Míguez
41. Pues, al parecer, el pensamiento es una especie de auxilio que se otorga a naturalezas que son divinas pero de calidad inferior; estas naturalezas por sí mismas serían ciegas. Ahora bien, nos preguntamos, ¿qué necesidad tiene el ojo de ver si él es ya la luz misma? El ser que utiliza los ojos busca la luz porque, por sí mismo, se ve encerrado entre tinieblas. Si el pensamiento es algo así como una luz, y si la luz no busca la luz, es claro que ese resplandor que no busca la luz (…)
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Enéada VI, 7
Enéada VI, 7 (38)
PLOTINO - TRATADO 38 (VI, 7) - COMO A MULTIPLICIDADE DAS IDEIAS SE ESTABELECEU E SOBRE O BEM
Neste longo tratado, Plotino examina a princípio a questão da relação de duas multiplicidades, aquela que caracteriza os objetos sensíveis e aquela que se encontra ao nível do Intelecto e no inteligível, antes de considerar em seguida esta multiplicidade inteligível em sua relação ao Bem, quer dizer ao Uno que é o princípio primeiro da realidade. O título do tratado indica bem estas diferentes questões, posto que se trata precisamente de compreender como o Intelecto e a pluralidade inteligível, em seguida a alma e as coisas sensíveis provêm do Uno (retomando um assunto tratado nos tratados 7 e 11, mostrando como este caminho pode ser retomado ao inverso, subindo doravante do sensível, onde se encontra toda alma que habita um corpo, para o inteligível até o Uno, tema tratado no Tratado 10. Como frequentemente em Plotino, tal empresa demanda um esforço particular a fim de determinar, até onde se pode, a natureza e as qualidades do princípio primeiro, e isso na medida que é necessário dar explicações e indicações, embora incompletas e metafóricas, suscetíveis de ajudar as almas individuais na subida para o princípio (um tema desenvolvido no Tratado-9. O Tratado-32 que não está longe cronologicamente deste tratado, já mistura estas três linhas de investigação indissociáveis e indispensáveis para quem quer pôr em prática o ensinamento filosófico do mestre.
Porque retoma em detalhe e sob todos os aspectos as questões filosóficas sumarizadas na apresentação deste tratado, determinantes no pensamento de Plotino, ele se revela de uma dificuldade notável. A linguagem é difícil: a gramática e a sintaxe são frequentemente incertas, a linguagem é obscura, o desdobramento dos argumentos frequentemente denso a ponto de se tornar incompreensível. Pode-se todavia, distinguir neste tratado três partes que são quase de mesmo tamanho: os capítulos 1-14 são consagrados à análise da relação entre o sensível e o inteligível, em seguida à estrutura e à natureza do Intelecto, enquanto os capítulos 15 a 30 abordam a questão do Bem, considerado em relação com, ou por assim dizer do ponto de vista de seus «produtos», na medida que é fonte e objeto de seu desejo; os capítulos 31-42 tratam enfim do Bem em si mesmo e por si mesmo, e se esforçam em determinar, no modo da negação, a realidade própria e a função. [Brisson ]
Capítulo 1, 1-21: As sensações foram dadas aos homens na sequência de um raciocínio divino ou existiam já no inteligível?
Cp. 1, 21 a 3,22: A divindade não raciocina e nenhum raciocínio é possível no inteligível, porque cada forma é nela mesma o que ela é e sua causa, seu «que» e seu «porque».
- Cap 1, 21 a cap 2,55: O raciocínio concerne o que deve advir no futuro, quando no inteligível tudo está sempre presente.
- Cap 2,55 a cap 3,22: As formas não são o objeto de um raciocínio, pois cada uma delas tem sua causa nela mesma.
Capítulos 3, 22 a cap 7: As sensações existem no inteligível antes de produzir no sensível, assim como existe um homem inteligível antes dos sensíveis.
- Cap 3, 22 a cap 5,31: Para saber se as sensações já existiam no inteligível, é necessário então examinar o que é o homem.
- Cap 6, 1-23. A forma do homem, a razão do homem o homem sensível.
- Cap 6, 24 a cap 7: A alma e as razões: todo ser sensível não é senão o produto de uma razão que a alma recebe do Intelecto e que ela transmite no sensível, o que faz com que os sensíveis e as sensações já existam, sob uma forma diferente, no inteligível.
Capítulos 8-14: Todos o seres, inclusive aqueles que se considera aqui em baixo como irracionais, existem na totalidade do inteligível.
- Cap 8, 1-14: Os animais devem existir no inteligível, que contém os modelos de todas as coisas
- Cap 8, 15-32: Os animais irracionais também se encontram no inteligível, em razão de seu caráter total.
- Cap 9-10: Os animais irracionais também se encontram no inteligível, pois no inteligível toda coisa compreende sua "razão" aí compreendendo as realidades que se considera aqui em baixo como irracionais.
- Cap 11: Todos os seres possuem uma alma e provindo de uma razão existem como forma no inteligível: mesmo as realidades vegetais e a terra são animadas.
- Cap 12: No inteligível, que é um "vivente total", há formas de todos os viventes que existem no sensível.
- Cap 13-14: A unidade do inteligível admite portanto a multiplicidade das formas de todos os viventes que existem no sensível.
Capítulos 15-30: O Intelecto e aquilo que está além dele: a natureza do Bem e as dificuldades que surgem ao redor dele.
- Cap 15: O Intelecto e a vida inteligível não são senão uma imagem do Bem.
- Cap 16-18: Em qual sentido o inteligível é uma imagem do Bem? Porque o Intelecto e as formas provêm do Bem.
- Cap 19-20: Em qual sentido o Bem é um objeto de desejo para a alma?
- Cap 21-23: A alma deseja o Intelecto que é uma imagem do Bem, e é nesta medida que ela tem acesso ao Bem.
- Cap 24-25, 16: As dificuldades concernindo a definição do Bem como objeto de desejo da alma.
- Cap 25, 16-18: O Bem não é tal porque é objeto de desejo.
- Cap 25, 18-32: O Bem é o que se encontra no topo do real.
- Cap 26: O Bem não é objeto de desejo porque é uma fonte de prazer.
- Cap 27: O Bem é, para cada realidade, o que vem antes dela; eis o que explica que para o Bem supremo, que nada tem antes dele, não existe qualquer bem.
- Cap 28: Pode haver um bem para a matéria?
- Cap 29-30: O Bem procura uma forma de prazer que corresponde à mistura de prazer e inteligência da qual fala Platão no Filebo .
Capítulos 31-42: O Bem está na origem e na fonte da vida, do Intelecto e da alma: eis porque é desprovido de pensar, de conhecimento e de ser.
- Cap 31: A subida alma para o Bem.
- Cap 32-33: A alma se dirige para o que é desprovido de forma, pois aí está a fonte de toda beleza e de todo desejo.
- Cap 34-35: Indo além do Intelecto, a alma realiza a união com ela mesma e reencontra seu princípio.
- Cap 36: Posição do problema: pode-se dizer que o Bem pensa?
- Cap 37: Exame e refutação da doutrina aristotélica de um Intelecto primeiro que se pensa ele mesmo.
- Cap 38-39: A doutrina platônica do ser e do conhecimento.
- Cap 40-41: A condição do Bem, que é absolutamente um, primeiro e autárcico, o impede de fazer ato de pensamento, pois o ato de pensar supõe o ser do que é pensado e um princípio que suscita o pensamento, o que é incompatível com o estatuto do Bem
- Cap 42: A hierarquia do real.