Página inicial > Termos e noções > aletheia

aletheia

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  
Thomas Taylor  

Plato, following ancient theologists, considers truth multifariously. Hence, according to his doctrine, the highest truth is characterized by unity; and is the light proceeding from The Good, which imparts purity, as he says in the Philebus  , and union, as he says in the Republic  , to intelligibles. The truth which is next to this in dignity is that which proceeds from intelligibles, and illuminates the intellectual orders, and which an essence unfigured, uncoloured, and without contact, first receives, where also the plain of truth is situated, as it is written in the Phaedrus  . The third kind of truth is that which is connascent with souls, and which through intelligence comes into contact with true being. For the psychical light is the third from the intelligible; intellectual deriving its plenitude from intelligible light, and the psychical from the intellectual. And the last kind of truth is that which is in sensibles, which is full of error and inaccuracy through sense, and the instability of its object. For a material nature is perpetually flowing, and is not naturally adapted to abide even for a moment.

The following beautiful description of the third kind of truth, or that which subsists in souls, is given by Iamblichus  : "Truth, as the name implies, makes a conversion about the gods and their incorporeal energy; but doxastic imitation, which, as Plato says, is fabricative of images, wanders about that which is deprived of divinity and is dark. And the former indeed receives its perfection in intelligible and divine forms, and real beings which have a perpetual sameness of subsistence; but the latter looks to that which is formless, and nonbeing, and which has a various subsistence; and about this its visive power is blunted. The former contemplates that which is; but the latter assumes such a form as appears to the many. Hence the former associates with intellect, and increases the intellectual nature which we contain; but the latter, from looking to that which always seems to be, hunts after folly and deceives." Iamblic apud. Stob. p. 136.


Heidegger  

Segundo seu sentido literal, ἀληθές (verdadeiro/desvelado) significa: não encoberto. Esse caráter não encoberto não advém à coisa, mas é a coisa, na medida em que ela vem ao encontro, na medida em que ela se mostra como objeto de uma lida. Por conseguinte, o não estar encoberto é uma realização específica do ser-aí, que tem seu ser na alma: ἀληθεύει ἡ ψυχή (a alma desvela). [Heidegger, GA19:24-25]


Dixsaut

Formé du a privatif et de l’anthano (être ou demeurer caché), le terme est associé chez Homère à des verbes déclaratifs (II., XXXV, 407 ; Od. XI, 507) : l’aletheia (la vérité) est ce qui se manifeste dans une parole exempte de mensonge et d’erreur. Elle ne devient un problème qu’avec la question parménidéenne de la voie véritable et du critère (D.K. 28 B, 8, 15-18), condition pour qu’un discours soit digne de foi (D.K. 28 B, 8, 50-51). Dans sa liaison à l’être, l’aletheia s’oppose à l’inconnaissable et l’indicible non-être, mais aussi au monde sensible et changeant, objet d’opinion et dont on ne peut rien connaître de vrai. Gorgias (Traité du Non-être) et Protagoras (Discours sur la Vérité, voir Théét. 166 a sq.) tirent la conséquence de l’identité parménidéenne de l’être, du penser et du dire en la retournant : la vérité n’est qu’un effet de la force productrice d’un logos qui, ne pouvant pas dire ce qui n’est pas, est maître et mesure de l’apparaître vrai. Platon   rétablit la liaison de l’être à l’aletheia et consacre la coupure entre science et opinion ; seule la science est pleinement éclairée par la lumière de la vérité, a accès à la plaine de vérité. Aristote   rejette ces métaphores ; mais, si le vrai consiste selon lui à dire que ce qui est est, et que ce qui n’est pas n’est pas (Met. Γ 7 1011 b 27), s’il est accord de la pensée aux choses, la vérité reste l’objet propre de la recherche philosophique et déborde cette localisation du vrai au jugement. Epicuriens et stoïciens ne problématiseront plus le vrai qu’en termes de critère (Diogène Laërce X, 31 et VII, 54). En distinguant du vrai incorporel la vérité qui, elle, est un corps (Sextus Empiricus  , Adv. Math. VII, 38), les stoïciens explicitent une distinction jusque-là sous-jacente : force propre de la sincérité, de la réalité ou de la connaissance, l’aletheia impose une présence dont le vrai n’est que l’effet. (M. Dixsaut.)


Ullmann  

O Noûs conhece os inteligíveis como conhece a si mesmo. Não há intermediário. “L’erreur ne peut donc se glisser. Rien de plus vrai que la vérité même. Or. le Noûs est la vérité” (ARNOU, René, Le désir de Dieu dans la philosophie de Platin, 2. ed. (Rome, 1967), p. 29). [Ullmann:27]


NT - mais de 100 entradas, a maioria em João Jo 14:6 Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.
Cristologia Citações dos Padres da Igreja - em nosso site francês

Orígenes  
Pragmata (vide praxis) é frequentemente usado por Orígenes como sinônimo de mysteria ou de aletheia e designa os mistérios supremos, as realidades divinas.


Frithjof Schuon  : PERSPECTIVAS ESPIRITUAIS E FATOS HUMANOS

Pode-se certamente provar toda verdade; mas toda prova não entra em todas as mentes. Nada é mais arbitrário do que rejeitar as provas clássicas de Deus, pois cada uma é válida em relação à certa necessidade de causalidade. Esta necessidade de causalidade aumenta, não em proporção ao conhecimento, mas em proporção à ignorância. Para o sábio, cada estrela, cada flor, prova metafisicamente o Infinito.
A verdade é a razão de ser do homem; ela constitui nossa grandeza, e nos mostra nossa pequenez.
Não há grandeza real fora da verdade.
Se queremos que a verdade viva em nós, devemos viver nela.
Verdade e santidade (hagiasmos): todos os valores estão nestes dois termos; tudo o que devemos amar e tudo o que devemos ser.

Schuon: PÉROLAS DE UM PEREGRINO
É necessária a verdade para a perfeição (katartismos) da virtude (arete), como é necessária a virtude para a perfeição da verdade.

Jacques Bonnet: I.N.R.I.

Analisando o diálogo entre Pilatos e Jesus em João (18), Bonnet se indaga sobre o sentido da afirmação: "dar testemunho à verdade", cujo breve comentário de João Crisóstomo só diz que "para persuadir a todos daquilo" (Hom. 83 in Iohan), Denys le Chartreux é mais sugestivo: "É para dar testemunho a mim mesmo", pois diz "Eu sou a Verdade  ".

O que é a Verdade? é pergunta que se impõe: a verdade em João se identifica com o Espírito Santo, assim como a mentira com o espírito de perdição (1Jo 5 6): "É o espírito que testemunha porque o espírito é a verdade". "O espírito da verdade habita em vós e está em vós (Jo 14,17). "O espírito de verdade vos guiará para a verdade inteira" (Jo 16,13).

O termo grego empregado é aletheia. Mas ao invés de se buscar o sentido no contexto grego (o que não é oculto; ou as elaboradas análises de Martin Heidegger), é preferível ver seu emprego na Septuaginta   onde traduz o hebraico emet. Logo, é deste modo que João a usa em seu prólogo onde a une: "a graça e a verdade", expressão hebraica correspondente "hesed ve emet", ocorrendo inúmeras vezes no AT.

Por vezes se traduz emet por "fidelidade" ou "lealdade", ao invés de "verdade". Assim a primeira ocorrência de hesed ve emet se dá na Torá: E disse: Bendito [seja] o SENHOR Deus de meu senhor Abraão, que não retirou a Sua fidelidade e a Sua verdade de meu senhor; quanto a mim, o SENHOR me guiou no caminho à casa dos irmãos de meu senhor." (Gen 24:27).

A Cabala   segue esta antiga tradição personificando estes atributos divinos, fazendo-os corresponder às duas colunas e diversos graus da Árvore Sefirótica: emet é assim o atributo relativo a Jacó que une graça, misericórdia (atributo de Abraão), ao "terror" de Isaque. A Justiça é o atributo específico de José o Justo, que une o Esposo, emet ou Jacó, à esposa, shalom ou Raquel.