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praxis / πρᾶξις / prâxis / πράσσω / prasso / πράττω / pratto / πρακτικός / praktikos / πρακτική / praktike / prattein / πράττειν / actio / actus / situação / phora / φορά
gr. πρᾶξις, prâxis (he): ação. Latim: actio, actus. Atividade imanente de um sujeito (oposta à ação transitiva, que se exerce sobre um objeto), v. poiein = fazer; prattein: agir (apenas no dialeto ático; nos outros: prássein). Substantivado: tò práttein: o agir.
gr. πράττειν,
prattein =
agir moralmente, talvez bom; Platão utiliza a palavra prattein para descrever a ação que conduz à
felicidade .
Não é somente por este ato primitivo (universal e central) mas também por cada ato autônomo da inteligência, por cada ato particular realizado na vida temporal e traduzindo uma decisão livre desta inteligência, que vale o princípio segundo o qual ela se dispõe fazendo seu próprio caráter bom ou mau; e é preciso em consequência por esta posição ou destituição última, sucessiva ou realizada no tempo, uma explicação diferente daquela que vale para a primeira posição intemporal. Com efeito, assim como a criatura inteligente, dado que por este ato primeiro e central se dispõe em princípio como boa ou má, ainda não tenha desenvolvido, portanto, sua bondade ou sua maldade em sua evolução, ainda não tenha finalizado, em outros termos não lhe tenha ainda dado uma substância, o que representa o sentido de crescimento no tempo; da mesma maneira esta criatura inteligente adquire justamente por sua entrada na vida temporal, graças a uma evolução sucessiva (afirmação) ou por uma não-evolução (negação) deste fundamento bom ou mau, o poder de destruir nela um ou outro destes caracteres que adquiriu, e (porque destructio unius generatio alterius) se por exemplo da destruição sucessiva foi aquela do fundamento (da tendência) mau, de restaurar nela de uma maneira regressiva e mediata o fundamento bom. O ato primitivo A, enquanto é central e universal, guarda com efeito nele, em potência e de uma maneira indistinta todos os atos particulares a, b, ... x, e depois de ter negado nela todos estes diferentes atos a, b, ... x, a criatura de pronto e por regressão destrói o ato fundamental A, e compreendemos por isso aí que na vida temporal "cada um só seja tentado por seu próprio desejo”. [BaaderFG ]
Cf. Aitareya Aranyaka II.1.3, [...], «esta Persona es lo que hace, él es el mundo de Brahma »; Brhadaranyaka Upanishad IV.4.5, [...], «Como él (esta Persona) actúa, como él se conduce a sí mismo, así deviene; lo que él quiere... eso alcanza»; Platón, Leyes 904C, «Así como son las inclinaciones de nuestros deseos y la naturaleza de nuestras almas, justamente así deviene cada uno de nosotros»; y similarmente para Hermes , cuyos daimones, «daimones», son las tendencias o poderes innatos y la naturaleza o el «fatum» del alma , «pues el ser de un daimon consiste en su hacer» (daiomonos gar ousia energeia, Lib. XVI.14); un hombre no puede ser y sin embargo no hacer nada; Dios mismo es lo que él hace (Lib. XI.2.12b, 13a). Al mismo tiempo, el acto de ser es un acto de auto-conocimiento (Brhadaranyaka Upanishad I.4.10); y así «conocer y ser son lo mismo» (to gar auto noein estin te kai einai), Hermann Diels, (Fragmente der Vorsokratiker , Berlín, 1903, 18B5).]] [AKCMeta :Nota]
Matérias
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apatheia
28 de março de 2022
Philokalia Todos os escritores associados literariamente ao platonismo estão de acordo em fazer da apatheia a meta da virtude e ver na katharsis - purificação o meio de aí chegar. Apathe - apatheia - katharotes são três noções estreitamente associadas em Plotino e Gregorio de Nissa. Este é um dos pontos, aliás, de maior similitude entre seus pensamentos.
Em Philon - Filon, segundo Bréhier: "Os estoicos queriam suprimir totalmente as paixões. Philon - Filon também via na apatheia o ideal da Sabedoria. (...)
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Caeiro (EN10-11) – princípio da ação
5 de fevereiro de 2022, por Cardoso de Castro
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Trad. António Caeiro. Lisboa: Quetzal, 2015, p. 10-11
O sentido da palavra «perícia» é equívoco. «Perícia» pode ser um ofício ou uma profissão. Mas tem também o sentido de produção artística, arte. Em ambos os casos a língua grega faz pensar, de fato, numa fabricação, numa produção. O operador fundamental da perícia é o domínio de uma competência (artístico-técnica), a qual pode ser adquirida por aprendizagem. Para perceber de uma determinada perícia é necessário exercê-la, pô-la em (...)
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Caeiro (EN:15-17) – felicidade
5 de fevereiro de 2022, por Cardoso de Castro
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Trad. António Caeiro. Lisboa: Quetzal, 2015, p. 15-17
O Humano está assim lançado para a felicidade. Motivado por ela. Para Aristóteles estar lançado para a felicidade caracteriza essencialmente a existência humana. É por termos um conhecimento deste projeto que nos está dado em mãos que percebemos também estarmos afastados dele ou termos já desistido de ir no seu encalço. Se «ser feliz» é o projeto fundamental da vida humana é também uma possibilidade sua. Jamais poderá (...)
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pathos
24 de março de 2022
pathos: acontecimento, experiência, sofrimento, emoção, atributo
1. A história da palavra pathos está obscurecida por uma multiplicidade de conotações. A sua acepção mais geral significa «algo que acontece», quer em referência ao próprio evento (assim Heródoto V, 4; Sófocles, O. T., 732) quer à pessoa afetada (assim Platão, Fedão 96a: «as minhas experiências»), o último tipo de uso consideravelmente alargado em sentidos éticos, como, por exemplo, no «sofrimento instrutivo» dos trágicos (ver Esquilo, Aga. 177). (...)
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Beneval de Oliveira: Gerd Bornheim - a finitude
5 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro
A Fenomenologia no Brasil, Beneval de Oliveira, Pallas, 1983 O presente trabalho tem como objetivo enfocar a temática do existencialismo brasileiro. Neste sentido, procuramos pesquisar as origens dessa temática, a partir de uma reinterpretação da filosofia grega, dando ênfase, sobretudo, à ontologia de Martin Heidegger, justamente por ter esse filósofo despertado maior atenção que os demais filósofos existencialistas entre os nossos estudiosos da matéria.
De outro lado, procuramos analisar a frio, (...)
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Beneval de Oliveira: Temática do Existencialismo Brasileiro
5 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro
A Fenomenologia no Brasil, Beneval de Oliveira, Pallas, 1983 O presente trabalho tem como objetivo enfocar a temática do existencialismo brasileiro. Neste sentido, procuramos pesquisar as origens dessa temática, a partir de uma reinterpretação da filosofia grega, dando ênfase, sobretudo, à ontologia de Martin Heidegger, justamente por ter esse filósofo despertado maior atenção que os demais filósofos existencialistas entre os nossos estudiosos da matéria.
De outro lado, procuramos analisar a frio, (...)
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Boaventura Vestigios
29 de março de 2022
A CONTEMPLAÇÃO DE DEUS NOS SEUS VESTÍGIOS IMPRESSOS NO MUNDO SENSÍVEL 1 No espelho do mundo sensível podemos considerar a Deus de dois modos: ou elevando-nos a Ele por meio dos seres que compõem o Universo e que são como que vestígios do Criador, ou contemplando-O existente nos mesmos seres pela Sua essência, pela Sua potência e pela Sua presença. Esta segunda theoria - contemplação é superior à primeira. Ela ocupa, pois, o segundo lugar e forma o segundo degrau de ascensão que nos conduz à visão de Deus (...)
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Plotino - Tratado 29,8 (IV, 5, 8) — Luz e Corpo Exterior
13 de maio de 2022, por Cardoso de Castro
Capítulos 6-8: Questões diversas. Cap. 6: Há luz sem ar? Resposta: A luz não é nem qualidade do corpo iluminado nem substância, mas atividade da fonte luminosa. Cap. 7: A luz morre? Resposta: A luz é um incorporal que não morre, retorna a sua fonte; a cor pode igualmente deixar o corpo, mas não morre no sentido estrito. Cap. 8: Se existisse, poderia se perceber um corpo exterior a nosso mundo? Resposta: A hipótese engendra consequências contraditórias, não é aceitável.
Míguez
8. Si existiese un (...)
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Wei Wu Wei (FPM:1) – Realidade e Manifestação I
29 de agosto de 2022, por Cardoso de Castro
Não seria um de nossos erros elementares imaginar que "fazemos" coisas? Não parece igualmente provável que coisas nos "fazem"?
tradução
Aspectos de Não-Ser, 1
É menos o que se é, que deveria importar, do que o que não se é.
Adquirir conhecimento não deveria ser nossa primeira meta, mas ao invés nos livrar da ignorância — que é falso conhecimento.
As qualidades que possuímos nunca deveriam ser uma questão de satisfação, mas sim as qualidades que descartamos.
Se Caridade (compaixão), Simplicidade e (...)
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Nicéforo Reflexões
29 de março de 2022
Do próprio Nicéforo Alguns santos deram à atenção (epimeleia) o nome de "guarda do espírito", outros de "guarda do coração (kardia)", outros de "sobriedade", outros de "repouso do espírito" ou ainda nomes diferentes. Tantas expressões que vêm a ser a mesma coisa, como se se dissesse pão, pedaço de pão ou fatia de pão.
O que é a atenção (epimeleia)? Quais são suas propriedades? Escutai-me bem. A atenção (epimeleia) é o sinal da penitência cumprida; a atenção (epimeleia) é o chamado da alma (psyche) ( de volta (...)
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Arendt (CH:Cap11) – produção
5 de fevereiro de 2022, por Cardoso de Castro
Roberto Raposo
À primeira vista, porém, é surpreendente que a era moderna – tendo invertido todas as tradições, tanto a posição tradicional da ação e da contemplação como a tradicional hierarquia dentro da vita activa, com sua glorificação do trabalho como fonte de todos os valores e sua elevação do animal laborans à posição tradicionalmente ocupada pelo animal rationale – não tenha engendrado uma única teoria que distinguisse claramente entre o animal laborans e o homo faber, entre “o trabalho do nosso corpo (...)
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Faggin: Eckhart – União e Unidade
1º de setembro de 2022, por Cardoso de Castro
Excertos de Giuseppe Faggin - Meister Eckhart e a mística medieval alemã
Depois destas determinações é inútil perguntar-se se Meister Eckhart prefere a vida ativa à contemplativa, ou se prefere Maria à Marta, Raquel à Lia. A ação está nas raízes do nosso ser; mais ainda, nosso ser espiritual é obra incessante e se sustenta unicamente como tal. Deus é atividade criadora inesgotável que age sem vincular-se com suas criaturas; por isto quem vive submetendo sua vontade a Deus estabelece seu ser no infinito (...)
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praktike
28 de março de 2022
VIDE: PRAXIS; PRAKTIKOS; ASKESIS; THEORIA PRÁCTICA, de las virtudes, de los mandamientos (praktikí, praktikón): vocablo usado sobre todo por Evagrio, quien lo recibe directamente de Orígenes, el cual ve en María y en Marta el símbolo de la contemplación y de la práctica. Ambas virtudes son entendidas como inseparablemente unidas, en cuanto que la práctica es el actuar de los mandamientos, de las virtudes, de la ascesis tendiente a la obtención del conocimiento espiritual y de la contemplación. (...)
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Stanislas Breton (PM) – Verbo Sentido (verbo-conceito)
25 de agosto de 2022, por Cardoso de Castro
Excertos traduzidos de BRETON, Stanislas. Philosophie et mystique. Existence et surexistence. Grenoble: Jérôme Millon, 1996
tradução
Posto que a teoria do verbo mental foi construída para esclarecer o dogma trinitário da processão do Verbo, era normal que se buscasse na experiência humana, em sua maior generalidade, as ilustrações mais apropriadas. Foi preciso assim apelar então a uma metafísica do vivente, tal qual se podia conceber nesta época, com os meios disponíveis que não são os nossos. Ora (...)
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Fedro 274b-277a — A invenção da escrita. O mito de Tot
24 de março de 2022
SÓCRATES: - Só resta, então, falar sobre o que convém e o que não convém escrever, e examinar quando essa arte é bem ou mal empregada. Está certo?
FEDRO: - Sim.
SÓCRATES: - Sabes tu como se pode ser mais agradável aos deuses [theo], em ações [prattein] ou em discursos [legein]?
FEDRO: - Não; e tu sabes?
SÓCRATES: - Tenho vontade de contar-te uma história transmitida pelos antigos; se ela é verdadeira ou não, só deus o sabe. Afinal, se nós pudéssemos conhecer a verdade [aletheia], haveríamos de nos (...)
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Caeiro (Arete:97-99) – compreensão do acontecido
12 de dezembro de 2021, por Cardoso de Castro
CAEIRO, António de Castro. A arete como possibilidade extrema do humano. Fenomenologia da práxis em Platão e Aristóteles. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2002, p. 97-99
§17 A reprodução imitadora (μίμησις) como o paroxismo da situação habitual de compreensão do que nos acontece
Esta contraditoriedade de interpretações é já apurável quando comparamos a compreensão natural que temos deles com a compreensão que nos é «oferecida» pela tematização mimética. Naturalmente, propendemos para uma compreensão da (...)
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Paracelso Canones
29 de março de 2022
CÁNONES FILOSÓFICOS 1. Lo que está cerca de la perfección, fácilmente se lleva a la perfección.
2. Los imperfectos no pueden llevarse a la perfección hasta ser despojados de su azufre feculento y de su grosura terrenal, que están mezclados con el Mercurio y el Azufre. Esta es una medicina perfecta.
3. Es imposible fijar lo imperfecto sin el espíritu y el Azufre de los perfectos.
4. El Cielo de los filósofos resuelve todas las cosas a su primera materia, es decir, a Mercurio.
5. Quien pretenda (...)
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Chantal Duhuy (Tch’an) – Ato e Instante
15 de setembro de 2022
O instante do Despertar, "o instante por excelência", totalmente sem passado, sem vínculo, sem causa é também sem posterioridade, pois escapa ao tempo.
A quelqu’un qui lui demandait en vertu de quelle raison on observe chez les hommes bassesse ou excellence, Gotama répondit :
« En vertu de leurs actes ; les êtres ont leurs actes pour héritage, leurs actes pour matrice, leurs actes pour parenté, leurs actes pour refuge. Ce sont les actes qui divisent les hommes en raison de leur bassesse ou de leur (...)
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Aristóteles (EN:III,2) – decisão (proairesis, escolha)
10 de janeiro de 2022, por Cardoso de Castro
2. Escolha distinta do voluntário: o objeto da escolha é o resultado de deliberação prévia.
Caeiro
Definidas que estão as ações voluntárias e involuntárias, [1111b4] segue-se agora a discussão acerca da decisão [proairesis, escolha]. A decisão é, na verdade, 5 [70] o que de mais próprio concerne a excelência e é melhor do que as próprias ações no que respeita a avaliação dos caracteres Humanos.
A decisão parece, pois, ser voluntária. Decidir e agir voluntariamente não é, contudo, a mesma coisa, pois, a ação (...)
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Berdiaeff: L’Homme et le cosmos - La Technique
8 de novembro de 2008, por Cardoso de Castro
L’homme est un être naturel; il est lié par de multiples fils à la vie cosmique, dépend du circuit de la vie cosmique. Le corps de l’homme est soumis notamment aux processus physico-chimiques. Lorsque l’homme meurt en tant qu’être naturel, les éléments qui composent son corps se dissolvent dans la matière et dans la vie cosmique. L’homme vit dans le monde naturel et se trouve forcé de prendre position vis-à-vis de ce monde.
Mais, le mystère de l’homme est dans le fait qu’il n’est pas seulement un être (...)