A Questão do Método na Filosofia - Um Estudo do Modelo Heideggeriano. Livraria Duas Cidades, 1973
1 Ainda que as experiências iniciais tenham deixado traços indeléveis no caminho de Heidegger, o fator determinante de seu pensamento foi, no entanto, o encontro com a fenomenologia. Seus primeiros trabalhos manifestavam profundos laços com a problemática corrente da tradição alimentada pelo neo-aristotelismo, neotomismo e neokantismo e as soluções dadas pelo filósofo, dentro deste horizonte, às (...)
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kinesis / κίνησις / mudança / movimento / κινέω / kineo / κινεῖν / mover-se / κίνημα / kínema / κινήματα / κινήματος / κινούμενον / kinoúmenon / κινούμενον κινεῖ / kinoúmenon kineî / o que move sem se mover / primum movens / primum mobile / ἀκίνητος / akínetos / imóvel
gr. κίνησις, kínesis (he): movimento, mudança, moção. Latim: motus. kinetón (tó) e kinoúmenon (tó): móvel, ser movido. Latim: mobile. kinoûn (tó): motor, o ser que move, agente, causa eficiente. Latim: movens. A palavra kinesis tem como primeiro sentido movimento; com Platão, ganha o sentido metafísico de mudança; os dois sentidos depois passam a coexistir. Mas os tradutores, na esteira dos latinos, conservam o mesmo termo para os dois sentidos.
akínetos / akinetos, imóvel. De kinô, eu movo, com a privativo. O termo está em Filolau: "o Uno é eternamente imóvel" (em Fílon de Alexandria, Criação do mundo, 23); em Platão, o Ser é ao mesmo tempo imóvel e móvel (Sofista , 249d); em Aristóteles : o primeiro Motor é imóvel (Fís., VIII, 5). [Gobry ]
Matérias
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Ernildo Stein: As intuições heideggerianas e o movimento fenomenológico
6 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro -
kinesis
24 de marçokinesis: moção, movimento, mudança, movimentação
1. O movimento não representa problema para os filósofos milésios, é parte indiscutível do seu vitalismo (ver zoe) universal, e é neste espírito que tanto Anaximandro (Diels 12A11) como Anaxímenes (Diels 12A9, 13A6) postulam um movimento eterno. É também digno de nota que quando Xenófanes deseja temperar o antropomorfismo contemporâneo negue o seu Deus kinesis (Diels 21A25, 26). Kinesis está presente em toda a realidade, em Heráclito, ilustrada na famosa (...) -
Plotino - Tratado 53,13 (I, 1, 13) — Como a alma e o intelecto nos pertencem
20 de fevereiro, por Cardoso de Castro(§13) O sujeito da investigação filosófica Resposta à questão reflexiva Movimento da alma e dinamismo do "Nós"
traduzindo MacKenna
13. E o princípio que raciocina estas matérias? É "Nós" ou a Alma?
"Nós", mas pela Alma.
Mas como "pela Alma"? Isto quer dizer que a Alma raciocina por possessão (pelo contato com matérias da investigação)?
Não; pelo fato de ser Alma. Seu Ato subsiste sem movimento; ou qualquer movimento que possa ser descrito para ela deve ser absolutamente distinto de todo movimento (...) -
Plotino - Tratado 2,3 (IV,7,3) - imortalidade: polêmica contra o materialismo
31 de dezembro de 2021, por Cardoso de CastroCapítulo 3: Refutação da definição epicuriana da alma. 3.1-6. A alma não é corporal e ela é desprovida de partes.
tradução
3. E se alguém dissesse que assim não se passa, mas que são átomos ou coisas indivisíveis [atomon] que produzem [poiein] a alma [psyche], quando elas se reúnem e em se unificando e em partilhando suas afecções [pathos], também seria refutado pelo fato que se trata de uma justaposição, mas que não forma um todo [holon], porque nada disto que é um e partilha suas afecções [sympatheia] (...) -
Bouillet: Traité 32 (V, 5) - LES INTELLIGIBLES NE SONT PAS HORS DE L INTELLIGENCE DU BIEN.
19 de janeiro, por Cardoso de Castro(I-II) L’intelligence véritable doit être infaillible et posséder la certitude. Pour cela, il faut qu’elle soit identique aux intelligibles afin de tirer sa science de son propre fonds. Si elle l’empruntait à autrui, elle n’aurait pas le droit de croire que les choses sont telles qu’elle les conçoit ; elle ressemblerait aux sens qui nous représentent les objets extérieurs, mais n’atteignent pas ces objets eux-mêmes: elle n’aurait que des connaissances incertaines et accidentelles, et elle manquerait de (...)
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Plotino - Tratado 11,1 (V, 2, 1) — Como todas as coisas vêm do Uno?
16 de janeiro, por Cardoso de CastroCapítulo 1: Como todas as coisas vêm do Uno, se ele é absolutamente simples e que ele permanece sempre nele mesmo? 1-3. O Uno é todas as coisas e nenhuma delas 3-13. O Uno engendra o Intelecto por sua superabundância; o Intelecto, se voltando para seu princípio, dele é determinado, e se torna assim Intelecto e ser. 13-21. Do mesmo modo, por sua potência, O Intelecto produz a Alma; a Alma por sua vez produz uma imagem dela mesma que corresponde as funções inferiores. 21-28. A produção das realidades (...)
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Plotino - Tratado 30,3 (III, 8, 3) — A natureza produz porque ela contempla
23 de fevereiro, por Cardoso de CastroCapítulo 1, 18 ao Capítulo 4: A natureza contempla Cap. 1,18-2,19 A natureza permanece imutável Cap. 2,19-fim A natureza, que é uma forma e uma razão, produz. Cap. 3 A natureza produz porque ela contempla Cap. 4 A natureza em repouso Cap. 4,1-14 A prosopopeia da natureza Cap. 4,14-fim A contemplação fraca da natureza
Míguez
3. Pero, ¿cómo produce esta razón y cómo, al producir, alcanza la contemplación? Si produce permaneciendo inmóvil y en sí misma, y si es una razón, habrá de ser igualmente (...) -
Plotino - Tratado 14,1 (II, 2, 1) — O movimento do céu imita aquele do Intelecto
17 de janeiro, por Cardoso de CastroCapítulo 1: Solução geral. 1-2. O movimento do céu imita aquele do Intelecto. 2-19. O movimento do céu resulta do movimento da alma e daquele do corpo.
Míguez
1. ¿Por qué se mueve (el cielo) con un movimiento circular? Porque imita a la inteligencia. ¿Y a quién corresponde este movimiento, al alma o al cuerpo? ¿Por qué? ¿Acaso porque el alma está en sí misma y porque procura con todo celo el acercarse a sí misma? ¿O porque está en si misma, pero no continuamente? ¿Consideramos que al moverse mueve (...) -
Plotino - Tratado 30,2 (III, 8, 2) — A natureza que é uma forma e uma razão, produz
23 de fevereiro, por Cardoso de CastroCapítulo 1, 18 ao Capítulo 4: A natureza contempla Cap. 1,18-2,19 A natureza permanece imutável Cap. 2,19-fim A natureza, que é uma forma e uma razão, produz. Cap. 3 A natureza produz porque ela contempla Cap. 4 A natureza em repouso Cap. 4,1-14 A prosopopeia da natureza Cap. 4,14-fim A contemplação fraca da natureza
Míguez
2. Porque es claro que la naturaleza no cuenta con manos, ni con pies, ni con instrumento alguno que le sea extraño o connatural. Necesita una materia sobre la que pueda (...) -
Plotino - Tratado 26,4 (III, 6, 4) — O que é a potência passiva (pathetikon)?
27 de janeiro, por Cardoso de CastroCapítulo 4: O que é a potência passiva (pathetikon)? 1-6: Anúncio da questão 6-17: Todas as paixões não vêm de uma opinião, mas se acompanham de opinião 17-30: Análise do medo e de suas manifestações corporais 31-41: Introdução da noção de Forma (eidos): o poder vegetativo onde se enraíza o desejo é uma forma impassível 41-52: Comparação entre a relação da alma ao corpo e aquele da harmonia das cordas de um instrumento de música
Baracat
4. Devemos investigar a chamada parte afectiva da alma. De certo modo, já (...) -
Plotino - Tratado 17,1 (II, 6, 1) — Qualidade e "complemento" da realidade sensível
17 de janeiro, por Cardoso de CastroCapítulo 1: Discussão sobre os estatutos respectivos da qualidade e do "complemento" da realidade sensível. 1-8: Relações entre o ser (on) e a realidade (ousia) no inteligível 8-29: É preciso estabelecer uma distinção entre as diferenças que completam a realidade sensível e as qualidades que lhe são exteriores 30-33: Exemplo da brancura da neve e da cerussita 33-40: Exemplo do calor, "ígneo do fogo visível" 41-48: É preciso estabelecer uma distinção entre as razões substanciais e suas produções, umas são (...)
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Platão (Leis X:895a-897d) — a alma como o movimento capaz de se mover ele mesmo
27 de dezembro de 2021, por Cardoso de CastroGredos
AT.—Además, hablemos de la siguiente manera y contestémonos otra vez a nosotros mismos. Si todas las cosas se encontraran en un lugar[47] y estuvieran en reposo[48], como osa decir la mayoría de tales pensadores, ¿cuál es el movimiento de los que hemos mencionado que entre ellas debe surgir necesariamente en primer lugar? El que se mueve a sí mismo, supongo. En efecto, nunca antes sufrirían ellas un b cambio a causa de otro, puesto que entre ellas no hubo antes ningún cambio. Por tanto, (...) -
Plotino - Tratado 28,7 (IV, 4, 7) — Os astros (1)
15 de janeiro, por Cardoso de Castro2. Astros (caps. 7-8):
a) No se acordarán de que vieron a Dios, ni de que giraron alrededor de la tierra ni de que vivían desde siempre (7, 1-12).
b) Objeción: se acordarán de los parajes por donde pasan (7, 12-17).
— Respuesta (cap. 8):
1) No es necesario almacenar en la mente todo lo que se ve, ni representarse en la imaginación las circunstancias accidentales ni prestar atención a los detalles (8, 1-34).
2) Aplicación al caso de los astros (8, 34-61). [Edição Gredos]
Míguez
7. ¿Pues (...) -
Plotino - Tratado 3,1 (III, 1, 1) — Todas as coisas têm ou não uma causa?
16 de janeiro, por Cardoso de CastroCapítulo 1: Todas as coisas têm ou não uma causa? 1-6. Ou todas as coisas têm uma causa, ou não têm. 6-13. Entre as coisas eternas, as primeiras não têm causa. 13-24. As coisas no devir, todas têm uma causa. 16-24. É necessário rejeitar, portanto, uma explicação pelos átomos, ou por uma tendência impulsiva da alma. É necessário distinguir entre as causas próximas e as causa distantes. 24-36. As causas próximas.
nossa tradução
1. Todas as coisas que devêm e todas aquelas que são, ou bem têm uma causa que (...) -
Sorabji (PC1:134-135) – movimento (kinesis) e atividade (energeia)
29 de janeiro, por Cardoso de CastroAckrill has pointed out that Aristotle’s criterion concerning incompleteness ought to classify walking a mile and hearing a symphony as kineseis, not complete until the end, whereas engaging in walking or in listening to music, being complete at any stage, should be energeiai. Thus in effect Aristotle has succeeded in distinguishing descriptions of what is going on, rather than, as he intended, types of thing going on. Nonetheless, such a distinction could in fact have been very useful, (...)
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Plotino - Tratado 15,1 (III, 4, 1) — A alma e suas potências
17 de janeiro, por Cardoso de CastroCapítulo 1: A alma e suas potências 1-3. Diferentemente das realidades superiores, a alma se move quando engendra. 4-5. Presença da faculdade vegetativa no homem assim como nas plantas. 6-12. Aquilo que a natureza engendra é indeterminação total e privado de vida. 12-14. Nas realidades superiores, ao contrário, a indeterminação é apenas relativa. 14-17. Como a matéria se torna corpo em recebendo uma forma.
Míguez
1- Las hipóstasis son engendradas por los principios más elevados, que permanecen (...) -
Plotino - Tratado 28,8 (IV, 4, 8) — Os astros (2)
15 de janeiro, por Cardoso de Castro2. Astros (caps. 7-8):
a) No se acordarán de que vieron a Dios, ni de que giraron alrededor de la tierra ni de que vivían desde siempre (7, 1-12).
b) Objeción: se acordarán de los parajes por donde pasan (7, 12-17).
— Respuesta (cap. 8):
1) No es necesario almacenar en la mente todo lo que se ve, ni representarse en la imaginación las circunstancias accidentales ni prestar atención a los detalles (8, 1-34).
2) Aplicación al caso de los astros (8, 34-61). [Edição Gredos]
Míguez
8. No hay (...) -
Plotino - Tratado 45,9 (III, 7, 9) — Tempo como medida do movimento
20 de maio, por Cardoso de CastroCap 9: ... a medida do movimento (3b; definição aristotélica) linhas 1-10: Hipótese 1: se o tempo mede todas as espécies de movimento, será exterior ao movimento, seja como um simples número (a), seja como uma grandeza contínua paralela ao movimento (b) linhas 11-17: No caso (a) esta definição enunciaria um acidente do tempo mas não sua essência linhas 17-24: No caso (b) haveria um tempo diferente para cada movimento linhas 24-35: Hipótese 2: se o tempo é a medida intrínseca do único movimento (...)
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Plotino - Tratado 2,5 (IV, 7, 5) — O corpo não pode ser o princípio nem da existência nem do movimento
14 de maio, por Cardoso de CastroCap. 5, 1-15. O corpo não pode ser o princípio nem da existência nem do movimento. Cap. 5, 15-fim. Na alma, a parte é idêntica ao todo.
tradução
5. Como pode ela portanto produzir movimentos diferentes e não somente um movimento único sabendo que todo corpo não tem senão um só movimento?
Se se responde que certos destes movimentos têm por causas escolhas prévias e outros “razões”, então responde-se corretamente. Mas a escolha prévia não pertence ao corpo, assim como também não as razões, que permanecem (...) -
Plotino - Tratado 45,10 (III, 7, 10) — Tempo como acompanhamento do movimento
21 de maio, por Cardoso de CastroCap 10, 1-8: ... o acompanhamento do movimento (3c; definição epicureana) linhas 1-3: Objeção 1: esta definição não enuncia senão um acidente do tempo, não sua essência linhas 3-8: Objeção 2: esta definição é circular Cap 10, 9-17: Conclusão: é supérfluo passar em revista as outras definição do tempo, notadamente aquela que a identifica à medida do movimento do todo (3b’; definição de Alexandre de Afrodisia)
Míguez
10. Si se considera el tiempo como algo que acompaña al movimiento, no será posible mostrar, ni (...)
Notas
- Ação
- aion
- aisthesis (platonismo)
- atomon
- Barbuy: elementos
- Boécio (Consolation 5, metr. 4, lines 30-40) – experiência
- Brisson & Pradeau (Enéada I, 6) – movimento (kinesis)
- Caeiro: genesis
- Caeiro: hyle
- Caeiro: kinesis
- Caeiro: physei onta
- energeia
- entelecheia
- Fernando Pessoa: Heráclito e a ideia do movimento
- Fernando Pessoa: Os argumentos de Zenão de Eleia
- Fraile: A Inteligência em Plotino
- Gestos
- Gobry: genesis
- Gobry: kinesis
- Gobry: pathos