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doulos / δοῦλος / escravo / servo / δουλόω / doulou / δουλεύω / douleuo / douleúein / ζυγός / zugos / zygos / jugo

  

gr. δοῦλος, doulos: escravo; gr. ζυγός, zygos: jugo


Madeleine Scopello

As almas foram reduzidas à escravidão, segundo a sorte que lhes cabia, pelo primeiro pai e assim foram encerradas nas prisões dos corpos elaborados até a consumação do éon (“Escrito sem titulo, NH 11,5 114,20-24).

É preciso rasgar-te de ponta a ponta a túnica que te revestes, o tecido da ignorância, o suporte da malícia, a corrente da corrupção, o calabouço [“Geôle” é como está no texto em francês que significa “cachot”, “prison”; derivado de “gaiole” do XII século e do baixo latim “caveola”, no latim clássico “cavea”. “Cachot” significa célula em geral situada no subsolo das prisões (calabouço) , onde são encarcerados os detidos que infringiram o regimento interno. A palavra latina “cavea” tem por significado jaula, gaiola; como o primeiro dentre vários outros. Apesar da origem e semelhança com gaiola foi usada a palavra mais próxima do sentido de “cachot” que seria calabouço.] tenebroso, a morte viva [alusão ao estado de zumbi], o cadáver sensível, o túmulo que tu levas contigo. (...) tal é o inimigo que tu te revestiste como uma túnica, que te estrangula e te lança para baixo em direção a ele, com medo que, tendo lançado os olhos para o alto e contemplado a beleza da verdade, tu não venhas a odiar a malícia do inimigo, tendo caído em todas as armadilhas que foram dirigidas contra ti (Corpus Hermeticum   VII, 2-3).

Os gnósticos   descrevem o corpo como um calabouço estreito onde a alma se debate e se sufoca. O corpo é à imagem do mundo, calabouço infernal onde a humanidade se perde como em um labirinto.

Eis nos aqui absorvidos no pátio das preocupações fundamentais da doutrina gnóstica: o problema do Mal. [Tradução anotada de Antonio Carneiro  ]