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Hamann / Johann Georg Hamann

  

JOHANN GEORG HAMANN (1730-1788)

OBRA NA INTERNET: LIBRARY GENESIS


Excertos da tradução em português de Dimas David   Santos Silva, do livro de Steven Wasserstrom  , "Religion after Religion"

Nos portais dessa teologia eu inscreveria as profundas palavras de Johann Georg Hamann: ‘A linguagem é a mãe da razão e da revelação’. Gershom Scholem  

Um antepassado desse inspirado linguocentrismo foi Johann Georg Hamann, ‘O Mago do Norte’ (1730-1787). O jovem Scholem selecionou as obras de Hamann, na verdade leu Hamann antes mesmo de ter lido o Zohar  . Hamann, observou Scholem, antecipou a famosa dissertação de Walter Benjamin   sobre a alegoria barroca. O jovem historiador da Cabala   escreveu a seu amigo Benjamin que ele, Benjamin, era ‘o legítimo continuador das mais proveitosas e genuínas tradições de Hamann e de Humboldt  ’. Eventualmente, as palestras de Scholem em Eranos transmitiram proeminentes citações de Hamann. Mesmo no final de sua carreira, ele ainda se referia a Hamann. Esta é a tese fundamental do misticismo linguístico, como é tratada por Johann Georg Hamann, com uma concisão magistral: linguagem - mãe da razão e da revelação, seu alfa e seu ômega. Scholem e Benjamin, contudo, dificilmente estiveram sozinhos na redescoberta de Hamann. O acolhimento das ideias de Hamann no período entre as guerras atingiu também Paris. Henry Corbin   fez palestras em Paris sobre Hamann entre 1936 e 1939.

A aceitação de Hamann nos anos trinta também foi importante para a chamada Revolução Conservadora, cujos nomes mais conhecidos, Jünger   e Heidegger  , deveriam tornar-se influentes em nossa História das Religiões. Hamann, portanto, teve uma notável influência sobre Ernst Jünger, colega bem próximo de Eliade   e seu co-editor. A afinidade de Jünger com Hamann levou-o a citar o pensador romântico: "Entretanto, nossas fantasias, ilusões, fallaciae opticae (ilusões de ótica) e falácias permanecem sob o reino de Deus". Hamann foi citado em 1950 por Heidegger, em uma época em que este estava tendo um impacto maior sobre Jünger e Eliade: ‘Ainda estou esperando um anjo apocalíptico com uma chave que abra este abismo’. Tais declarações ressonantes de Hamann eram particularmente fascinantes para aqueles que buscavam explorar as profundidades do simbolismo.