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apophansis / ἀπόφανσις / apophasis / ἀπόφασις / apófase / ἀποφαντικός / apophantikos / apofântico / declaratório / aphasia / ἀφασία / phasis / φάσις / expressão / apofático / inefabilidade / arrhetos / indictus / akataleptos

  

gr. ἀπόφανσις, apóphansis (he): proposição. Lógica. Enunciado de um juízo, que afirma ou nega que um predicado (kategórema) é atribuído a um sujeito (hypokeimenon). Aristóteles  , em De interpretatione (V-VIII), faz um exame das diversas espécies de proposição.


gr. ἀπόφασις, apóphasis: negação. Lógica. "Declaração de que uma coisa está separada de outra coisa" (Aristóteles, De int., VI). Mais exatamente, afirmação de que um predicado (kategorema) não está incluído num sujeito.

Notions philosophiques

Do grego apophasis, negação, o apofatismo é o caráter de uma teologia que se chama também negativa, porque propõe um discurso sobre Deus com base somente em proposições negativas. Toda démarche apofática se justifica na crença que Deus é o Inefável, indizível. [Notions philosophiques  ]

Dionísio Areopagita

«La naturaleza de Dios le obliga a ser amor, a amar» (Eckhart  , tratado Von abegescheidenheit, vid. bibliografía, Les Traités, págs. 157-171); la experiencia espiritual de unos hombres que intentan establecer un análisis   de la Divinidad, como objeto y como vivencia, y a la que definen (o no-definen) como desierto, no-ser, tiniebla suprema, carente de ser, más allá de cualquier no y que, al mismo tiempo, por suprema paradoja, le caracterizan, a este no-ser, a este desierto, como ser (istikeit en Eckhart, ser puro e indeterminado de la Deidad; hyker on en el Pseudo Dionisio. Eckhart, en el sermón Renovamini, lo expresa así: ...«debes venir a ser un solo «yo» para que, unido a Él, seas eternamente su istikeit, sin tiempo, y seas su nada sin nombre») o entidad carente de nombres y obligado a amar, es la empresa intelectual más notable que haya podido nunca emprenderse: el místico o el que intuye la experiencia de esta búsqueda se siente dominado y trascendido por una presencia inefable: ...«si la naturaleza de Dios es mi naturaleza, el ser divino es mi ser. Dios está más íntimamente presente en todas las criaturas que las criaturas en ellas mismas...» (Eckhart, sermón lusti vivent in aeternuni); esta presencia condiciona su pensar y su interrogar. Por ello, la pregunta sobre el ser antecede a toda pregunta; es en Grecia donde por vez primera se plantea como la única pregunta existente, interrogación universal y total: el camino que se traza a partir de Parménides  , Gorgias, Platón  , Aristóteles y los neoplatónicos, halla sus cimas en Pablo de Tarso, en el Pseudo Dionisio, en Eckhart y en Juan de la Cruz   para concluir, momentáneamente — ya que su interrogar durará lo que dure el hombre — , en el análisis del ser, de Heidegger  .

Christophe Andruzac

A experiência nos revela que de uma maneira por assim dizer universal a inteligência humana vai utilizar um certo número de procedimentos artísticos para melhor se exprimir. O mais corrente é o emprego do superlativo, em seguida o recurso à hipóstase. Um outro procedimento consiste na utilização da negação — especialmente a negação dos modos de ser ligados ao mundo corporal: se dirá do Ser Primeiro (descoberto pela Sabedoria Metafísica finalizando a filosofia primeira) ou de Deus (conhecido e adorado nas tradições religiosas) que é in-finito, i-material, in-temporal, im-penetrável por nossa inteligência, etc. Mas a inteligência é capaz — a experiência revela abundantemente — de utilizar um procedimento artístico ainda mais elaborado (logo mais distante da experiência imediata, do «bom senso»): negar pura e simplesmente no Ser Primeiro (ou em Deus — não diferem senão segundo nossa maneira de conhecer) os modos de ser que lhe são específicos para melhor pôr em valor sua transcendência, o que leva a considerar que o divino é tanto mais afastado de seus próprios modos de ser que nossa inteligência está afastada da plena penetração e da expressão adequada destes modos de ser. É muito precisamente este esforço da inteligência conduzido em uma perspectiva contemplativa que designamos pelo termo técnico de «Sabedoria Apofática». Este procedimento sendo muito amplamente disseminado nas doutrinas do Oriente, assinalemos simplesmente alguns autores ocidentais característicos: Dionísio o Areopagita  , Plotino  , Mestre Eckhart. [RENÉ GUÉNON, A CONTEMPLATION MÉTAPHYSIQUE ET L’EXPÉRIENCE MYSTIQUE]

Jean Biès

Deus é essencialmente Não-Ser (no sentido maior e positivo do termo), infinitamente além do Ser, O contendo no entanto. Escapa assim de toda definição. Pois uma definição (de-finir) é uma limitação antropomórfica. A teologia catafática (afirmativa) do Ocidente enumera e classifica os "atributos" de Deus; mas não se pode definir o Infinito. Dizer de Deus que Ele é belo (kallos), bom (agathon), clemente (kharis), terrível (phobos)..., é fazer declarações justas, mas inadequadas quanto à determinação de Sua verdadeira Natureza, a qual, enquanto "Trevas luminosas", é indeterminável. A teologia apofática do Oriente, ao contrário, recorre às declarações pela negativa — apophasia —, únicas que podem dar conta do Ilimitado. O homem só pode conhecer "gotas de noite". Diria-se portanto de Deus que Ele é "sem começo nem fim", "sem mistura nem modificação de separação", "indizível", "indivisível", "inacessível" , "indescritível", "impenetrável", "inapreensível", etc... A apophasia não é uma especulação, mas a experiência de uma contemplação (theoria), aquela que vai além de todo entendimento (dianoia); e isto, ao término de uma purificação (katharsis), de uma catharsis consistindo na superação dos contrários, mesmo aqueles dos planos divinos, para entrar insensivelmente no Increado.

Por outro lado, se Deus é totalmente incognoscível em sua Essencia ele se torna totalmente participante da Criação (genesis) por suas Energias também denominadas "poderes", "movimentos", "elãs de Deus", "raios de divindade", como tantos "transbordamentos" eternos do Princípio; perfeições infinitas se expandindo de Si-Mesmo em comunicação com sua plenitude superabundante... Se Deus está acima e fora de sua Criação, Ele está também em seu interior : Deus não está separado do mundo que Ele criou. As Energias descem sobre nós e nos penetram, elas sustentam o universo inteiro e o saturam, elas fazem resplandecer em tudo a divina magnificência. Toda a Criação aparece àquele cujos olhos veem como uma imensa Sarça ardente, impregnada, não consumida pelo fogo indelével destes logoi que alimentam a "chama das coisas", sobrenaturalmente natural, e que, sob forma de graça e luz incriada, se manifestam em certos momentos privilegiados nos hesicastas (hesychia) e alguns homens divinizados. (extrato sobre o pensamento de Gregório Palamas, adaptado de Athos - voyage à la Sainte Montagne, de Jean Biès. Dervy-Livres, 1981)

Paul Evdokimov

A teologia chamada apofática — negativa — adverte-nos do perigo do conhecimento conceitual exclusivo: "os conceitos de Deus criam ídolos"; de Deus, só podemos saber o que ele não é. Tal teologia (theologia) procede pelo desconhecimento racional e conduz à união mística e à sua ciência razoável (episteme). (A Mulher e a Salvação do Mundo, Paulinas)

Vladimir Lossky

Todo cuanto hemos dicho acerca del apofatismo puede resumirse en unas palabras. La teología negativa no es tan sólo una teoría del éxtasis propiamente dicha; es una expresión de la actitud fundamental que hace de la teología en general una contemplación de los misterios de la revelación. No es una rama de teología, un capítulo, una introducción inevitable sobre la incognoscibilidad de Dios tras de la cual se pasa tranquilamente a la exposición de la doctrina en los términos habituales, propios de la razón humana y de la filosofía común. El apofatismo nos enseña a ver en los dogmas de la Iglesia ante todo un sentido negativo, una prohibición a nuestro pensamiento de seguir sus vías naturales y de formar conceptos que remplacen a las realidades espirituales. Porque el cristianismo no es una escuela filosófica que especula acerca de los conceptos abstractos, sino ante todo una comunión con Dios vivo. Por eso, pese a toda su cultura filosófica y sus inclinaciones naturales hacia la especulación, los padres de la tradición oriental, fieles al principio apofático de la teología, supieron mantener su pensamiento en el umbral del misterio y no remplazar a Dios por ídolos de Dios. Por eso, además, no hay filosofía «más» o «menos» cristiana. Platón no es más cristiano que Aristóteles. La cuestión de las relaciones entre teología y filosofía nunca se planteó en Oriente: la actitud apofática daba a los padres de la Iglesia esa libertad y liberalidad con la que hacían uso de los términos filosóficos, sin correr el riesgo de ser mal comprendidos o de caer en una «teología de los conceptos». Cuando la teología se transformaba en una filosofía religiosa, como en el caso de Orígenes  , era siempre a consecuencia del abandono del apofatismo, que es la verdadera trama de toda la tradición de la Iglesia de Oriente. [APOPHASIA]