Jesus respondeu: ‘Não me conheceis a mim, nem ao meu Pai. Se me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai’; 12,44-45: "Quem crê em mim não é em mim que crê, mas sim naquele que me enviou; e quem me vê a mim vê aquele que me enviou"; 13, 20: "Em verdade, em verdade vos digo: quem receber aquele que eu enviar é a mim que recebe, e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou").

Em conclusão, Jesus como Profeta, Messias, Filho de Deus, Logos, Filho do Homem é sempre o EU SOU, enviado/emissário de Deus Pai, revelador final da salvação do mesmo Deus Pai.

Mas João não se fixa apenas na funcionalidade dos "títulos" cristológicos de Jesus, partindo dessa funcionalidade para o SER da pessoa: Jesus é o OUTRO do mesmo Deus. E como se o próprio Deus Pai tivesse encarnado. Não é possível chegar mais longe e mais fundo no mistério de Jesus. [ESCRITOS DE SÃO JOÃO]

Stephen Mitchell

Antes de citarmos algumas colocações relevantes sobre a questão da transmissão do ensinamento tradicional, através da relação mestre-discípulo, é importante ressaltar um dito do profeta Jeremias, que seria tão importante de ser refletido por todos nós, mas em particular pelos "crentes" e evangélicos, no ato "apostólico" (v. Apostolado, para uma justa compreensão deste ato):

Segundo Jeremias (31,33ss.), diz Deus sobre o Fim dos Dias (que está sempre acontecendo, se deixamos), "Coloquei minha verdade no mais profundo recanto da tua mente, e escrevi-a no teu coração. Não é mais necessário que um homem ensine sobre Deus a seu irmão. Pois cada um de vós Me conhece, do mais ignorante ao mais culto, do mais pobre ao mais poderoso".

[Excertos de Stephen Mitchell  , "O Evangelho segundo Jesus"]

Daryush Shayegan

A palavra árabe Imam significa «aquele que se mantém adiante». É portanto o guia espiritual. A qualificação abraça o grupo dos «Doze», quer dizer os onze Imãs descendendo do profeta por sua filha Fátima (al-Zayra, a Resplandecente) e seu primo, o primeiro dos Doze, Ali Ibn Abi Talib. O xiismo duodécimo é por vezes nomeado também «imamismo». O Imã é o suporte da haqiqat (Verdade espiritual) que mantém e a lei e a hermenêutica do Corão. Pois os Imãs detêm a chave do Livro, eles mantêm o sentido do Livro na ausência do Profeta, donde a proclamação do Quinto Imã: «Se o Imã foi elevado da terra uma única hora, ela estremecerá em vagas que rolariam seus habitantes como o mar rola em suas vagas os seres que o habitam».

Se, do lado xiita, o Imã é o polo ao redor do qual pivotam a coesão e a coerência do ser, aquela cuja função iniciática se abre sobre uma perspectiva escatológica, do lado sunita, em revanche, o Imã permanece o pivô da ordem social sem assumir um cargo hermenêutico nem metafísico. «sua necessidade não procede senão da consideração das coisas temporais; não é um conceito sacral (implicando uma sacralização do universo) mas um conceito secular e laico». Não é imaculado e puro (ismat); sua escolha depende do consenso; é eleito, enquanto o Imã no sentido xiita sendo uma pessoa sagrada (entendemos os doze Imãs e não seus representantes), escapa a toda eleição. Ele simboliza a realidade essencial do homem, seu Alter Ego espiritual, donde a sentença: «Aquele que morre sem conhecer seu Imã (quer dizer sem conhecer seu Si), morre da morte dos inconscientes».

O Corão por si só não pode ser Respondente (Hojjat), testemunha, enquanto não há um Mantenedor, um hermeneuta (mofassir) que conheça a gnose integral. Este mantenedor, é o Imã, o Guia. Pois se a herança concedeu aos profetas em virtude da função legisladora do qual estavam investidos foi aquele de fazer descer (tanzil) a Revelação sob a forma de Livro, aquele dos Imãs foi em revanche de conduzir (tawil) a letra desta revelação a sua fonte. Eis porque todo o ciclo da walayat simbolizado pela sucessão dos doze Imãs é orientado para o Retorno à Origem.

Os Imãs beneficiam do nass (designação expressa pelo Imã predecessor), da pureza, da impecabilidade (ismat). Donde o termo «Quatorze Imaculados» (chahardah masum, em persa) para designar o Profeta, sua filha Fátima e os Doze Imãs. A ideia da infalibilidade está em relação com a função hierofânica dos Imãs enquanto «polo do mundo» ou «polo dos polos» sem o qual a existência terrestre não poderia continuar um instante mais. Ora o polo pode ser ora visível, ora invisível, oculto entretempo. Tal é o estado atual das coisas, posto que estamos neste momento em período de ocultação.

O Imã é face de Deus e face do Homem; é uma forma teofânica (mazhar) porque a «teofania é como tal a instauração de uma relação entre aquele que se mostra (motajalli) e aquele a quem ele se mostra (matajalla laho), aquele que se mostra o faz necessariamente sob uma forma proporcionada e correspondendo àquele a quem ele se mostra». Salvando a teofania, o Imã torna possível o Amor, posto que é o Amor que permite a visão interior, a visão do coração. Assim não somente o Imã torna possível o amor incluso em todo face a face entre o amante e o amado, mas funda igualmente o tawhid ontológico. Pois a divindade em si não é nem visível, nem conhecível: não se pode admirar que a divindade revelada nas formas epifânicas.

O primeiro período começa com o primeiro Imã, Ali Ibn Abi Talib. Este foi o confidente dos segredos do profeta do Islã. A seu respeito, o profeta teria dito: «Sou a Cidade do Conhecimento, Ali está na porta». Este período vai até o ano que marca a «Grande Ocultação» do décimo segundo Imã, quer dizer 940 AD. É portanto o ano onde o morre o grande compilador Mohammad ibn Yaqub Kolayni que recolheu junto dos últimos representantes do Duodécimo Imã, os hadiths constituindo o mais antigo recolho de tradições xiitas. Um segundo período se estende de Kolayni até Nasiroddin Tusi (1270) que participou também do xiismo ismaeliano. Este período é marcado, diz Corbin  , «pela elaboração das grandes somas de tradições xiitas, as obras consagradas a tal ou tal tema particular, os grandes tafsir ou comentários xiitas do Corão». Um terceiro período vai de Tusi (após a invasão mongol) até a época safávida, no início do século XVI. Ela é marcada pela obra importante de Haydar Amoli que tentou conciliar o sufismo e o xiismo constituindo um xiismo integral. O quarto período começa a partir da época safávida (após a Escola de Ispahan), dominada por Mir Damad e seu alunos, e englobando o período qadjar, chegou até nossos dias.


Os Amigos e os próximos de Deus existiram desde sempre e não cessarão de existir no futuro. O eixo do mundo se mantém, graças a sua presença eterna. Nas proposições dos Imãs recolhidos por Mohammad ibn Yaqub Kolayni, encontramos ensinamentos precisos sobre a necessidade de uma walayat. Enquanto esotérica de toda filosofia profética - filosofia profetológica, a walayat não pode se esgotar nem se extinguir; sem ela o fundamento mesmo do universo seria abalado. O mundo não pode subsistir sem o Fiador de Deus (hojjat). Os Imãs são aqueles que guiam os homens e os dirigem para a via de Deus. O Fiador não é outro senão a presença espiritual, ininterrupta, do ciclo dos Amigos e dos Próximos de Deus. Lahiji afirma que, embora o ciclo da profecia esteja fechado e que a porta das revelações divinas e do envio do arcanjo Gabriel esteja fechada, a inspiração (wahy) e os signos de Deus persistem sempre. Estas entidades espirituais dependem do ciclo da walayat. Esta é o próprio do nome «wali» que é um dos nomes divinos: estes serão sempre manifestados e não serão jamais interrompidos.

Ora, como o ciclo da walayat seria possível depois que o ciclo do Selo da profecia alcançou seu termo com o Maomé   - profeta do Islã?

Lahiji, retomando o simbolismo da marcha do sol do Oriente da nobowwat, diz que a luz da Realidade maometana apareceu no Oriente da nobowwat para alcançar ao ponto culminante do círculo da profecia, mas tendo ultrapassado o ponto extremo do meio-dia, este sol projetou sua sombra para o Ocidente da walayat que é o aspecto esotérico da nobowwat. Na marcha crepuscular do sol para o Ocidente, as sombras tipificando os Amigos de Deus   (awliya) se manifestaram e os Orientes e os Ocidentes se opuseram; a cada um dentre os pontos (profetas) do ciclo da profecia, correspondia um ponto (wali) crepuscular do ciclo de ocultação (walayat). Assim como estes pontos apareceram no horizonte do mundo da visibilidade, assim também se ocultaram no horizonte do mundo do mistério. À Parusia do décimo segundo Imã, Origem (mabda) e Retorno (maad) se conjuminaram, e a revolução do ciclo da evolução espiritual (ciclo da walayat) será concluída.

A cada um dos pontos situados a Oriente do arco da nobowwat corresponde portanto um ponto homólogo situado a Ocidente do arco da walayat.

Do lado da profecia, nenhum profeta foi mais próximo de Maomé que o Cristo, e do lado do Ocidente crepuscular, a origem da walayat foi Ali ibn Abi Talib, homólogo «ocidental», «crepuscular» de Jesus, e assim como Jesus estava investido de divindade, assim também os awliya, Ali é o único a dela estar investido. [HENRY CORBIN]

René Guénon

En la sufismo - tradición islámica, lo que Si-Mesmo Mim-Mesmo - acabamos de decir tiene su equivalente en una amplia medida, teniendo en cuenta la diferencia de los puntos de vista que son naturalmente propios a cada una de las diversas formas tradicionales: este equivalente se encuentra en la distinción que se hace entre el caso del walî y el del nabî. Un ser puede ser walî sólo «para sí mismo», si es permisible expresarse así, sin manifestar nada al exterior; por el contrario, un nabî sólo es tal porque hay una función que desempeñar con respecto de los demás seres; y, con mayor razón, la misma cosa es verdad del rasul, que es también nabî, pero cuya función reviste un carácter de universalidad, mientras que la del simple nabî puede estar más o menos limitada en cuanto a su extensión y en cuanto a su meta propia. Podría parecer incluso que aquí no debe haber la ambigüedad aparente que hemos visto hace un momento a propósito del Bodhisattwa, puesto que la superioridad del nabî en relación al walî se admite generalmente e incluso se considera como evidente; y sin embargo a veces se ha sostenido también que la «estación» (maqam) del walî es, en sí misma, más elevada que la del nabî, porque implica esencialmente un estado de «proximidad» divina, mientras que el nabî, por su función misma, está necesariamente vuelto hacia la creación; pero, también aquí, eso no es ver más que una de las dos caras de la realidad, la cara exterior, y no comprender que ella representa un aspecto que se agrega a la otra sin destruirla ni afectarla verdaderamente (v. barzakh). En efecto, la condición del nabî implica primero en sí misma la del walî, pero es al mismo tiempo algo más; hay pues, en el caso del walî, una suerte de «carencia» bajo un cierto aspecto, no en cuanto a su naturaleza íntima, sino en cuanto a lo que se podría llamar su grado de universalización, «carencia» que corresponde a lo que hemos dicho del ser que se detiene en el no manifestado - estado no manifestado sin «redescender» hacia la manifestación; y la universalidad alcanza su plenitud efectiva en el rasul, que así es verdadera y totalmente el «Hombre universal». [A REALIZAÇÃO ASCENDENTE E A REALIZAÇÃO DESCENDENTE]

Antonio Orbe

¿Qué decir de los gnósticos  ? El 2 Cor 4,4 lo puntuaban como Marción, haciendo al ‘dios de este siglo’, no al Padre, responsable de los desórdenes humanos.

2 Thes 2,11s crea problema. La expresión Dios enviará (resp. envía) parece asignar a Dios la iniciativa en la misión perversa del Anticristo.

Orígenes sugiere la respuesta.

Así como no hay hombre que, por creado, no merezca el apelativo de «hombre de Dios», aunque en sus obras lo disimule, así el Anticristo, por sometido a la providencia universalísima del Dios supremo, pudo ser «enviado de Dios», aunque entre el Padre y el (demiurgo) que directamente le envía medie gran distancia de natura y designios.

  • He aquí las palabras de Orígenes (l.c.): «La expresión ‘enviado por Dios’ (cf. lo 1,6), aplicada a Juan, ya no parecerá excepcional. El peor de todos, ‘el hombre del pecado, el hijo de la perdición’ (2 Thess 2,3), según lo dice Pablo, es enviado por Dios. ‘Pues por eso — dice (2 Thess 2,1 ls) — Dios les envía un poder de error para que den fe al engaño, a fin de que sean juzgados ( = condenados) todos los que no creyeron a la verdad, sino que se complacieron en la iniquidad’. Mira si la cuestión se puede resolver así: todo hombre es simplemente ‘hombre de Dios’ a raíz de ser creado por Dios, mas solamente se denomina ‘(hombre) de Dios’ el consagrado a Dios — como Elias y los que vienen designados en las Escrituras ‘hombres de Dios’ — ; así, aunque, en sentido muy general, todo hombre puede ser enviado de Dios, rigurosamente sólo se dice haber sido enviado por Dios el que vino a esta vida para servicio divino y culto de salvación del género humano...». [Parábolas Evangélicas em São Irineu  ]

René Guénon

El rasul manifiesta el atributo divino de Er-Rahmân en todos los mundos (rahmatan lil-âlamîn), y no solo en un cierto dominio particular. - Se puede destacar que, en otras partes, la designación del Bodhisattwa como «Señor de compasión» se refiere también a un papel similar, puesto que la «compasión» extendida a todos los seres no es en el fondo más que otra expresión del atributo de rahman.

El «enviado», en el sentido en el que hemos tomado esta palabra precedentemente, es pues literalmente una «víctima»; por lo demás, entiéndase bien que esto no implica en modo alguno, de una manera general, que su vida deba terminarse por una muerte violenta, puesto que en realidad, es esta vida misma, en todo su conjunto, la que es ya la consecuencia del sacrificio. Se podrá destacar inmediatamente que es en eso donde reside la explicación profunda de las vacilaciones y de las «tentaciones» que, en todos los relatos tradicionales, y cualquiera que sea la forma más especial que revistan según los casos, se atribuyen a los Profetas, e incluso a los Avataras, cuando se encuentran en cierto modo en presencia de la «misión» que tienen que cumplir. En el fondo, estas vacilaciones no son otras que las de Agni a aceptar devenir el conductor del «carro cósmico» [1], así como lo dice A. K. Coomaraswamy en el estudio que ya hemos citado, que vincula así todos estos casos al del «Avatâra eterno», con el cual no forman más que uno en su «verdad» más interior; y, ciertamente, la tentación de permanecer en la «noche» de lo no manifestado se comprende sin esfuerzo, ya que nadie podría contestar que, en este sentido superior, «la noche es mejor que el día». A. K. Coomaraswamy explica también de este modo, y con justa razón, el hecho de que Shankaracharya se esfuerce siempre visiblemente en evitar la consideración del «redescenso», inclusive cuando comenta textos cuyo sentido lo implica bastante claramente; en efecto, sería absurdo, en un caso como ese, atribuir una tal actitud a una falta de conocimiento o a una incomprensión de la doctrina; así pues, su actitud no puede comprenderse más que como una suerte de retroceso ante la perspectiva del «sacrificio», y, por consecuencia, como una voluntad consciente de no levantar el velo que disimula «la otra cara de la oscuridad»; y, generalizando sobre todo lo precedente, esa es la razón principal de la reserva que se guarda habitualmente sobre esta cuestión. Por lo demás, puede agregarse a eso, a título de razón secundaria, el peligro de que esta consideración, mal comprendida, sirva de pretexto a algunos para justificar, ilusionándose ellos mismos sobre su verdadera naturaleza, un deseo de «permanecer en el mundo», cuando no se trata en absoluto de permanecer en él, sino, lo que es completamente diferente, de volver a él después de haber salido ya, y cuando esta «salida» previa no es posible más que para el ser en el que ya no subsiste ningún deseo, como tampoco ningún otro apego individual cualquiera; es menester tener buen cuidado de no equivocarse sobre este punto esencial, a falta de lo cual se correría el riesgo de no ver diferencia alguna entre la realización última y un simple comienzo de realización detenido en un estado que no rebasa siquiera los límites de la individualidad. [A REALIZAÇÃO ASCENDENTE E A REALIZAÇÃO DESCENDENTE]


[1Rig-Vêda, X, 51.