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hecceidade

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

O que distingue única e enormemente Duns Scotus é o fato de ter questionado e desafiado esse pressuposto: o Ser em sua universalidade não é mais do que um pensamento, o que falta a ele é realidade-, somente das coisas particulares (res), que são caracterizadas pelo “ser-isto” [Thisness] (hecceidade), pode-se dizer que são reais para o homem. Assim, Scotus estabeleceu um nítido contraste entre “cognição intuitiva, cujo objeto próprio é o singular existente, percebido como existente, e cognição abstrativa, cujo objeto próprio é a quididade ou essência da coisa conhecida.”18 Desse modo — e isto é decisivo —, a imagem espiritual (a árvore vista), por ter perdido sua existência real, tem estatura ontológica menor do que a árvore concreta, embora o conhecimento daquilo que uma coisa é não fosse possível sem as imagens espirituais. A consequência dessa inversão é que este homem particular, por exemplo, em sua existência viva, ocupa um lugar mais alto do que a espécie ou o simples pensamento de humanidade, e os precede. (Kierkegaard   levantou, mais tarde, um argumento bastante semelhante contra Hegel.) [ArendtVE:276]


LÉXICO: hecceidade