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Enéada III, 1
Enéada III, 1 (3)

  

PLOTINO   - TRATADO 3 (III,1) - SOBRE O DESTINO

Depois de ter explicado ao mesmo tempo a necessidade para a alma de recusar os prestígios do mundo sensível no Tratado 1, e a não menos grande necessidade para esta alma de descer no sensível no Tratado 2, Plotino se interroga neste tratado sobre o estatuto do destino e, portanto, sobre a responsabilidade humana. Se a vida verdadeira da alma é no mundo inteligível uma vida ilusória e vã em um mundo inferior, mau e irracional? A exigência de "fuga" enunciada no primeiro tratado corresponde a um desprezo do corporal, a uma inquietude face a um universo que não teria nem rima nem razão? Com o Tratado 3, Plotino propõe uma breve meditação sobre o destino. Assim fazendo, ele se inscreve em uma tradição vivaz da filosofia helênica.

Três tratados Do Destino escritos antes de Plotino não alcançaram em sua íntegra. Aquele de Cícero, escrito em 44 aC, aquele do pseudo-Plutarco   escrito pouco tempo depois da morte de Plutarco, na primeira metade do século II dC, e enfim aquele de Alexandre de Afrodísia, escrito entre 198 e 2019 aC. [BPT1-6  :143]


Capítulo 1: Todas as coisas têm ou não uma causa?
  • 1-6. Ou todas as coisas têm uma causa, ou não têm.
  • 6-13. Entre as coisas eternas, as primeiras não têm causa.
  • 13-24. As coisas no devir, todas têm uma causa.
  • 16-24. É necessário rejeitar, portanto, uma explicação pelos átomos, ou por uma tendência impulsiva da alma. É necessário distinguir entre as causas próximas e as causa distantes.
  • 24-36. As causas próximas.

Capítulo 2: As causas distantes, exame e refutação das diferentes opiniões.

  • 1-9. As causas distantes. As cinco opiniões relativas às causas distantes:
  • 10-15. Para os epicuristas, as causa são os átomos.
  • 15-17. Para os "fisiólogos", os elementos.
  • 17-25. Para alguns, o destino.
  • 26-30. Para os astrólogos, o movimento dos astros.
  • 30-36. Para os estoicos, o encadeamento das causas.

Capítulo 3 a 7: Refutação das cinco opiniões.

  • Cap. 3, 1-8. As opiniões segundo as quais as causas distantes são corporais.
  • Cap. 3, 9-29. A opinião dos epicuristas
  • Cap. 4, 1-9. As opiniões segundo as quais as causas distantes são incorporais: a existência do destino.
  • Cap. 4, 9-28. O determinismo absoluto abole tanto o destino como nossa autonomia.
  • Cap. 5 e 6. A opinião dos astrólogos abole igualmente nossa autonomia.
  • Cap. 7. A opinião estoica do encadeamento das causas abole também nossa autonomia e multiplica os intermediários.

Capítulos 8 a 10: A compreensão plotiniana do destino.

  • Cap. 8, 1-8. A alma, a do universo e a do indivíduo, é a causa distante.
  • Cap. 8, 8-20. Separada do corpo, a alma é livre; em um corpo, ela não tem mais uma total liberdade, mas sua liberdade varia em função de sua bondade.
  • Cap. 9. Sob o domínio do exterior, a alma não age voluntariamente; mas se ela se regra pela razão pura, ela age voluntariamente.
  • Cap. 10. Conclusão: Há duas espécies de causas, a alma e as causas exteriores.