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persuasão

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

gr. πείθω, peitho = persuasão. A retórica é apresentada por Górgias como a arte suprema da persuasão.


Tanto o retórico como o poeta trágico e o sofista   constituem o seu saber através da συνουσία τε καὶ χρόνου τριβή (Rep.  , 493b6). Todos os seus temas, o belo e o vergonhoso, o bem e o mal, o justo e o injusto, reduzem-se «aos pareceres do grande animal». Com o tempo e o convívio, consegue-se saber quer os interesses que movem οἱ πολλοί como aquilo que os demove, respectivamente, a ἡδονή e a λύπη. Nesta conformidade, o orador apresenta como ἀγαθά aquilo que lhes dá prazer e como κακά aquilo que os aborrece. Com o tempo e o convívio, percebe-se esta situação originária em que os muitos se encontram. A partir dessa «compreensão» é possível dissuadi-los de qualquer coisa, apresentando-a como desagradável ou trazendo sofrimento, e persuadi-los a fazer aquilo cujas consequências são agradáveis, dão prazer, gratificam pela sua doçura, etc. Com o tempo e o convívio com os homens, aprende-se tanto a dizer aquilo que eles querem ouvir como a calar o que lhes é desagradável. A redução dos ἀγαθά e κακά à ἡδονή e à λύπη (Rep., 493c), respectivamente, não tem qualquer outra fundamentação para além das δόξαν τοῦ μεγάλου ζῴου. Ela fundamenta-se na homologação do estado em que desde sempre de fato nos encontramos, na situação patológica de afetação. [CaeiroArete:104]
LÉXICO: peitho; persuasão; persuasivo; sedução;