Excerto de GERSON, Lloyd P.. "Self-Knowledge and the Good", in AMBURY, James & GERMAN, Andy, KNOWLEDGE AND
IGNORANCE OF SELF IN PLATONIC PHILOSOPHY. Cambridge: Cambridge University Press, 2019, p. 20-23.
O processo de identificação da natureza filosoficamente disposta começa a ser sugerido no livro VI [República]. Sócrates descreve a natureza dessas pessoas desta maneira:
Pois certamente, Adeimantus, alguém que realmente direcionou seu pensamento para as coisas que realmente são, não tem (...)
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Teeteto / Theaetetus / Théétète / Θεαίτητος
PLATÃO - TEETETO
- Teeteto 142a-143c — Diálogo introdutório
- Teeteto 144d-148d — Sócrates coloca a questão da natureza do saber
- Teeteto 147c-148d — A Teoria dos Irracionais
- Teeteto 148d-160e — A investigação sobre o saber é retomada
- Teeteto 148e-151d — A «maiêutica»
- Teeteto 151d-151e — Primeira definição: saber é a sensação
- Teeteto 152c-155e — A doutrina da mobilidade universal
- Teeteto 155e-160e — O refinamento da doutrina
- Teeteto 160e-168c — Primeiras críticas.
- Teeteto 162a-165e — Objeção à defesa de saber pela sensação
- Teeteto 168c-171e — Método do exame crítico
- Teeteto 172a-177c — Discussão estendida à concepção da vida
- Teeteto 172c-175b — Duas espécies de homens
- Teeteto 175b-177c — A evasão para o ideal. Se tornar semelhante a Deus
- Teeteto 177c-180c — Objeções contra a tese do «homem -medida»
- Teeteto 180c-183c — Crítica da tese da mobilidade universal
- Teeteto 183c-184b — Crítica dos defensores da imobilidade
- Teeteto 184b-200d — Dominar estas oposições por uma análise da sensação
- Teeteto 187a-200d — Se o saber não é sensação, talvez seja opinião verdadeira
- Teeteto 188a-190e — A natureza do falso julgamento é inconcebível
- Teeteto 190e-195e — A psicologia do falso julgamento
- Teeteto 191e-192d — Casos onde o falso julgamento é impossível ou possível
- Teeteto 192d-194b — Notas preliminares e exemplos
- Teeteto 194b-195e — Explicação pela imagem da cera
- Teeteto 195e-200d — Um novo problema, o erro
- Teeteto 200d-210a — Retomada da investigação da definição do saber
- Teeteto 201c-210a — Definição do saber pelo julgamento verdadeiro, acompanhado de sua justificação
- Teeteto 202c-203d — Primeira dificuldade
- Teeteto 203d-205e — Segunda e terceira dificuldades
- Teeteto 205e-210a — Quarta dificuldade: em que consiste a justificação que se une à opinião verdadeira
- Teeteto 210a-210d — Epílogo
Matérias
-
Gerson: o justo e a Justiça
24 de março de 2022 -
Os nomes possuem justeza (orthótes) por natureza ou por convenção?
24 de março de 2022Excertos de Juvenal Savian Filho, "Metafísica do ser em Boécio"
Duas teses percorrem o Crátilo, na tentativa de responder à questão: os nomes possuem justeza ("correção, exatidão" — orthótes) por natureza ou por convenção? Com efeito, enquanto juiz, Sócrates assume, num primeiro momento do diálogo, o partido da justeza natural, fundamentando-se no ser permanente que todas as coisas possuiriam, independentemente de nós; assim, quem fixasse os nomes, sob a guia do dialético, neles imprimiria a forma (...) -
Bréhier (HF) – Desenvolvimento da hipótese das idéias
24 de março de 2022, por Cardoso de CastroPlatão, desde o primeiro momento, dirige-se aos que afirmam que a sensação é conhecimento (151 e). Na República (478 a e sq.), postulara como coisa evidente por si mesma que o sensível, em fluxo perpétuo, desvanecendo-se incessantemente, não podia ser objeto de conhecimento, porque continha características opostas.
Sucupira Filho
Retrocedamos, agora, ao desenvolvimento da filosofia propriamente dita. Viu-se como o método por hipótese utiliza o raciocínio discursivo, que se limita a explicar como as (...) -
kakon
24 de março de 2022kakón: mal
1. Antes de Sócrates fazer da ética um assunto do discurso filosófico as considerações sobre o bem e o mal tinham sido apanágio dos poetas e dos legisladores. Mas a consciência crescente do relativismo moral e a asserção feita pelos sofistas, do caráter puramente arbitrário da lei (nomos) levaram Sócrates a procurar padrões absolutos de conduta moral.
2. Porém, a ênfase socrática é posta na virtude (arete) e no bem (agathon). De fato, do seu ponto de vista intelectualista parecia não ser (...) -
Bréhier (HF) – Comunicação das ideias
24 de março de 2022, por Cardoso de CastroA impossibilidade de pensar o ser em si mesmo e sem relação com outros termos, revela-nos uma necessidade, ou seja, a comunicação e a mistura entre termos, tais como ser, movimento, repouso etc. O que o pensamento alcança não são jamais elementos isolados, mas sempre mistos. O objeto do pensamento, como a palavra, composta de vogais e consoantes, ou a música, composta de sons agudos ou graves, é feito de conceitos que se unem uns aos outros.
Sucupira Filho
O que, por seu turno, vai o Sofista (...) -
Bréhier (HF) – Problema cosmológico
24 de março de 2022, por Cardoso de CastroPor um aparente paradoxo, o arbitrário insere-se no conhecimento das coisas físicas na medida em que aí se introduzem as matemáticas: o arbitrário, que é, ao mesmo tempo, liberdade de contemplação, afasta do espírito as ilusões da observação imediata e lhe permite fecundo jogo de hipóteses.
Sucupira Filho
A noção do misto que possui beleza, proporção e verdade foi o verdadeiro estimulante dos últimos estudos de Platão e lhe permitiu voltar ao problema da explicação das coisas sensíveis pelas ideias, (...) -
kinesis
24 de março de 2022kinesis: moção, movimento, mudança, movimentação
1. O movimento não representa problema para os filósofos milésios, é parte indiscutível do seu vitalismo (ver zoe) universal, e é neste espírito que tanto Anaximandro (Diels 12A11) como Anaxímenes (Diels 12A9, 13A6) postulam um movimento eterno. É também digno de nota que quando Xenófanes deseja temperar o antropomorfismo contemporâneo negue o seu Deus kinesis (Diels 21A25, 26). Kinesis está presente em toda a realidade, em Heráclito, ilustrada na famosa (...) -
Platonismo de Gregorio de Nissa
29 de março de 2022VIDE Gregorio Nissa Platonismo - JEAN DANIÉLOU - PLATONISMO E TEOLOGIA MÍSTICA Excertos da tese de doutorado de Maria Cândida Monteiro de Pacheco
No horizonte filosófico da época é comum ao pensamento pagão e cristão o reconhecimento unânime do valor e do predomínio do platonismo.
Desde o século II, o platonismo é assumido pelo pensamento cristão como propedêutica à Revelação. O itinerário espiritual de S. Justino é, neste campo, particularmente revelador, definindo uma posição que será válida por mais (...) -
Sorabji (PC1:33-37) – percepção requer opinião e raciocínio?
20 de outubro de 2022, por Cardoso de CastroNão segundo Aristóteles, para quem a opinião é uma faculdade racional que falta aos animais (DA 3.3, 428a22-4), enquanto os animais por definição têm percepção (DA 2.3), e através da percepção o leão pode perceber que o boi está próximo (EN 3.10, 1118a20-3).
Platão
Platão havia concordado que a percepção é distinta da razão e da crença, mas não que ela possa alcançar muito sem elas. Em Platão Teeteto 186A-187A, a percepção só pode apreender, por exemplo, a brancura, mas não ser e verdade. Ser (ousia), 186C e E, (...) -
Dilthey: Platão e a Velha Academia
24 de março de 2022Wilhelm Dilthey, História da Filosofia. Trad. Silveira Mello. Livraria Exposição do Livro, sem data. III. A Filosofia ática. Idealismo de Sócrates e de Platão 3. Platão e a Velha Academia
a) Posição histórica de Platão.
Desta forma se fundou a análise do pensar e da linguagem, da retórica e da poesia, a análise do cosmo por meio, principalmente, da matemática e da astronomia nas escolas pitagórica (Hiketas, Filolau, Ecfanto) e atomista. Platão, no centro científico que era a Atenas de então, sistematizou (...) -
Rocha Pereira: República Livro I — independente e retocado para proêmio?
18 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroPLATÃO. A República. Tr. Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2017
Excertos da Introdução de Maria Helena da Rocha Pereira, à sua tradução da “República”.
Seria o Livro I independente a princípio, e só mais tarde retocado para servir de proémio à República?
Justamente a palavra «proémio» aparece na primeira frase do Livro II, para classificar a conversa anterior. Esta forma um conjunto ordenado e completo, comparável aos chamados diálogos aporéticos, que se atribuem à (...) -
Bréhier (HF) – Exercício dialético do Parmênides
18 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroHISTOIRE DE LA PHILOSOPHIE, TOME I: L’ANTIQUITÉ ET LE MOYEN AGE
Excertos da tradução de História da Filosofia, de Émile Bréhier, por Eduardo Sucupira Filho
Sucupira Filho
Entretanto, uma coisa persiste: é o impulso metódico que dera nascimento a essas hipóteses, e que, em sequência, vai renová-las e rejuvenescê-las. Não o dogma das ideias, mas o esforço metódico que dá sentido ao platonismo. Tal é a significação do conjunto do Parmênides. Uma vez destruída a teoria das ideias, Parmênides incita o jovem (...) -
Sorabji (PC2:95-96) – problemas do mal
22 de outubro de 2022, por Cardoso de CastroComo pode haver mal em um mundo sob a Providência?
|Como pode haver mal em um mundo providencial? Platão, como tantas vezes, colocou o problema, sem legar aos seus comentadores nenhuma solução. Em três lugares, ele insiste que Deus não é responsável (anaitios) pelo mal, Timeu 42D; República 2, 379C; República 10, 617E. Na última passagem, ele exonera Deus de causar o pecado pelo dispositivo de deixar as almas escolherem sua próxima encarnação. Quanto à responsabilidade por outras imperfeições que não (...) -
Plotino - Tratado 1,6 (I,6,6) - A purificação da alma
18 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroBaracat Júnior, José Carlos. Plotino, Enéadas I, II e III; Porfírio, Vida de Plotino. Introdução, tradução e notas. Tese de Doutorado. Campinas, UNICAMP, 2006
Baracat
6. Pois, como diz o antigo ensinamento, a temperança, a coragem e toda virtude é purificação, inclusive a própria sabedoria. Por isso os mistérios corretamente enigmam que o não purificado, indo ao Hades, jazerá na lama, porque o que não é puro é amigo da lama por sua maldade : como os porcos, não puros de corpo, se comprazem com esse tipo (...) -
Carneiro Leão (AP1:11-16) – Filosofia e Ciência
11 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroCARNEIRO LEÃO, Emmanuel, Aprendendo a pensar. Volume I. Petrópolis: Vozes, 1977, p. 11-16
Numa progressão sempre crescente, o homem moderno se vê cercado cada vez mais dos produtos e artefatos da ciência. A ponto de o físico alemão Werner Heisenberg (Das Naturbild der heutigen Physik, Hamburgr 1955, p.14) escrever que num futuro não muito distante os aparelhos e instrumentos técnicos serão partes integrantes do homem, como a teia é parte da aranha e a concha do caramujo.
Esse, porém, é apenas o (...) -
Plotino - Tratado 1,9 (I,6,9) - A alma torna-se integralmente luz
18 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroBaracat
9. E o que vê essa visão interior? Recém-desperta, não pode ver completamente as coisas radiantes . É preciso, então, acostumar a própria alma a ver primeiro as belas ocupações; em seguida, as belas obras, não essas que as artes realizam, mas as dos chamados homens bons; depois, vê tu a alma dos que realizam as belas obras . Como verias o tipo de beleza que uma alma boa possui? Recolhe-te em ti mesmo e vê; e se ainda não te vires belo, como o escultor de uma estátua que deve tornar-se bela (...) -
Plotino - Tratado 53,9 (I, 1, 9) — Nossa responsabilidade ética
26 de janeiro de 2022, por Cardoso de Castro(§9) A impecabilidade da alma e a responsabilidade do "Nós" A impecabilidade da alma superior [hole psyche] O erro e o mal [kakia] A impecabilidade do Intelecto e seu contato com o "Nós" Atualização e reminiscência [anamnesis]
traduzindo MacKenna
9. Aquela Alma, então, em nós, se manterá em sua natureza aparte de tudo que pode causar qualquer dos males que o homem faça ou sofra; pois todos tais males, como vimos, pertencem somente ao Animado, à Parelha.
Mas há uma dificuldade em compreender como (...) -
Rocha Pereira: República Livro I — independente e retocado para proêmio?
24 de março de 2022Excertos da Introdução de Maria Helena da Rocha Pereira, à sua tradução da "República"
Seria o Livro I independente a princípio, e só mais tarde retocado para servir de proémio à República?
Justamente a palavra «proémio» aparece na primeira frase do Livro II, para classificar a conversa anterior. Esta forma um conjunto ordenado e completo, comparável aos chamados diálogos aporéticos, que se atribuem à primeira fase da obra do filósofo, e cujo esquema é fundamentalmente o mesmo: propõe-se uma definição de (...) -
Dilthey: Sócrates
24 de março de 2022Excertos de Wilhelm Dilthey, História da Filosofia. Trad. Silveira Mello. Livraria Exposição do Livro, sem data. III. A Filosofia ática. Idealismo de Sócrates e de Platão 1. Sócrates
Segundo Cícero, Sócrates fêz com que a filosofia descesse do céu à terra e se interessasse pela vida e pelos costumes, pelos bens e pelos males. Nasceu em Atenas, em 470 a. C. ou nos primeiros meses do ano seguinte. Era filho do escultor Sofronisco e da parteira Fenarete. Sua atividade reduz-se à conversação. As fontes (...) -
Coomaraswamy Artistas Imitadores
28 de março de 2022Artistas Imitadores Platón sabía tan bien como los filósofos Escolásticos que el artista como tal no tiene responsabilidades morales, y que puede pecar como un artista sólo si deja de considerar únicamente el bien de la obra que ha de hacerse, cualquiera que pueda ser. Pero, como Cicerón, Platón sabe igualmente que «aunque es un artista, también es un hombre» y que, si es un hombre libre, es responsable como tal por todo lo que emprende hacer; un hombre que, si representa lo que no debe ser (...)
Notas
- 1.3 Cronologia absoluta do Timeu
- 1a. O reconhecimento perceptivo requer opinião (doxa) e razão empiricamente baseada (logos)?
- aisthesis (platonismo)
- Alain: Que serait le monde sans les idées ?
- alloiosis
- Arendt (CH) – Homem medida de todas as coisas
- asymmetron
- Bouillet – a unidade do princípio senciente
- Boutot: TO TI ESTIN?
- Brisson: As tetralogias de Diálogos
- Brisson: Cronologia dos diálogos platônicos
- Coomaraswamy Dualismo
- Crátilo (trad. em espanhol)
- Cronologia dos Diálogos de Platão
- Diálogo Platônico
- doxa
- epagoge
- Estrutura do Eutidemo
- Fraile: Proclo
- genos