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Enéada II, 9
Enéada II, 9 (33)

  

PLOTINO   - TRATADO 33 (II, 9) - CONTRA OS GNÓSTICOS

Trata-se de um documento único em seu gênero: uma apologia à defesa da cultura grega, redigida por um filósofo pagão contra hereges cristãos. Não é um repertório das seitas gnósticas, como realizado por alguns Padres da Igreja (Irineu, Hipólito   e Epifânio), mas um apelo que Plotino dirige a alguns de seus discípulos a fim de arrancá-los à influência gnóstica. De fato, gnósticos   assistiam aos cursos de Plotino, se misturavam aos discípulos do mestre e destilavam seus próprios ensinamentos fundados em parte sobre o médio platonismo  .


Capítulo 1: Só existem três realidade inteligíveis
  • 1-19. Lembrança da natureza e ordem das três realidades: o Uno, o Intelecto e a Alma.
  • 19-25. Nenhuma realidade pode se encontrar acima do Uno
  • 25-57. Não se pode multiplicar os Intelectos.
  • 57-63. Não pode existir um intermediário entre o Intelecto e a Alma.

Capítulo2: A natureza de nossa alma e da alma do mundo.

  • 1-4. Lembrança do capítulo 1.: não mais de três realidades e não existe senão um só Intelecto.
  • 4-10. As três faculdades de nossa alma não impedem nossa alma de ser única.
  • 10-18. A alma do mundo permanece no inteligível e governa o sensível sem usar reflexão.

Capítulo 3: A sucessão eterna das realidades.

  • 1-7. A alma do mundo transmite ao que a segue a luz que recebe do Intelecto.
  • 7-12. Cada realidade dá algo àquela que a segue.
  • 12-15. As realidades inteligíveis são eternas.
  • 15-21. A matéria também é eterna e não é separada dos inteligíveis.

PRIMEIRA SÉRIE DE CRÍTICAS

Capítulo 4: Contra a doutrina gnóstica sobre a produção e a destruição do mundo.

  • 1-12. Os gnósticos creem equivocadamente que a alma produz porque ela decaiu e se declinou.
  • 12-15. A alma também não produz para ser honrada.
  • 15-17. Se a alma usa da reflexão, como pode ela produzir?
  • 17-22. A alma não destruirá o mundo sob pretexto de que ela se arrepende de havê-lo produzido.
  • 22-32. O mundo não é mau, pois é a melhor imagem possível do inteligível.

Capítulo 5: Contra o desprezo dos gnósticos a respeito dos astros e da terra de aqui abaixo.

  • 1-8. Os gnósticos se creem superiores até mesmo aos astros.
  • 8-16. Dizem possuir uma alma imortal e divina, mas recusam este privilégio aos astros.
  • 16-23. É equivocadamente que eles introduzem uma alma constituída de elementos.
  • 23-26. Eles pretendem que uma "terra nova" foi criada para eles.
  • 26-37. É inútil admitir que o demiurgo produziu um modelo de nosso mundo.

Capítulo 6: Contra a arrogância dos gnósticos para com Platão e os antigos.

  • 1-14. Eles se inventam um novo vocabulário, mesmo se eles se inspiram em parte de Platão.
  • 14-21. Sua má exegese do Timeu   faz que eles multipliquem os Intelectos.
  • 21-28. Eles se enganam sobre a identidade e sobre o papel do demiurgo platônico.
  • 28-35. Eles multiplicam equivocadamente o número das realidades inteligíveis, em lugar de mantê-las em três.
  • 35-62. Os gnósticos são fraudadores que deformam a doutrina dos antigos.

Capítulo 7: As diferenças entre nossa alma e a alma do mundo.

  • 1-4. Já se disse que o mundo é eterno e que a alma não está no melhor aqui em baixo.
  • 4-27. A alma do mundo é diferente de nossa alma, pois ela não está entravada pelo corpo.
  • 27-32. O corpo do universo é ele também diferente de nosso corpo, pois ele não se escoa.
  • 33-39. A fim de subsistir, as partes devem se conformar à ordem do universo.

Capítulo 8: Sobre a produção do universo e sobre a excelência dito que ele contém.

  • 1-8. É preciso lhes ensinar o que é a verdadeira natureza das realidades inteligíveis.
  • 8-20. O universo é a melhor imitação possível do mundo inteligível.
  • 20-26. Esta imitação não resulta de um pensamento discursivo ou de uma atividade artesanal.
  • 26-43. Os astros são deuses excelentes que possuem uma sabedoria superior.
  • 43-46. Não se pode condenar nosso universo, pois ele está suspenso nos inteligíveis.

Capítulo 9: Contra a arrogância dos gnósticos que se creem superiores e privilegiados.

  • 1-26. Não é preciso se ofuscar dos males e das injustiças daqui de baixo.
  • 26-64. Não é preciso se crer o melhor, pois as realidades e divindades nos superam.
  • 64-75. Todo os homens têm necessidade da providência divina.
  • 75-83. Um grande número de seres aspiram ao inteligível e o alcançam.

SEGUNDA SÉRIE DE CRÍTICAS

Capítulo 10: o mito de Sabedoria.

  • 1-17. Renunciamos a refutar todas suas doutrinas.
  • 17-26. O ponto mais absurdo é o relato deles sobre a Sabedoria que se inclina ou não aqui em baixo.
  • 26-33. O demiurgo é segundo eles uma imagem na matéria.

Capítulo 11: Refutação do mito de Sabedoria e daquele do nascimento do demiurgo.

  • 1-14. A alma não se declina.
  • 14-27. Eles se enganam sobre a natureza do demiurgo.
  • 27-29. É arbitrário dizer que o demiurgo produz primeiramente o fogo.

Capítulo 12: Sequência da refutação da doutrina gnóstica sobre o demiurgo.

  • 1-12. O demiurgo não produz graças à lembrança das coisas que tem vistas.
  • 12-25. O demiurgo não tem nenhuma razão de produzir então o fogo e também não o mundo inteiro.
  • 25-30. O mundo não pode nascer senão das melhores realidades.
  • 30-39. Mesmo sua teoria da iluminação mostra que o mundo depende destas realidades.
  • 39-44. Se a alma produz a matéria, sua inclinação depende unicamente dela e das realidades melhores.

Capítulo 13: Os gnósticos ignoram a natureza das realidades, dos astros e do mal.

  • 1-6. Eles ignoram a natureza das realidades e a ordem de todas as coisas.
  • 6-25. Não é preciso ter medo dos astros, que são animados, excelentes e eternos.
  • 25-33. A definição gnóstica do mal está errada.

Capítulo 14: Contra suas práticas mágicas e contra a arrogância de sua filosofia.

  • 1-11. Por suas encantações mágicas, os gnósticos rebaixam as realidades inteligíveis.
  • 11-34. Eles creem equivocadamente que demônios causam as doenças.
  • 34-45. A arrogante filosofia deles se opõe à nossa, que digna e prudente.

TERCEIRA SÉRIE DE CRÍTICAS

Capítulo 15: Os gnósticos negligenciam a virtude,

  • 1-3. Sua doutrina incita as pessoas a desprezar o mundo e o que ele contém.
  • 4-21. Sua doutrina se classifica entre aquelas que favorecem os prazeres pessoais e egoístas.
  • 21-27. Eles nada acham de belo aqui em baixo.
  • 27-34. Eles nada escreveram sobre a virtude.
  • 34-40. Eles não podem se entregar aos prazeres e às paixões ao mesmo tempo contemplando deus.

Capítulo 16: Sobre a providência e sobre a bondade do universo sensível.

  • 1-14. Um homem bom não pode desprezar as realidades nem o mundo que elas produziram.
  • 14-34. Sua doutrina sobre a providência é contraditória e absurda.
  • 34-49. É preciso ser louco para se crer superior ao mundo.
  • 49-56. O músico, o geômetra e amante reconhecem que a beleza daqui de baixo vem de lá de cima.

Capítulo 17: Sobre a beleza.

  • 1-21. Eles esquecem que os corpos se ligam ao inteligível e são tão belos quanto possível.
  • 21-31. Eles são incoerentes em seu menosprezo da beleza.
  • 31-49. Existe vários graus de beleza, assim como há uma verdadeira e uma falsa beleza.
  • 49-56. O mundo é belo e bom, posto que ele é perfeito.

Capítulo 18: Sobre a fuga para fora do corpo, sobre o sábio e sobre a contemplação.

  • 1-17. Eles se creem melhores que nós, pois sua doutrina encoraja a fugir do corpo.
  • 17-20. Eles se dizem "irmãos" dos homens vis, mas recusam este título aos astros e aos sábios.
  • 20-35. Nossos "irmãos" são aqueles que se tornam tão imperturbáveis quanto a alma do mundo.
  • 35-40. Os gnósticos não alcançam uma contemplação superior àquela dos astros.
  • 40-48. Resumo das críticas plotinianas contra os gnósticos.