Quando se esgotou tudo o que, na Grécia, é presença do presente, quer dizer, quando se atingiu o «lugar» da exaustão dessa presença, não se estranhe que se faça outra presença. Na verdade, creio que nesse «lugar» se interceptam, ou, pelo menos, se tangenciam duas presenças: a presença do presente e a presença do passado. Também creio que a essa tangência ou intercepção se deva o fascínio que promove a pertinácia com que, através destes últimos anos da nossa cultura, sempre, e com sempre renovado vigor, arremetamos contra a Grécia histórica, em busca do que nela é vestígio do antes dela. [EudoroMito:342]

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No seu tratado Contra os gnósticos  , Plotino   invoca, com evidente empenho, a autoridade da tradição hele-nista. Os gnósticos sentiam-se suficientemente superiores para tratar com desprezo as opiniões dos filósofos gregos. Em contraste, Plotino ressalta a dependência da doutrina gnóstica da herança grega, da qual eles se afastam somente para poder apresentar algo original. Nisso tudo, o que fazem é inovar e ao mesmo tempo piorar. O critério de avaliação dos gnósticos é a "antiga doutrina grega”, “os gregos”, “os homens bem-aventurados” dos tempos antigos, ou, simplesmente, “os antigos”. [SzlezákPlotino:19]

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