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mistério

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

89. A trans-objetividade mostrou-se-nos como o «lugar» da Mediação. No «oculto reinar» dos deuses está o ponto de partida para um resignar-se o homem perante a ocultação do Ser de Deus. Mas será fatal necessidade a resignação? Não será característica essencial do homem o jamais resignar-se? O ver sempre liminares onde se lhe defrontam limites? Um limite-limitante é uma afronta enquanto não se torne em limite-liminar. Mas como transpor o limite do Horizonte Extremo? Nem o perguntaríamos, se todas as religiões nos não falassem desse passo derradeiro, o que se dá, na maioria dos casos, pela morte. Evidentemente, a morte-término da vida deixa-nos junto de um limite sem liminar. Morte que nos fizesse transpor o liminar, só poderia ser a morte-momento da vida. É desta que as religiões falam, falando de «iniciações» e «mistérios». Platão bem sabia o que dizia, ou bem dizia o que sabia, transferindo para a filosofia a linguagem dos «mistérios». De «mistérios» também é a linguagem da religião cristã, sobretudo da Igreja Romana, em que tais «mistérios» são mais visíveis como «mistérios», no âmbito do Sacramental. Mas na ambiência do Sacramental, não há as «coisas» da objetividade: só os símbolos da trans-objetividade. Na liturgia observamos como se passa do «objetivo» para o «trans-objetivo», vendo como o drama ritual reúne ou «religa» cada «coisa» ou seu próprio «ser-origem». O drama ritual desenrola-se em um palco e diante de um cenário em que tudo é simbólico. Ele mesmo é, de per si, exorcismo da objetividade diabólica, exorcismo de Grande Separador, do Grande Pastor da Negação. O jogo litúrgico não admite a competição que o negaria como jogo. O homem se joga no jogo litúrgico e enquanto [179] nele se joga, é ele mesmo jogado, faz que o jogo seja o dele, faz que o jogo seja o próprio jogador. A aposta são as «coisas», todas as «coisas», inclusive a «coisa» que ele é, antes de se abrir para o jogo, antes da sua disponibilidade para jogar. Se consegue, no final, identificar-se ou, pelo menos, assemelhar-se ao Deus, ou imitá-lo nos lances do jogo primordial, ganhou; se não, perdeu. [EudoroMito:179-180]


Banquet  , 218b6. Au moment de faire l’éloge de Socrate  , Alcibiade recommande : « Vous, les serviteurs, et tous les profanes et les rustres, s’il en est ici, refermez sur vos oreilles des portes épaisses » (trad. L. Brisson  ). Cette formule associée à l’orphisme indique que seuls les initiés ont le droit d’écouter. Ici, il s’agit de vision, mais l’exigence d’une préparation spirituelle à la rencontre du divin est la même. Plotino - Tratado 1 (I,6) - Sobre o belo (estrutura)
LÉXICO: mistério