Capítulo 1, 1-18: Tese: todas as coisas aspiram à contemplação Capítulo 1, 18 ao Capítulo 4: A natureza contempla
tradução desde Pradeau
Se começamos por nos entreter, antes de nos pôr a falar seriamente, dizendo que todas as coisas aspiram à contemplação, que esta é o fim para o qual todas voltam seu olhar – não somente os seres vivos racionais, mas também aqueles que não são racionais, a natureza que está nas plantas e a terra que as engendra – e que todas aí chegam tanto quanto sua natureza permite, (...)
Página inicial > Palavras-chave > Termos > phyton / φυτόν / φυτικός / phytikos / φυτικών / phytikon / φυτό / phyto / vegetação / (...)
phyton / φυτόν / φυτικός / phytikos / φυτικών / phytikon / φυτό / phyto / vegetação / vegetativo / planta
gr. φυτόν, phyton = planta. Para Plotino , as plantas só conhecem a forma de vida mais baixa (Tratado 46 ), e a alma não exerce nelas senão a faculdade vegetativa (Timeu 76e-77a). As plantas são desprovidas da sensação, comum aos viventes.
gr. φυτικών, phytikon = alma vegetativa; faculdade vegetativa da alma. A alma vegetativa é um ato, pois ainda faz parte dos seres inteligíveis, segundo Plotino . Última emanação vinda dos inteligíveis.
Matérias
-
Plotino - Tratado 30,1 (III, 8, 1) — Todas as coisas aspiram à contemplação
18 de janeiro, por Cardoso de Castro -
Cristianismo Etiópico
28 de marçoSegundo pesquisa de nosso amigo Antonio Carneiro, a Igreja Etíope possui um dos cânones mais amplos, constam o "breve" do Antigo Testamento com textos da Septuaginta aceitos pelos ortodoxos (incluindo Salmo 151, a Oração de Manasé, o Livro III de Esdras e o Livro III dos Macabeus), mais os Livro de Enoque, Kebra Nagast e Livro dos Jubileus. Os três livros de Macabeus diferem bem dos seus homônimos, dos outros judaicos-cristãos. Algumas diferenças existem quanto à ordem dos livros além de incluir (...)
-
Plotino - Tratado 28,27 (IV, 4, 27) — A terra tem um poder vegetativo, um poder sensitivo e um intelecto
9 de maio, por Cardoso de CastroCapítulos 18-29: O prazer e a dor, o desejo e a cólera em sua relação à união da alma e do corpo. Cap 18: A união da alma e do corpo comparada ao ar aquecido (alma vegetativa) ou iluminado (alma descida) Cap 19: O prazer e a dor Cap 20-21: O desejo Cap 22-27: Digressão. A questão da alma vegetativa posta em relação a este vivente divino que é a terra Cap 22: Questão: É que a terra pode ter sensações? Cap 23-26: Sabe-se que a sensação não pode se fazer sem órgãos e tem por meta a utilidade Cap 27: Resposta. (...)
-
Platão (República:L6:509d-511e) – as quatro operações da alma
15 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroPLATÃO. A República. Tr. Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2017
Rocha Pereira
[509d] — Imagina então — comecei eu — que, conforme dissemos, eles são dois e que reinam, um na espécie e no mundo inteligível, o outro no visível. Não digo «no céu», não vás tu julgar que estou a fazer etimologias com o nome . Compreendeste, pois, estas duas espécies, o visível e o inteligível?
— Compreendí. [310]
— Supõe então uma linha cortada em duas partes desiguais; corta novamente cada (...) -
Oliver Sacks (RC) – rio da consciência
31 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroSACKS, Oliver. O Rio da Consciência. Tr. Laura Teixeira Motta. São Paulo: Companhia das Letras, 2017 (epub)
“O tempo é a substância de que sou feito”, disse Jorge Luis Borges. “O tempo é um rio que me leva embora, mas eu sou o rio.” Nossos movimentos, nossas ações estendem-se no tempo, assim como as nossas percepções, os pensamentos, os conteúdos da consciência. Vivemos no tempo, organizamos o tempo, somos inteiramente criaturas do tempo. Mas será que o tempo em que vivemos, ou segundo o qual vivemos, é (...) -
Luijpen (IFE:33-37) – materialismo
24 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroLUIJPEN, Wilhelmus Antonius Maria. Introdução à fenomenologia existencial. Tr. Carlos Lopes de Mattos. São Paulo: EDUSP, 1973, p. 33-37
Materialismo
Todos os sistemas materialistas concordam em considerar o homem como o resultado de forças e processos cósmicos, do mesmo modo que as coisas. Um materialista há de dizer, portanto, que o ser do homem será chamado ser-no-mundo no sentido de que, como todas as coisas, é algo no meio das outras coisas mundanas, um fragmento da “natureza”, um momento na (...) -
Feyerabend (CM:461-463) – o conhecimento está ao fim de caminhos múltiplos
29 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroFeyerabend, Paul. Contra o Método. Tr. de Octanny S. da Mata Leonidas Hegenberg. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1977, p. 461-463
Ainda hoje, a ciência pode tirar e tira vantagem da consideração de elementos não-científicos. Exemplo examinado acima, no capítulo IV, é a revivescência da medicina tradicional na China comunista. Quando os comunistas, na década de 1950, forçaram os hospitais e escolas de medicina a transmitir as ideias e métodos registrados no Manual de Medicina interna do imperador (...) -
Koyré (GP) – mundo da precisão
25 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroKOYRÉ, Alexandre. Galileu e Platão. Tr. Maria Teresa Brito Curado. Lisboa: Gradiva, sem data
Num artigo publicado na Critique afirmei que o problema da origem do mecanicismo, considerado no seu duplo aspecto, a saber: a) por que razão o mecanicismo nasceu no século XVII e b) por que motivo não nasceu vinte séculos mais cedo, nomeadamente na Grécia, não tem uma solução satisfatória, isto é, uma solução que não nos remeta simplesmente para o fato (duvido, aliás, que em história se possa alguma vez (...) -
Husserl (CCEFT:141-143) – A priori lógico e a priori do mundo da vida
13 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroDie Krisis der europäischen Wissenschaften und die transzendentale Phänomenologie, Husserliana, VI, La Haye, M. Nijhoff, 1954, pp. 141-143
[HUSSERL, Edmund. A crise das ciências europeias e a fenomenologia transcendental: uma introdução à filosofia fenomenológica. Tr. Diogo Falcão Ferrer. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012, p. 112-114]
Se o nosso interesse exclusivo se dirige para o “mundo da vida”, temos de perguntar: está, então, o mundo da vida, como tema científico universal, exposto (...) -
Flusser – Do inobjeto
6 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroEsse texto, cujo original datilografado foi encontrado nos Arquivos Flusser (Flusser Archiv), na Escola Superior de Arte e Mídia de Colônia (Kunsthochschule für Medien Köln), faz parte de uma série de reflexões que o autor desenvolveu acerca dessa nova categoria de objetos informacionais, por ele chamados de “inobjetos”. Após a sua morte em 1991, Flusser tornou-se reconhecido pela comunidade internacional como um dos mais importantes pensadores do Ocidente, ao lado de Jean-François Lyotard, Jean (...)
-
Francis Bacon – o ser humano
1º de novembro de 2021, por Cardoso de CastroDe dignitate et augmentis scientiarum, lib. IV, cap. I
De Sapientia Veterum, XXVI: Prometheus
De dignitate et augmentis scientiarum, lib. IV, cap. I
A ciência do homem tem duas partes, pois o considera ou isolado ou congregado e em sociedade. A uma, chamo filosofia da humanidade; a outra, filosofia civil. A filosofia da humanidade compõe-se de partes semelhantes àquelas de que se compõe o homem; isto é, de conhecimentos referentes ao corpo e de conhecimentos que se referem à alma. Mas antes (...) -
Yourcenar: corpo, doença e morte
9 de junho de 2020, por Cardoso de CastroExcerto de YOURCENAR, Marguerite. Memórias de Adriano. São Paulo: Círculo do Livro
Martha Calderaro
Estive esta manhã com meu médico Hermógenes, recém-chegado à Vila depois de longa viagem através da Ásia. O exame deveria ser feito em jejum; por essa razão havíamos marcado a consulta para as primeiras horas da manhã. Deitei-me sobre um leito depois de me haver despojado do manto e da túnica. Poupo-te detalhes que te seriam tão desagradáveis quanto a mim mesmo, omitindo a descrição do corpo de um (...) -
de Castro: a noção de "meio geográfico
8 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroTextos associados à antiga versão da minha tese de doutorado em Geografia (UFRJ, 1999)
A Geografia parece se assentar em uma posição privilegiada . Levando em conta a divisão clássica da Geografia em "Física" e "Humana", percebe-se de imediato o "combate" para a consecução de um empreendimento epistemológico comum, à semelhança do proposto por Bruno Latour, ou seja uma Geografia que se ordene segundo um empreendimento epistemológico que reúna dois eixos de investigação, o Físico e o Humano, ou em (...) -
Plotino - Tratado 46,1 (I, 4, 1) — A felicidade pertence aos seres vivos outros que o homem?
11 de janeiro, por Cardoso de CastroLa identificación de la felicidad con la «buena vida» la presenta ARISTÓTELES (Ét. Nic. 1095 a 16-20) como opinión corriente no sólo entre el vulgo, sino también entre personas cultivadas. Es una fórmula que, despojada de su ambigüedad y entendida como «vida perfecta», la de la inteligencia perfecta, también Plotino la acepta (3, 2440; 14, 4-8). [IGAL]
tradução desde MacKenna
1. Devemos fazer da Verdadeira Felicidade [eudaimonia] idêntica ao Bem-estar [eu zen] ou a Prosperidade e (...) -
Hume: identidade pessoal
12 de janeiro de 2020, por Cardoso de CastroHUME, David. Tratado da natureza humana. Uma tentativa de introduzir o método experimental de raciocínio nos assuntos morais. Tr. Déborah Danowski. São Paulo: Editora UNESP, 2009, p. 283-288
Danowski
1 Há filósofos que imaginam estarmos, em todos os momentos, intimamente conscientes daquilo que denominamos nosso EU [our SELF] ; que sentimos sua existência e a continuidade de sua existência; e que estamos certos de sua perfeita identidade e simplicidade, com uma evidência que ultrapassa a de uma (...) -
Boehme Verdadeiro Cristão
29 de marçoExcertos da pobre tradução em português, até que tenhamos uma tradução melhor...
“Um verdadeiro Cristão é somente aquele cuja alma e mente tenham entrado novamente na matriz original, desde a qual a vida do homem teve sua origem; quer dizer, o Verbo eterno (logos). Esse Verbo foi revelado em nossa natureza humana, que é cega à presença de Deus, e aquele que absorve este Verbo com sua alma faminta, e assim retorna ao estado espiritual original no qual a humanidade teve sua origem, sua alma se tornará (...) -
Habermas (TCI:52-55) – natureza como interlocutor em vez de objeto
2 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroHABERMAS, Jürgen. A técnica e ciência como “ideologia”. Tr. Artur Morão. Lisboa: Edições 70, sem data, p. 52-55
Marcuse tem em mente uma atitude alternativa perante a natureza mas, a partir dela, não se pode deduzir a ideia de uma nova técnica. Em vez de se tratar a natureza como objecto de uma disposição possível, poderíamos considerá-la [52] como o interlocutor de uma possível interaçção. Em vez da natureza explorada, podemos buscar a natureza fraternal. Na esfera de uma intersubjectividade ainda (...) -
Sloterdijk (SM): filósofo enquanto médico da cultura
5 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroExcerto de SLOTERDIJK, Peter & HEINRICHS, Hans-Jürgen. El sol y la muerte. Tr. Germán Cano. Editor digital: Titivillus, 2016
espanhol
Nuestra historia sólo puede contarse si en realidad nos tomamos en serio que hemos sido privados de toda ingenuidad ante hechos como la madre, las iglesias o el cosmos. En tanto que somos hombres modernos no podemos ya disfrutar directamente de los privilegios que el proyecto Alma del Mundo brindaba a su clientela. Si todavía pudiéramos decir con Tales (...) -
Rocha Pereira: Mito de Er
13 de janeiro, por Cardoso de CastroPLATÃO. A República. Tr. Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2017, p. XXXIX-XLII.
A réplica às grosseiras doutrinas de felicidade vai ser dada sob a forma de um mito - processo literário que estava fortemente enraizado na tradição grega, quer na épica, quer na lírica, e que surge nos diálogos, a substituir a discussão dialética, quando se passa da esfera do certo para a do provável . Expor desta forma doutrinas escatológicas foi, além disso, praticado mais vezes por (...) -
Plotino - Tratado 11,1 (V, 2, 1) — Como todas as coisas vêm do Uno?
16 de janeiro, por Cardoso de CastroCapítulo 1: Como todas as coisas vêm do Uno, se ele é absolutamente simples e que ele permanece sempre nele mesmo? 1-3. O Uno é todas as coisas e nenhuma delas 3-13. O Uno engendra o Intelecto por sua superabundância; o Intelecto, se voltando para seu princípio, dele é determinado, e se torna assim Intelecto e ser. 13-21. Do mesmo modo, por sua potência, O Intelecto produz a Alma; a Alma por sua vez produz uma imagem dela mesma que corresponde as funções inferiores. 21-28. A produção das realidades (...)
Notas
- Adrasteia
- aisthesis (aristotelismo)
- Ammonius: zoe
- Antonius Advertencias 17
- Arcanjos Zoroastrianos
- Aristóteles Alma Vida
- Aristóteles Essência Alma
- Aristóteles Felicidade Bem
- Aristóteles: Da Alma
- Arola Arca
- Attar Livro da Prova
- Bíblia Fogo
- Boaventura Mente Deus III
- Boehme Tres Principios
- Bossuet Corpo Humano
- BQT 185e-188e: Discurso de Erixímaco
- BQT 187e-188b: Amor e astronomia
- Brihadaranyaka Upanixade 3
- Brisson & Pradeau: Alma do Mundo
- Brisson & Pradeau: partes da alma